Esta semana que passou, tive oportunidade de voltar a almoçar e efetuar compras no comércio local. E sabem uma coisa? Senti-me muito bem! Senti-me seguro, senti que as pessoas estão preocupadas com o distanciamento social e com todos os cuidados preventivos necessários. Quando cheguei ao restaurante, deparei-me com um cenário de desinfeção como nunca. Admito que não estava habituado a tal , mas que me deu uma sensação de segurança positiva. Senti o “quebrar do gelo” entre o sentimento de confinamento e o retomar da vida quotidiana.
Numa perspetiva económica, analisando o comércio local, centrando um pouco mais esta análise no sector da restauração, é importante e urgente retomar os “velhos hábitos” de almoçar nos restaurantes, de fazer compras nos estabelecimentos de proximidade. Este estímulo, que todos nós podemos oferecer, torna-se vital para muitos comerciantes continuarem de portas abertas e manterem os postos de trabalho dos seus funcionários.
Muitas são as regras que a DGS – Direção Geral de Saúde colocou como obrigatórias para o setor de restauração. Estas regras influenciam o número máximo de lotação, reduzindo para menos de 2/3 a capacidade dos mesmos, respeitando o princípio dos 2m de distância exigida entre clientes. Além do mais, com a obrigatoriedade de os estabelecimentos terem de desinfetar sistematicamente os seus espaços, assim como de disponibilizarem líquidos de desinfeção para as mãos aos seus clientes, os comerciantes deparam-se com custos extra que antes não tinham com que se preocupar. Uma nova realidade também para os comerciantes, com novas formas de trabalhar.
Existe ainda o novo problema gerado, no qual os habituais clientes, nestes dois meses, se terem “habituado mal”, no que diz respeito à forma de fazer a sua alimentação. No caso dos restaurantes que serviam diárias, a maior parte dos seus cliente que almoçava ou jantava nos mesmos, nos últimos tempos habituaram-se a levar a comida de casa, a tão apelidada e famosa “marmita”, pois com a pandemia não havia onde almoçar, pois tudo estava encerrado. Este cenário, proporcionou ao cliente, a sensação de controlar a sua alimentação e ao mesmo tempo efetuar uma poupança mensal de rendimento despendido em alimentação. Este novo princípio, e esta nova forma de estar, é agora mais uma batalha que o sector da restauração terá de enfrentar. Os hábitos mudam-se constantemente, por isso a inovação e adaptação serão condições imprescindíveis para o sector recuperar a sua “forma”.
Resumindo de uma forma sistemática, o sector da restauração, e muitos outros também, enfrentam problemas com falta de clientes e consequente redução de faturação, enfrentam também os novos hábitos de os seus clientes preferirem efetuar as suas refeições preparadas em casa, conseguindo aforrar um pouco mais. Além de que se deparam com despesas extras mensais, geradas pela obrigatoriedade de desinfetar e dispor de elementos de desinfeção para os seus clientes.
Em Braga, a autarquia, por iniciativa própria, nas muitas medidas que tomou, em prol dos Bracarenses no decorrer desta pandemia, não se esqueceu dos comerciantes, e está, a todo o custo, a tomar medidas que ajudem na estimulação necessária para o setor. No que diz respeito à restauração, a autorização de alargamento das esplanadas, mostra que a própria autarquia está ciente da dificuldade que o setor está a sentir. Mais medidas com certeza surgirão, dentro das suas possibilidades. E são necessárias e urgentes!
Mas não chega! Todos nós, Bracarenses, enquanto consumidores e elementos estimuladores da nossa economia local, temos o dever de ajudar todos os setores da mesma. Dentro das possibilidades de cada um, devemos tentar, quando for possível, voltar a almoçar nos restaurantes da cidade, efetuar compras no comércio local. No fundo, consumir dentro da Cidade de Braga. Está na altura de sermos bairristas, e unirmos sinergias em prol da recuperação económica da cidade. Não estamos a ajudar só os proprietários, estamos sim a salvaguardar e a zelar, pelas famílias que trabalham nestes setores, cuidando de todos nós.
Braga tem muito para oferecer, seja para almoçar, para comprar, para visitar. Temos belos estabelecimentos de comércio local, temos restaurantes onde se come sempre bem, temos museus e monumentos para visitar, esplanadas para tomar café de excelência, entre outros. Tudo isto, com uma desinfeção como nunca. Por isso temos de confiar!
Dentro de todo o rigor preventivo, é nosso dever contribuir para o estímulo do nosso comércio em todos os sectores que o abrangem.
Braga nunca deixou ninguém para trás, e espero que desta vez seja igual. Os Bracarenses dizem sempre presente, e eu digo PRESENTE!
Já almocei, já tomei café, já comprei. Tudo em Braga. E vocês?
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