A prestação do atleta e o julgamento final!
Apurar e declarar um vencedor numa qualquer prova é, certamente, uma tarefa inata da competição desportiva, cada vez mais isenta de dificuldades agora que a tecnologia vai sendo um fator determinante. Todavia, casos houve (e continuam) em modalidades onde o desempenho dum atleta, sob julgamento de um declarado árbitro, se pode revestir de alguma dificuldade acrescida.
Um exemplo muito paradigmático dessa realidade pode ser encontrado em modalidades onde pode verificar-se o descontrolo da massa adepta, o destempero ou o julgamento de um qualquer árbitro por erros grosseiros – a exteriorização de comportamentos piores, sem nexo.
Julgar não é fácil.
Por vezes, as decisões nem sempre encaixam na verdade ou na justiça desportiva – todavia a inteligência humana deveria saber suprir essas falhas e concorrer para a dignificação do espetáculo desportivo – muito raro!
Recordemos um episódio deveras interessante ocorrido em Los Angeles, nos Jogos Olímpicos de 1932.
Desenrolava-se a competição de ginástica, de barras paralelas, homens, quando os juízes se debateram com imensas dificuldades em apurar o vencedor da medalha de prata – dúvidas relativamente a dois finlandeses, Heikki Savolainem e Einari Terasvita – um empate difícil de resolver. Tanto o público assistente como os próprios atletas começavam a dar sinais de impaciência face ao tempo e à indecisão dos árbitros.
Então, os dois atletas em causa, fartos de esperar, decidiram-se.
Num momento de extremo espírito olímpico, dirigiram-se até ao lugar onde se encontravam os juízes e solicitaram autorização para colaborarem naquela difícil tarefa – autorização concedida. Afastaram-se para um lugar mais discreto e entre ambos, analisando o comportamento de cada um, chegaram a uma conclusão – escolheram para vencedor, o Savolainem, baseados na honesta conclusão de que havia tido o melhor desempenho.
Por estranho que pareça, o colégio arbitral concordou com a opinião de ambos e decidiu oficialmente!
Impossível ou muito difícil semelhante caso voltar a acontecer. Se assim for, estaremos na presença de uma nova era desportiva onde os valores mais altos da competição permanecem imaculados, segundo os cânones desejados.
Aguardemos!
Imagem: Urheilumuseo
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