Liberdade | Condenados a ser livres

Liberdade | Condenados a ser livres

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O surgimento do Núcleo de Famalicão da Iniciativa Liberal foi um momento especial para todos os amantes da liberdade, porque onde se cria uma casa onde se ame a liberdade, onde se lute contra o uso e abuso do poder, a arbitrariedade e o privilégio determinados a partir do topo está-se a dar um passo determinante, não só na expansão daquilo que é permitido a quem está no fundo mas também na reafirmação, agora também neste concelho, que há mais uma fortificação que se ergue contra a má apropriação dos poderes por parte do aparelho do Estado, contra a corrupção, contra a letargia que faz tempo se instalou no país, o privilégio e tudo mais que seja inimigo da liberdade, da responsabilização, da autonomia e do empoderamento do indivíduo.

A missão que assumimos, sabemos de antemão que não se augura um simples feito. É sempre mais fácil seguir a rebentação da onda do que lutar contra ela. Ser liberal, abertamente contra o centralismo e a favor da iniciativa privada é o primeiro passo dum caminho que se prevê desencorajador e sinuoso, onde os ataques ao carácter são mais comuns que os ataques aos argumentos. O sofismo terá sempre um pé de vantagem relativamente à razão, e o populismo será sempre posto à frente do estudo meticuloso de propostas e ideias. Em suma, quem quer uma luta justa e decente não pode ser liberal neste país.

A nossa razão de ser é uma renovação da missiva já bem anteriormente expressa pelo saudoso Hayek, o fim de qualquer privilégio. O fim do privilégio de ditar o que pensar, o que consumir, o que comprar, o que ler, o que que ver e quem amar. O liberalismo é não só a mais alta defesa e afirmação das liberdades e dos direitos inalienáveis do homem, como a mais completa formulação de axiomas e premissas que desaguam nesse mesmo fim político, não o de libertar o homem, mas o de permitir que este se liberte, porque nunca poderá a autoridade tirar a alguém o que nunca foi seu.

Para além de todos os procedimentos burocráticos, todas as formalidades, todas as garantias de que somos uma casa de valores e transparência, comprometemo-nos a encarnar os princípios basilares do ideal liberal, a honrar a tradição de todos aqueles que no passado e presente se bateram e ainda se batem por um mundo mais livre, mais justo e em paz.

O liberalismo, edifício intelectual muito mais robusto do que os de pedra e cimento, onde é erguido não tem feito mais do que proporcionar os mais impressionantes feitos sociais, humanos, tecnológicos e económicos, onde é erguido é certo que, se for cuidada e atenta a sua constante manutenção, trará não perfeitas misérias disfarçadas de paraísos na Terra, mas imperfeitos e certos avanços civilizacionais que nunca poderiam ser obtidos doutra forma. Somos nós os cuidadores desse mesmo edifício neste país, e hoje neste concelho também.

Um edifício só se pode manter imponente se tiver na sua estrutura bons alicerces. Vida, Liberdade e a busca pela felicidade, Thomas Jefferson o definiu assim há muito tempo. Há, no entanto, um valor, que pela sua natureza, escapa desta trindade. Aliás, permitindo-me uma pequena ironia, este valor tem muito pouco de político, e o mais provável é que quem se queira aventurar por estes meandros, aprenda intuitivamente que este valor não costuma a ser uma das paragens mais frequentes. Este valor, tem que ser rapidamente assumido, porque temo que os últimos tempos não tenham sido simpáticos com o seu esguio semblante.

Eu refiro-me à Verdade. As nossas ideias, por muito embelezadas por séculos de atento estudo, de brilhantes oradores e ainda mais impressionantes formuladores das Teorias e Leis que governam politicamente os homens, só funcionam porque são em si decorrentes de princípios e pressupostos verdadeiros. Ser liberal parte de uma visão realista, que não só um sistema que permita o maior número de liberdades a cada célula da sociedade, o indivíduo, não só é o mais eficaz, é o único sistema possível. Qualquer outra sistema que privilegie, não os valores da liberdade, mas como muitos outros fazem e fizeram, privilegie a sua antítese, não terá outro destino que a miséria, o infortúnio e a desgraça. O liberal não é apenas aquele deseja a liberdade para todos, é aquele que sabe não há de facto outra alternativa, apropriando-me das palavras de Jean Paul-Sartre: “O Homem é condenado a ser livre”. Aceitemos portanto esta condenação.

Os autoritários alcançam o poder e a sociedade desaba sobre o peso da sua prepotência. Quem defende a força do Estado como única solução para os problemas da sociedade, para a redução de todas as misérias e injustiças que constituem factos naturais da nossa existência não só exprime o seu espurco desejo de subjugar todos os que lhe são iguais como incorre numa das maiores mentiras que poderia proferir. Não é que sejam só inimigos da liberdade, são mentirosos também.

Temos assim que estar atentos à mentira, para que esta não municie (ainda mais) os vícios ditatoriais da nossa classe política. A partir de agora não deveremos só dizer que lutamos pela liberdade que há muito nos foi truncada barbaramente, mas também pela verdade. Cada comunicação, cada ato político, cada proposta de lei que façamos é um reposição natural da verdade que, em mais de 40 anos de democracia, quem dispôs do país a seu bel-prazer nunca foi inteiramente capaz de implementar a verdadeira justiça, a mais esperada reforma, a de criar um país verdadeiramente livre, e não um país continuadamente aprisionado por uma pseudo-cleptocracia que põe e dispõe dos seus cidadãos, que afugenta o mérito, que mente descaradamente, que se aproveita de crises para impor ainda mais a sua agenda, que está há 40 anos em dívida para com a verdade e para com o seu povo, os que edificaram uma indústria de miséria e pobreza, sacrificando no altar do seu ego as esperanças e sonhos de gerações de portugueses.

É por isso que na palete dos nossos valores deve estar sempre incluída a defesa intransigente da verdade. Lutem pela verdade e verão que não sobrará nenhum tirano de pé no fim da batalha. Hoje há em Famalicão mais uma casa que luta pela verdade, e pela liberdade de todos nós! Viva Famalicão! Viva a Verdade! Viva a Liberdade!

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Categorias: Crónica, Política

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