Nuno Melo, eurodeputado e conselheiro nacional do CDS-PP, uma das vozes mais críticas da atual liderança de Francisco Rodrigues dos Santos, apresenta oficialmente neste sábado, 9 de outubro, pelas 15h00, a candidatura à presidência dos centristas. A sessão decorrerá no Porto, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, e deverá contar com a presença de muitos rostos conhecidos do partido, devendo também ‘haver algumas surpresas‘.
No dia de anúncio de recandidatura de Francisco Rodrigues dos Santos, no final de uma reflexão sobre as autárquicas, Nuno Melo, que se candidatou, tendo ganho, pela sexta vez pela Coligação Mais Famalicão (uma aliança local entre PSD e CDS) à liderança da Assembleia Municipal, tece duras críticas à direção pela forma como analisou os resultados das eleições através de uma longa publicação na sua página de Facebook. Na ocasião, o famalicense Nuno Melo deixava logo antever que “dentro de dias” daria a conhecer publicamente a decisão de disputar a liderança do partido no Congresso que se vai realizar em finais de novembro ou dezembro. “Muito antes das eleições autárquicas fiz saber que a decisão que tomasse em relação ao próximo Congresso, a que apresentarei uma Moção de Estratégia Global, não dependeria dos resultados destas eleições, antes sim da avaliação que fizesse do estado geral do partido”, destaca.
Esta avaliação é a de um partido ‘débil’ e fragilizado, tendo em conta a dimensão real dos resultados. “Quando o partido se encontra débil, o risco é grande nos combates legislativos. Fazer de conta que os factos não são os que os números revelam não só não resolve os nossos problemas estratégicos estruturais, como evita que os superemos com coragem”, ajuiza.
Preocupações eleitorais de Nuno Melo
“Não podemos aceitar, muito menos desvalorizar, que as novas forças políticas à direita ocupem a relevância que nos coube sempre”, afirmou Nuno Melo referindo-se à perda de terreno do partido para outras forças partidárias, nomeadamente o Chega e a Iniciativa Liberal (IL), que obtiveram melhores resultados que o CDS através de listas em que concorreram com candidatos originários deste partido.
“Preocupa-me, no que se refere a candidaturas próprias do CDS, que o partido tenha reduzido a sua representatividade de 134 mil votos em 2017 para apenas 74 mil agora. Preocupa-me que nas coligações lideradas pelo CDS o número de votos tenha baixado de cerca de 80 mil para cerca de 19 mil.
Preocupa-me que somadas as listas do CDS e as coligações em que lideramos, a percentagem de votos tenha caído de 4,1% para 1.9%. Preocupa-me que nas grandes cidades onde o CDS concorreu, as nossas votações estejam infelizmente abaixo do Chega e quase a par da IL.
Preocupam-me os votos realmente depositados nas urnas – e não os votos estimados: mas se ainda assim se quiser acreditar numa relação atual de 1 para 5 nas coligações com o PSD, então o resultado final traduz uma queda de 75 mil votos face há quatro anos (candidaturas autónomas + candidaturas que lideramos + 20% nas coligações lideradas pelo PSD).
Preocupa- me se qualquer direção do Partido não se preocupar suficientemente com isto.
Igualmente preocupante é perceber que, na esmagadora maioria dos casos, esta redução de votos e percentagens do CDS beneficia o partido Chega – e, às vezes, a Iniciativa Liberal (IL) – que está à nossa frente onde diretamente comparamos marca, símbolo e discurso.
É especialmente motivo de reflexão a circunstância de o CDS ter tido votações residuais em parcelas muito significativas do território mais urbano, designadamente em muitos dos concelhos mais populosos de Portugal, particularmente importantes em eleições legislativas, numa tendência que se deve reconhecer não é de hoje, mas que se agravou”.
Recuperar militantes e simpatizantes
Igualmente preocupante é perceber que, na esmagadora maioria dos casos, esta redução de votos e percentagens do CDS beneficia o partido Chega – e, às vezes, a Iniciativa Liberal (IL) – que está à nossa frente onde diretamente comparamos marca, símbolo e discurso.
Quem é Nuno Melo?
Deputado no Parlamento Europeu desde 2009, Nuno Melo tem 55 anos e foi o único representante do CDS-PP eleito nas europeias de 2019. Antes de ser eurodeputado, representou também o círculo de Braga na Assembleia da República, tendo chegado a ser líder do grupo parlamentar centrista.
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