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Contra o racismo não existe cor, nem raça, nem credo, nem poema pequeno o suficiente que não possa erguer-se para ser maior que as muralhas do ódio. Ser “anti” alguma coisa acarreta sempre sentidos dentro do Homem, que o Homem não deveria precisar de sentir. Não obstante, chega um tempo em que não ser “anti” é ser parte integrante de uma guerra em que a neutralidade dá armas ao opressor e em que abster-se é quase o mesmo que votar a favor.
A velha escola das palavras peca muitas vezes por ser insuficiente perante a necessidade dos atos, mas a consequência imediata do silêncio é uma sentença aos pilares da liberdade de ter voz e não querer gritar. Em alternativa ao silêncio, há também os que tentam unificar através da deturpação do conceito da igualdade. Dizer que “todas as vidas importam” em resposta ao “as vidas dos negros importam” é querer apagar a fogueira com gasolina e desprezar uma dor que nunca nos foi dada a provar.
Todas as formas de luta são imperfeitas, pelo simples facto de que, por si só, o ato de lutar põe à vista a trágica condição de ser necessário combater por um ideal para alcançar uma meta que deveria ser ganha à partida. Não sendo esta meta ainda possível, é preciso hierarquizar as nossas imperfeições. Tudo isto para dizer que criticar um movimento que marcha pelo direito à vida, com o argumento de que no meio de cada batalha exista quem a use para roubar e pilhar em proveito próprio, é o mesmo que dizer que o capitalismo importa mais que a vida e que o materialismo vale mais que a morte.
Há mais de cinquenta mil anos que usámos as palavras para comunicar, já o grito – de alerta, de perigo, de atenção – é tão antigo quanto os primeiros homens. É hora de gritar.
A única cor que fica mal num ser humano é o fascismo vestido por dentro da pele.
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