Na intervenção de encerramento da XII Convenção do Bloco de Esquerda, Catarina Martins – que viu a sua moção aprovada por mais de 60% dos votos dos delegados – defendeu o emprego como a prioridade das prioridades. Para isso, considera indispensável o investimento em três setores prioritários: habitação, clima e cuidados sociais. No final, encerrou o encontro magno do partido com a certeza de que o Bloco e os seus militantes estão “prontos” para os tempos que aí vêm.
No discurso de encerramento da reunião magna, Catarina Martins escolhe Partido Socialista (PS) e Partido Social Democrata (PSD), os dois principais partidos, como alvo das suas críticas. Do PS diz-se que “recusou todos os compromissos”, do PSD que, como “já se percebeu”, quer a extrema-direita no Governo. Assim sendo, sobra a esquerda. “Essa desistência da direita coloca ainda maiores responsabilidades: toda a política nacional será determinada pela força da esquerda para conseguir as soluções para o país”.
Desta forma, a única saída passa pela esquerda. “Eles que falem da sua zanga contra quem trabalha, contra a mulher, contra o imigrante. Nós falaremos de respeito pelas pessoas e de como melhorar os salários e pensões”.
A líder bloquista assumiu o emprego como “a prioridade das prioridades”. “O que existe e o que tem de ser criado. E que exige leis laborais fortes, para que o investimento se traduza em mais salário”. Isso passará por “repor os direitos contra o despedimento, combater o trabalho temporário, garantir contrato efetivo contra a precariedade, recuperar carreiras no público como no privado”. Para a coordenadora do Bloco, “cuidar da qualidade do emprego é a primeira medida para sair da crise”. A líder garante que a nova direção vai, de imediato, apresentar “legislação forte para responsabilizar os donos das explorações agrícolas ou das obras, bem como os donos das terras, pelos crimes contra os trabalhadores”.
Habitação, clima, apoios sociais
O Bloco não abdica das bandeiras que o levaram a votar contra o último Orçamento do Governo: habitação, clima e cuidados sociais.
Catarina Martins lembra que embora o Governo tenha desistido de cumprir o seu objetivo das 26 mil casas em 2024, o Bloco não desiste do plano de investimentos que propôs: “150 mil casas para um parque público habitacional com uma dimensão suficiente não apenas para responder a quem está mais vulnerável, mas também para regular o mercado e garantir casas a preços justos”.
No plano social, o Bloco não aceita a desresponsabilização do Estado pelas respostas sociais, “das creches aos lares, do apoio domiciliário à vida independente”, nem “as horas longas e os salários de miséria de quem cuida”.
Caderno de encargos pós-gerinçonça persiste no tempo
Além disso, Catarina Martins recordou também o anterior caderno de encargos com que confronta o Governo de António Costa desde o pós-geringonça: carreiras profissionais para “um SNS sólido”, reverter as leis laborais do tempo da troika, “construir um sistema de proteção social que não deixe ninguém de fora” e “impedir a captura dos dinheiros públicos pela irresponsabilidade financeira”.
Bloco mudou política autárquica e quer continuar a fazê-lo
A poucos meses das eleições autárquicas, apesar de expectativas comedidas, a líder convocou os militantes e simpatizantes. “A quem duvidar da importância do Bloco nas autárquicas, peço apenas um exercício: veja o que fizemos com 7% na Câmara Municipal de Lisboa.” Exemplificou essa importância com medidas como “manuais escolares gratuitos em toda a escolaridade obrigatória”, “refeições de qualidade” ou “concursos para atribuir apoios, trazendo transparência à política autárquica”. Sem fazer contas prematuras, “o Bloco já mudou a política autárquica”.
Imagens: 0) Alexandra Veira, 1) João Vasconcelos
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