CIOR, projeto educativo com identidade própria completa 30 anos

 

 

Este sábado, 11 de setembro, a Escola Profissional CIOR, de Vila Nova de Famalicão, celebra 30 anos de vida. Este  estabelecimento de ensino dirigido por Amadeu Dinis é hoje uma referência na região nasceu, em 1991, ao abrigo do PROAVE – Operação Integrada do Vale do Ave, programa implementado pelo Governo de então nos concelhos de Famalicão, Santo Tirso, Guimarães e Fafe que pretendia responder às dificuldades com que estes territórios se confrontavam face à crise das indústrias têxtil e de vestuário e a sua previsível evolução, deste modo procurando evitar ou minimizar dificuldades que colocassem em causa as potencialidades de desenvolvimento da região.

Com base numa parceria institucional, tendo como entidades promotoras a Câmara Municipal de Famalicão e a Escola Secundária D. Sancho I, iniciou-se um projeto educativo, formativo e sociocultural, permanentemente aberto, dinâmico e inovador. Este projeto veio responder à necessidade de formação académica e profissional conjunta que existia na altura, uma vez que, após o 25 de Abril e com a rotura que houve com as escolas comerciais e industriais, deixou de haver formação profissional para jovens. Esta, segundo conta o Diretor da CIOR, Amadeu Dinis, era uma lacuna muito grande, uma vez que já todos os países da União Europeia tinham essa formação no currículo académico dos jovens, exceto Portugal.

A partir desse momento, vários cursos foram abrindo, adaptaram-se salas e escritórios a salas de aula, primeiro num edifício na Av. General Humberto Delgado e num Centro Comercial em Famalicão e, mais tarde, em 1996, e para fazer face a novas exigências e desafios, a CIOR passou a ocupar as atuais e modernas instalações, devidamente equipadas, através de uma candidatura e financiamento, no âmbito PRODEP.

Uma escola com identidade única

A Escola Profissional CIOR, que se tem consolidado na experiência, na cooperação institucional e na procura sistemática de novos paradigmas que a tornam única, tanto ou mais que uma escola profissional, procura ser um agente e um parceiro ativo no desenvolvimento da comunidade local e regional onde se insere e quer servir, respondendo aos desafios da qualificação dos recursos humanos, da modernização e da competitividade do tecido socioeconómico e empresarial como fatores de progresso, coesão social e bem-estar.

Saídas profissionais: indústria e setor social

Na opinião de Amadeu Dinis, as escolas profissionais “têm que ter uma relação muito próxima com o tecido económico e industrial onde se localizam e, por isso, a escola vai tentando corresponder às necessidades formativas para esse tipo de tecido empresarial, comercial, industrial e social existente no concelho. A sua oferta formativa vai sendo adaptada em função das necessidades”. Ao longo dos anos, a CIOR foi diversificando a oferta formativa, pelas áreas de serviços, energias, mecânica e qualificou já milhares de jovens, acompanhando as orientações da U.E. e procurando corresponder a essas necessidades. Atualmente é uma escola que tem duas grandes saídas profissionais, uma para a indústria e outra para o setor social. Para a indústria existem cursos na área da metalomecânica, mecatrónica, eletrónica, eletricidade e farmácia. Em relação ao setor social a escola tentou responder, através do curso de animação sociocultural, a uma grande necessidade local, que são os serviços a crianças, jovens e seniores uma vez que Famalicão é um concelho que tem cerca de 50 IPSS, e há por isso uma necessidade grande por parte destas entidades no sentido de terem quadros e profissionais devidamente preparados para o exercício dessas funções.

Parcerias de excelência com empresas e instituições

Desde sempre, a CIOR procura estabelecer parcerias de cooperação Institucional que procuram responder às necessidades emergentes do contexto social, cultural e empresarial, à modernização do tecido empresarial, bem como concretizar iniciativas ligadas à promoção do emprego e formação profissional, guiando-se sempre, segundo Amadeu Dinis, por valores e princípios que tenham, por fim último, a formação integral do aluno, como pessoa, nos seus interesses e aspirações e, como cidadão, ativo, responsável, interveniente, e solidário. Deste modo, é enviada anualmente uma proposta da oferta formativa ao Ministério da Educação, dos cursos a abrir para cada ano letivo, para mais tarde ser feita a divulgação junto da comunidade local, através de vários meios: redes sociais, internet, contactos com a rede local de educação e formação, que é fundamental neste processo. A oferta é divulgada, os jovens inscrevem-se, e são realizados posteriormente alguns workshops no sentido de fazer a seleção, encaminhamento e alguma orientação vocacional. Nas palavras de Amadeu Dinis, “os alunos são enquadrados em cada um dos cursos sendo sempre consideradas as suas vontades, anseios e vocações”.

Localizada numa zona privilegiada e com boa acessibilidade, a CIOR acolhe neste momento 400 alunos de vários concelhos, desde Famalicão a concelhos vizinhos, como Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Barcelos, Braga, Guimarães, Trofa, Santo Tirso, Paços de Ferreira, Maia, entre outros, e tem protocolos com mais de 200 empresas. Como nos explicou o diretor da CIOR, os alunos dos cursos profissionais têm que, ao longo dos 3 anos, “fazer, no mínimo, 2 períodos grandes de formação em contexto de trabalho numa empresa ou organização”. Estes protocolos são, por isso, necessários para que os jovens possam fazer estas cerca de 700horas de formação em empresa ao longo do curso. Segundo Amadeu Dinis estes protocolos “são fundamentais, por um lado, para essa formação curricular e por outro lado também para a sua inserção no mercado de trabalho não descurando a possibilidade, se eles quiserem, de fazer o prosseguimento dos estudos sendo que há vários casos de alunos que prosseguem os estudos através das universidades ou dos politécnicos”. No entanto, Amadeu Dinis salienta que a grande função da CIOR é preparar os jovens para o mundo de trabalho com todas aquelas competências que são necessárias, “desde as competências sociais, profissionais, todas as competências transversais que um jovem candidato a um emprego deve possuir para se integrar plenamente no mercado”. Na opinião de Inês Machado, aluna do 11º ano do curso de Auxiliar de Farmácia, “a CIOR tem um método de ensino muito motivador, e por mais desmotivado que um aluno possa estar os professores ajudam sempre. É uma escola boa, vim para aqui porque me deram esse conselho e não estou nada arrependida. Aconselho qualquer jovem a estudar aqui porque aqui é como uma família. Se passarmos no corredor e estivermos menos bem hoje, toda a gente vai reparar e vão-nos ouvir e ajudar, é muito bom”.

A escola profissional CIOR tem protocolos com empresas ativas nas áreas de cada um dos cursos. Para a formação dos alunos do curso de Animação Sociocultural, por exemplo, Amadeu Dinis explica que a escola tem protocolos com a generalidade das IPSS de Famalicão. O curso de Auxiliar de Farmácia beneficia de dois grandes protocolos de suporte ao curso, um deles com a Associação Nacional de Farmácias, que ajuda e sistematiza toda a organização curricular do curso assim como a monotorização do mesmo, e outro com a CESPU, que possibilita a utilização dos laboratórios específicos da Escola Superior de Saúde para esta formação. Para além destes, existem ainda protocolos com as farmácias locais, do concelho de Famalicão e de alguns concelhos vizinhos, que proporcionam aos jovens formação em contexto real de trabalho. Nos outros cursos, nas áreas da eletrónica, mecatrónica automóvel e metalomecânica, o diretor garante que acontece “exatamente o mesmo, existindo protocolos e parecias muito grandes e com muitas empresas, como por exemplo com a empresa famalicense S. Roque.”

Amadeu Dinis explica que, devido a estas parcerias, “muitas vezes, algumas das unidades de formação, em vez de serem dadas nas oficinas e laboratórios da escola, são dadas na própria empresa”. Na opinião do diretor, “a evolução tecnológica é de tal ordem de dia para dia que as escolas não têm capacidade de acompanhar essa evolução tecnológica”. Recorda, por isso, que “a CIOR, há 6 anos montou uma oficina com produção metalomecânica, programação e maquinação, um investimento de cerca de 400 mil euros. No entanto, as coisas estão sempre a evoluir e o mercado e as empresas acompanham essa evolução, por isso, essas parcerias são fundamentais, não só para a formação em contexto de trabalho, não só para a integração no mercado de trabalho após a formação, também é importante que tenhamos este apoio das próprias empresas para algumas unidades de formação no sentido em que o acompanhamento da evolução tecnológica possa ser uma realidade”.

Erasmus+ é mais-valia para universo CIOR

Para além dos protocolos com diversas empresas, a CIOR tem ainda um programa facilitador desta formação, o programa Erasmus+, que todos os anos coloca inúmeros alunos em mobilidade. Este ano a escola realizou cerca de 130 mobilidades para países como Espanha, França, Itália, Alemanha, Polónia, Roménia, Finlândia, Dinamarca, Holanda, Grécia. “Esses períodos de formação no contexto de países da Europa são muito importantes para a formação integral dos jovens porque é uma oportunidade única. Para muitos é a primeira viagem para fora do país, onde vão conhecer outras realidades e adquirir competências a nível da cidadania europeia, que é cada vez mais posta em causa tudo por todos. É uma oportunidade para os jovens se inteirarem da realidade dos outros países e é facilitador das aprendizagens na comunicação noutra língua pois, normalmente, a língua que vão utilizar nestes períodos de Erasmus é a língua inglesa, o que vem também ajudar muito ao desenvolvimento dessa competência de comunicação. São experiencias riquíssimas, onde eles criam muito mais autonomia, pois estão longe das famílias, têm que ser autónomos em tudo aquilo que em casa os pais são elementos facilitadores, desde o tratamento das roupas, das refeições, o gerir um orçamento para um período de 2 meses, pagar todas as despesas inerentes, questões de saúde, qualquer problema que surja, eles têm que adquirir essas competências, há um crescimento integral muito forte”, salienta Amadeu Dinis.

O projeto Erasmus+ é, portanto, uma grande aposta da Escola Profissional CIOR. É uma escola certificada pelo programa Erasmus+, e vê todos os anos as suas candidaturas aprovadas devido a essa certificação. Para o diretor da escola esta “é uma grande oportunidade para os jovens porque sem este programa nunca teriam este tipo de experiência e não adquiriam estas competências que só este programa lhes permite adquirir”.

Em entrevista, a aluna Inês Machado, a quem foi proposta a ida em Erasmus para Gandia, Espanha, revela que a experiência superou as suas expectativas uma vez que “o acolhimento foi muito bom. A farmácia também nos mostrou que em Portugal e em Espanha é diferente, mas nós conseguimos sempre aprender mais. Não tínhamos tido nenhuma experiencia no âmbito profissional ainda, só pequenas formações, e foram dois meses muito bons, em que estive na prática, no atendimento, e tive nas duas versões do que é trabalhar numa farmácia. Para além do trabalho, a experiencia em si, estar num país novo, a gastronomia, os passeios, as visitas, foi tudo muito bom, foram dois meses que passaram a voar”. No futuro próximo, a aluna espera “terminar o curso e trabalhar numa farmácia”.

Ensino da CIOR focado em cada aluno

Amadeu Dinis, 58 anos, é professor de língua portuguesa e trabalha na CIOR desde 1996, levando cerca de 25 anos como diretor da escola. Não exerce o cargo de professor uma vez que o cargo que desempenha atualmente não é compatível com essa função, mas, diz-nos, tem estado a gerir a escola ao longo deste tempo “com muito esforço, mas também com muita dedicação. Procuramos, acima de tudo, que nenhum dos jovens que frequentam a escola fique para trás. Todos tem que ter, no seu percurso académico, oportunidade de verem os seus anseios realizados. Há muitos jovens que vão para a escola e não gostam de escola, e é preciso ir trabalhando esta controvérsia que existe num miúdo que é: eles olham para a escola como uma chatice e nós temos que tentar demonstrar-lhes que o futuro deles passa essencialmente por este grande momento, que é o momento em que eles estão na escola.”

Para isso, a CIOR conta com um grupo de técnicos especializados, que trabalham a componente da orientação, da motivação, do aluno ser um empreendedor. “Procuramos que os alunos trabalhem por projeto, no fundo, para ir ao encontro dos seus anseios. Em vez de estarem todos a fazer a mesma coisa ao mesmo tempo, eles podem fazer coisas diferentes e o resultado ser exatamente aquele que pretendemos, quer as aprendizagens de determinadas disciplinas quer adquirirem determinadas competências. Podem fazer isso de uma forma totalmente diferente do que era antigamente, em que o professor estava na sala, era «o magister dixit», hoje não. Hoje o aluno pode estar a trabalhar num projeto que até pode ser muito abstrato, mas que na realidade vai conduzir às competências que se pretende com aquelas aprendizagens. Acho que esse é o grande segredo do ensino, como somos uma escola pequena e conhecemos muito bem os alunos é possível trabalhar isto de uma forma muito mais individual, ou seja, cada aluno tem as suas necessidades, os seus anseios, e isso é possível trabalhar com todo o apoio desta equipa que está no backoffice digamos assim, a trabalhar cada um dos alunos”, revela Amadeu Dinis.

Quadro de professores diversificado e bem integrado

O quadro de professores da CIOR é diversificado. A escola conta com professores jovens, mas também com professores com muita experiência chegando até a recorrer a formadores de empresas, que ajudam numa unidade de formação mais específica, de forma a orientar os alunos e partilhar as experiencias que têm do mercado de trabalho. A escola procura, desde sempre, proporcionar aos colaboradores as condições necessárias para que estes se sintam identificados e valorizados com a cultura organizacional da instituição, proporcionando-lhes um contexto favorável para o seu crescimento e desenvolvimento, nomeadamente através da formação ao longo da vida. Para Amadeu Dinis, “quando falamos de ensino profissional temos que pensar que temos que ter formadores e professores com muita experiência nas áreas mais técnicas”. Atualmente a CIOR conta, portanto, com 36 profissionais qualificados para responder às necessidades do mundo do trabalho em transformação e às realidades do tecido socioeconómico e empresarial.

Para Arcélio Sampaio, Diretor de Curso de Auxiliar de Farmácia e professor das disciplinas de Fisiologia, Anatomia e Farmacêutica e de Biologia e Geologia, a experiência na CIOR “tem sido muito agradável”. Professor na CIOR há, sensivelmente, 16 anos, Arcélio Sampaio revela que esta “tem sido uma experiência de grande aprendizagem uma vez que eu fui formatado, como qualquer outro professor, para o chamado «ensino regular», e quando cheguei a esta escola encontrei uma realidade diferente, com metodologias e estratégias de ensino também elas diferentes, e que não eram propriamente conhecidas da minha parte.” O professor confessa que foi sempre bem acolhido, e que facilmente compreendeu a importância da diversificação de estratégias por parte da CIOR. “Temos de perceber que temos jovens que, efetivamente, estão vocacionados para outro tipo de ensino que não o ensino standard do país. Aqui encontramos realmente jovens com muitas potencialidades, muitas capacidades, e que só necessitavam realmente de um percurso diferente, mais ajustado às suas necessidades, e nós professores também tivemos que fazer essa adaptação”. Para Arcélio Sampaio esta adaptação correu sempre muito bem uma vez que, na CIOR, os professores encontram “uma equipa unida, uma equipa jovem, coesa, uma direção forte, presente, e que nos apoiou sempre. É por isso um gosto pertencer a esta família”.

Imagem de referência conquista novos alunos

A imagem de credibilidade e de referência que tem sido atribuída à Escola Profissional CIOR resulta da educação e formação já ministrada a milhares de jovens cidadãos, do aproveitamento e rentabilização dos recursos técnicos e humanos, da ligação permanente ao tecido empresarial e às suas solicitações e necessidades, das parcerias privilegiadas que procura manter, do diálogo institucional, mas também da forma como enfrenta e supera os desafios que vão surgindo.

“Atualmente há uma grande dificuldade por parte das escolas em relação à constituição das turmas. Nas últimas duas décadas a taxa de natalidade diminuiu imenso, e agora essa baixa da taxa de natalidade reflete-se. Ou seja, o que acontece é que o número de escolas é o mesmo, a oferta formativa mantém-se estabilizada de há uns anos para cá, mas o número de alunos é menor. Daí que haja assim quase que uma «guerra aberta» entre escolas, uma guerra saudável como é lógico. No entanto, como os alunos são menos e a oferta é a mesma, isto cria alguns constrangimentos na constituição de turmas. Essa é a grande dificuldade que as escolas, e isto é transversal a todas as escolas mesmo, passam neste momento”, confessa Amadeu Dinis.

Formar para o mercado de trabalho

No entanto, enquanto Escola Profissional, a CIOR tem um posicionamento ligeiramente diferente em relação a outras escolas da região. Salienta Amadeu Dinis que a grande procupação da CIOR não é o acesso ao ensino superior. “A nossa grande preocupação não é formar por formar, aquela obrigatoriedade, a escolaridade obrigatória. A nossa grande missão é preparar os jovens de uma forma consciente e profissional para a integração no mercado de trabalho. É aí que nós nos posicionamos”. Por este motivo, a CIOR mantém a preocupação de ter o currículo devidamente organizado e negociar e conversar com as empresas, saber o que as empresas querem. “O acompanhamento que as empresas nos dão e o feedback que nos proporcionam é muito importante para o planeamento das formações que damos e para a organização de toda a formação que promovemos. Esta relação intrínseca que temos com as empresas é fundamental. Não vale a pena formar por formar, temos que formar em função daquilo que o mercado precisa. Quem nos dita essas necessidades é, sem dúvida, o tecido económico e industrial que existe”, acrescenta Amadeu Dinis.

O desafio COVID-19

Outro grande desafio que as escolas têm vindo a enfrentar está, previsivelmente, relacionado com a pandemia COVID-19. “A pandemia veio alterar profundamente o funcionamento das escolas, aquilo que era como um dado adquirido, que era a escola aberta, sempre a funcionar, toda a organização e planeamento de uma escola, foi completamente adulterada” conta o diretor da escola. “Dentro de uma sala de aula ou de uma oficina há o trabalho individual, há o trabalho em pares, há o trabalho de grupo, tudo isso teve que ser redimensionado. Deixou de se fazer trabalho de grupo, trabalho em pares, tivemos que reinventar a escola. Aquela ideia do trabalho de projeto assenta muito aí porque a ideia do trabalho de projeto era: havia um projeto para uma turma, para um grupo de alunos, e todas as disciplinas descarregavam nesse projeto, ou seja, todos os professores trabalhavam com os alunos determinado projeto que estavam a fazer, como por exemplo a feira medieval, em que todas as disciplinas estão integradas e depois os alunos, ou individualmente, ou em grupo, ou em pares, iam desenvolvendo as atividades”. O plano de contingência trouxe, desta forma, muitas limitações à metodologia da CIOR. “A separação social dos jovens pôs muito em causa o nosso trabalho, tivemos que reinventar esse trabalho, não desconfigurando a filosofia de trabalho de projeto”.

Foram várias as atividades suspensas, como “as visitas de estudo, que são fundamentais, pois eles iam visitar uma empresa na área de formação, ver o funcionamento de uma empresa, ou até a ida a um museu, qualquer atividade de saída da escola em turma, todo esse tipo de atividades foi suspenso”, afirma Amadeu Dinis.

No entanto, a CIOR foi das poucas escolas a nível nacional que não suspendeu o programa Erasmus+ e manteve as mobilidades para o estrangeiro. “Logicamente que, até aí, tivemos que nos reinventar, porque havia países que estavam fechados, outros que abriam temporariamente. Tínhamos que andar aqui assim quase que a «voar de um lado para o outro» no sentido de irmos encontrando parceiros disponíveis para nos receber, para acolher os alunos e proporcionar as formações nos países para onde os enviávamos. Tudo isso deu um trabalho enorme, que ninguém imagina, porque já tínhamos os destinos, os fluxos todos organizados, e de repente cai tudo, desmoronou-se tudo. Tivemos que recomeçar e, depois, quando tínhamos as coisas quase já preparadas, aquele país fechava por causa da pandemia, tínhamos que adiar mais uns dias, tínhamos que ir afinando tudo isto, ou seja, a escola teve que se reinventar, readaptar”.

“Todos os dias havia novidades”, complementa “Amadeu Dinis. Havia suspensão de atividades, e ainda as questões das aulas mais técnicas, pois tivemos que fazer algumas alterações ao plano curricular em algumas circunstâncias em que as aulas mais práticas, mais oficinais e laboratoriais, tiveram que ser efetivamente suspensas. Antecipamos matérias mais teóricas do ano seguinte para aquele ano, e no seguinte reforçamos as aprendizagens nas áreas técnicas no sentido de os jovens não perderem a oportunidade das aprendizagens. Não se vai pedir a um miúdo que, em casa, no ensino à distância, esteja a maquinar uma peça de um Torno CNC de forma virtual quando na realidade ele tem que pegar na peça, tem que mexer, tem que a trabalhar. Tivemos todo um trabalho de dia a dia de adaptação e até alteração ao próprio currículo no sentido de adiar umas coisas, antecipar outras, por forma a que o aluno pudesse ter oportunidade de fazer aprendizagens e adquirir as competências que estão associadas a cada um dos cursos.

A reinvenção da Feira Medieval

Outra atividade, bastante conhecida do público geral, que teve que ser repensada pela CIOR foi a Feira Medieval. Concebida numa lógica e prática de trabalho/projeto ou prova de aptidão profissional dos alunos do Curso Profissional de Animação Sociocultural a Feira, pela sua dimensão, crescimento, dinâmica e envolvência, de imediato se afirmou como a Feira de toda a comunidade educativa da CIOR, relevando o seu sentido de pertença, o seu trabalho colaborativo e a sua identidade. Como trabalho/projeto de alunos, é um evento que põe à prova os seus conhecimentos, capacidades e competências ao nível da organização, programação, planeamento, distribuição de tarefas, logística, trabalho de equipa, cooperação, diálogo e sentido de responsabilidade. “No ano passado não fizemos a Feira Medieval. Este ano fizemos a Mostra Medieval, que é um bocadinho diferente, foi uma adaptação. Os jovens aprendem muito com estes projetos, pois organizar uma Feira Medieval implica todo um planeamento, uma preparação de meses, toda a parte organizativa do evento é complexa. Este ano tivemos que reinventar a Feira, com uma mostra em que a as pessoas puderam ver o que acontecia naquela época, há uns séculos atrás, mas de uma forma diferente, pois não havia a interação. A interação do público que nos visita nesse evento não era a mesma, até por causa do distanciamento social, pois ainda estava tudo muito limitado. O público podia assistir, mas não podia interagir, o que é diferente do normal, mas coisas vão-se adaptando, vamo-nos reinventando”, conclui Amadeu Dinis.

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Oferta Formativa da CIOR

Cursos Profissionais – 12º ano

  • Programação e Maquinação em CNC
  • Eletrónica, Automação e Comando
  • Animação Sociocultural
  • Mecatrónica Automóvel
  • Auxiliar de Farmácia

Cursos CEF – 9º ano

  • Cuidador de Crianças e Jovens – Tipo 2

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