A Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, inaugura este sábado, 22 de outubro, pelas 19h00, a exposição surrealista ‘A Inocência em António Paulo Tomaz’. Esta exposição, que estará patente até 26 de fevereiro de 2022, é comissariada por Marlene Oliveira e Perfecto E. Cuadrado.
Cruzeiro Seixas dedicou especial atenção às formas de arte que contrariavam o estatuto de artista, estimulavam a arte não ligada a escolas ou movimentos artísticos numa valorização do trabalho realizado por pessoas sem formação artística, que considerava como puras. Foi neste sentido que atuou valorizando o trabalho do amigo António Paulo Tomaz, estofador de profissão.
António Paulo Tomaz, um sonhador no dia-a-dia
Sobre António Paulo Tomaz e as obras do autor por si guardadas, disse o grande mestre do Surrealismo: Não sei o que o António Paulo semeou, não sei o que colheu nesses quarenta anos de ausências; certamente se modificou, pois a vida de todos os dias não poderia aceitar alguém como ele era quando o conheci. Dele restam estes desenhos, que sempre me têm acompanhado. Tocado de poesia viveu. O mistério da vida não é nada, se comparado ao mistério da morte. Ele ignorava a sua capacidade de sonhar, ou fundia-a com o dia-a-dia.
António Paulo Tomaz, a merecida oportunidade para se apresentar
António Paulo Tomaz (Lousã,1928-2009) aproximou-se do surrealismo por influência de Cruzeiro Seixas e integrou a primeira exposição do grupo “Os Surrealistas”, em 1949, em Lisboa. Esta exposição, que juntou artistas como António Maria Lisboa, Cruzeiro Seixas, Fernando José Francisco ou Mário Cesariny, entre outros, serviu para definir publicamente a distância e uma espécie de rupture inaugurale em relação ao Grupo Surrealista de Lisboa. Esta exposição pretende, por isso, homenagear Cruzeiro Seixas, cumprindo um desejo seu de destacar a obra de António Paulo Tomaz, guardada numa gaveta no seu quarto.
Por outro lado, a presente mostra homenageia também um autor que pela sua breve passagem na história do Movimento Surrealista nos deixou uma obra de carácter raro e simbólico que excecionalmente teve a merecida oportunidade para se apresentar.
Fundação Cupertino de Miranda ‘desoculta’ obra de quase incógnito artista
Fruto da mais recente incorporação proveniente do legado deixado por Cruzeiro Seixas, foi possível reunir um conjunto de obras da autoria do homenageado que nunca tiveram a merecida oportunidade para se apresentarem. A Fundação Cupertino de Miranda propõe assim esta mostra como um intento de “desocultação” da obra, da pessoa e da personagem de António Paulo Tomaz, dando a conhecer ao público um pouco mais da história da intervenção surrealista em Portugal, reabilitando o real quotidiano na direção de um novo real poético presidido pelo Amor, Liberdade e Poesia.
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A síntese perfeita de Cesariny em ‘Poemas Dramáticos e Pictopoemas’
Imagens: DR
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