Dança | Olga Roriz apresenta ‘Autópsia’ em Viana do Castelo

Dança | Olga Roriz apresenta ‘Autópsia’ em Viana do Castelo

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Olga Roriz olha em redor e também para dentro de cada um de nós, colocando vida e morte no centro do seu novo espetáculo. Tendo estreado em início de novembro passado, em Lisboa, a coreógrafa regressa ao local onde nasceu – Viana do Castelo – para apresentar autópsia ‘Autópsia‘ através da Companhia de dança que criou faz por agora 25 anos. O local da apresentação será o Teatro Municipal Sá de Miranda e o espetáculo acontece a 11 de janeiro, pelas 21h30.

Tudo o que amamos está prestes a morrer.
Está sempre tudo prestes a morrer.
A aflição vem em ondas de dor e de luto.
Lá onde o corpo fica excluído da compreensão, restam os lugares abandonados. Lugares de memória abertos a outros acontecimentos, lugares de mutação à espera de uma transformada existência.
E depois da avalanche como tudo é tão frágil!
Tudo está aí à nossa frente mas, no entanto, há histórias que não estão escritas em lado nenhum. Coisas de nada… Singularidades frustradas.
Dissecar o mau estar de cada um de nós. Matar cada um de nós. Autopsiarmo-nos.
A repetição… a repetição… a repetição… sem fim como as ondas, como a vida e a morte ou o nascimento e a morte, o dia e a noite…
As dores…”, referiu a coreógrafa sobre este seu trabalho.

Partindo de um olhar interior, sobre si mesma e as suas vivências, Olga Roriz e a sua Companhia falam connosco sobre nós mesmos, mas também sobre o mundo. Remetendo para o Grego Antigo, “Auto – Psia”, presente nas paredes do seu estúdio, significa “visão de si mesmo” -, a coreógrafa de 64 anos realiza uma introspeção sobre o tempo que vivemos – e “o modo como estou na minha vida, a realidade de há quatro anos ter deixado de dançar e a clivagem que isso causou e que mudou a minha forma de pensar”, conforme explicou a Markus Almeida, em artigo divulgado na revista Sábado, para criar uma peça destinada a seis bailarinos: André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alves, Catarina Câmara, Marta Lobato Faria e Yonel Serrano.

Na folha de sala prepararada para o espetáculo, uma frase sobressai ao olhar: “Perdemos tudo muito devagar“. A frase, de Maria Quintans, que sintetiza a vulneralibilidade e a dor, mas também a força indispensáveis para “salvar o mundo” através da dança, foi escolhida por Olga Roriz para abrir o seu caderno de notas instrodutórias ao trabalho que decidiu pegar em mãos em 2019. Orienta-nos também para o que se vai (vi)ver neste que é um espetáculo de movimento e sobre o contínuo movimento de nós mesmos e de tudo o que nos rodeia.

Embora este seja um trabalho de equipa, Olga Roriz não é apenas coreógrafa, está presente em quase todos os detalhes da obra. Participa por isso também na conceção vídeo juntamente com João  Rapozo, na seleção musical que perpassa por atmosferas eletrónicas, por vezes experimentais, de Acid Arab, Christian Fennesz, Jóhann Jóhannsson ou Ben Frost com João Rapozo e Bruno Alexandre, pela cenografia e figurinos em que colabora com Ana Vaz. Já o desenho de luz é da autoria de Cristina Piedade.

O espetáculo resulta de uma coprodução da Companhia Olga Roriz, do Município de Viana do Castelo e do São Luiz Teatro Municipal.

Fonte: Município de Viana do Castelo, Sábado, Teatro São Luiz; Imagens: Paulo Pimenta

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