Ainda não foi criada até ao momento a vacina contra a Covid-19 e não existe previsão de que a mesma venha a ser inventada pelo menos até meados do próximo ano. Entretanto, somos alertados cada vez com mais insistência para a eventualidade de um novo surto da epidemia e, consequentemente, a necessidade de se virem a tomar novas medidas de confinamento, mais rigorosas e repressivas… e já se apontam culpados: os grupos de jovens que indisciplinadamente se juntam nas praias para se divertirem!
Considerações à parte no que respeita à “responsabilidade” do surto epidémico que há-de vir, uma coisa é certa: o vírus vai propagar-se e, por conseguinte, continuarão canceladas uma série de actividades como festivais de folclore, associativismo, festas e romarias.
Perante este cenário, inúmeras colectividades e grupos folclóricos correm o risco de desaparecerem. Quanto às romarias e outros eventos de carácter religioso, certamente sobreviverão apesar das proibições, tal como sobreviveram aquelas que foram reprimidas pela fúria anti-clerical ao tempo da Primeira República, simplesmente porque se encontram enraizadas na alma do povo.
Pese embora a discriminação cada vez mais flagrante que já revela laivos de uma ditadura, o associativismo popular não reage. Os grupos folclóricos estão adormecidos. O povo está anestesiado. Estão criadas as condições básicas para a imposição de um regime autoritário que não respeita as liberdades individuais e colectivas. Estas tornam-se um privilégio de alguns – partidos políticos, comunicação social, artistas e sindicatos que são financiados pelo sistema – enquanto os outros estão condenados à asfixia!
– A festa acabou!
Obs: artigo original previamente publicado em Blogue do Minho, em 22062020.
Imagem: José Carlos Vieira
**
*
Se chegou até aqui é porque provavelmente aprecia o trabalho que estamos a desenvolver; e não pagou por isso.
A Vila Nova é cidadania e serviço público: diário digital generalista de âmbito regional, independente e plural, é gratuito para os leitores. Acreditamos que a informação de qualidade, que ajuda a pensar e a decidir, é um direito de todos numa sociedade que se pretende democrática.
Como deve calcular, a Vila Nova praticamente não tem receitas publicitárias. Mais importante do que isso, não tem o apoio nem depende de nenhum grupo económico ou político.
Você sabe que pode contar connosco. Estamos por isso a pedir aos leitores como você, que têm disponibilidade para o fazer, um pequeno contributo.
A Vila Nova tem custos de funcionamento, entre eles, ainda que de forma não exclusiva, a manutenção e renovação de equipamento, despesas de representação, transportes e telecomunicações, alojamento de páginas na rede, taxas específicas da atividade.
Para lá disso, a Vila Nova pretende produzir e distribuir cada vez mais e melhor informação, com independência e com a diversidade de opiniões própria de uma sociedade aberta e plural.
Se considera válido o trabalho realizado, não deixe de efetuar o seu simbólico contributo – a partir de 1,00 euro – sob a forma de donativo através de netbanking ou multibanco. Se é uma empresa ou instituição, poderá receber publicidade como forma de retribuição.
Se quiser fazer uma assinatura com a periodicidade que entender adequada, programe as suas contribuições. Estabeleça esse compromisso connosco.
Contamos consigo.
*
NiB: 0065 0922 00017890002 91
IBAN: PT 50 0065 0922 00017890002 91
BIC/SWIFT: BESZ PT PL
Obs: Envie-nos o comprovativo da transferência e o seu número de contribuinte caso pretenda receber o comprovativo de pagamento, para efeitos fiscais.
*