Arte | ‘Tímida Modernidade’ de José de Guimarães revela-se no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta
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Esta sexta-feira, 3 de julho, as portas do Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, em Guimarães, abrem-se às 17h00 para dar lugar à inauguração da exposição ‘Tímida Modernidade’ – Obras de José de Guimarães para um Futuro Centro de Arte Contemporânea em Guimarães, iluminando uma série de obras de José de Guimarães que nos permitem o acesso à sua prática entre o final dos anos de 1980 e os primeiros momentos da última década do século XX, com o artista vimaranense a fazer-nos recuar no tempo para continuar a questionar o futuro.
Tímida Modernidade são as palavras que encerram a carta redigida por José de Guimarães aquando da doação em 1992 de um vasto núcleo de obras da sua autoria à cidade de Guimarães. O ato de doar por parte do artista procurava energizar e agitar essa timidez – à qual a arte e a cultura nunca se devem tomar –, e com isso potenciar num futuro próximo a criação de um Centro de Arte Contemporânea, onde a arte e a dinâmica cultural de Guimarães se projetassem. Desde 1992 esta série de pinturas, desenhos, guaches e esculturas permaneceram em exposição no Paço dos Duques de Bragança. A remontagem que assistimos agora é, portanto, um desvio anacrónico no tempo e no espaço, perfilando uma exposição em termo de pausa e de desvio, constituindo um novo lugar para as olhar de volta.
Se hoje pensamos sobre o futuro dos museus e dos centros de arte no mundo, José de Guimarães apontava a seu tempo, a necessidade de ser criado um lugar plural, de projeção nacional e internacional, museu-habitat de artistas e agentes, um lugar de pensamento e questões, um museu-rampa onde se cruzariam as práticas artísticas e a cultura da contemporaneidade com as dinâmicas particulares e singulares da comunidade e território. Com certezas ou não, no futuro viria a formar-se o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), plataforma-museu que dedica a sua atividade ao gesto de dar a ver as criações artísticas contemporâneas lado a lado com objetos das coleções de Arte Africana, Arte Pré-Colombiana e Arte Antiga Chinesa do próprio José de Guimarães. Se em 2012 o CIAJG nascia com essa emergência, em 2020 continua a levantar a questão: qual o lugar do (deste) museu no futuro? Olhar esta exposição é também um recuo arquivístico que nos permitirá saltar daqui para o CIAJG revendo o lugar que ecoa na sombra de intenções do passado destas obras.
Nesta (re)exposição no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta – com curadoria de João Terras e Inês Oliveira, produção e montagens da responsabilidade de Hugo Dias, Nuno Ribeiro e (do mesmo) João Terras e pintura e instalações a cargo de Rui Gonçalves – percorrermos uma série de obras de José de Guimarães – como “A Ratoeira” de 1984 ou “Devorador de automóveis”, “A Dança”, “Cosmos”, todas de 1990 – que nos permitem o acesso à sua prática entre o final dos anos de 1980 e os primeiros momentos da última década do século XX. Poderemos por tais razões olhar para esta exposição como uma exposição-arquivo, que recua no tempo para continuar a questionar o futuro.
O acesso à inauguração da exposição é gratuito, por ordem de chegada e limitado à lotação do espaço, seguindo as respetivas normas de segurança preventiva que, neste contexto, passam pelo uso obrigatório de máscara, a desinfeção das mãos à entrada e distanciamento social de 2 metros, não sendo permitido tocar nos objetos. Após a sua inauguração, a exposição poderá ser visitada (pelo máximo de 2 visitantes em simultâneo) de segunda a sexta, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, aplicando-se as regras de segurança acima descritas.
Fonte e Imagens: AO
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