António Costa optou por seguir por um caminho em que o Partido Socialista, de que é o Secretário Geral, “dispensou” companhia de Legislatura anterior e se apresenta como um coletivo uniforme, de sintonia ideológica discutível é certo, mas cuja essência tem representação no elenco da constituição de um Governo de “continuidade” que liderará. O novo Governo já foi apresentado, e aceite, ao Sr. Presidente da República Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, conhecidas que são as divergências ideológicas e de agenda política internas existentes no seio do seu partido, como veio a público Francisco Assis dar nota.
Algo que é transversal a qualquer organização tenha ela a forma jurídica que tiver porque é nas diferenças que encontram o seu ponto de equilíbrio e de orientação.
O Partido Socialista apresentou-se à eleição de seis de outubro pedindo ao eleitorado, para além da vitória eleitoral, um reforço significativo de votos de forma a poder governar sem necessitar de uma plataforma de entendimento a celebrar com parceiros vinculando-o a compromissos políticos para a Legislatura.
No entanto, e para o ato em apreço, importa ressalvar que, António Costa, o rosto da convergência política do Partido Socialista na campanha eleitoral de seis de outubro, não conseguiu, assim como nenhum outro líder partidário também o não conseguiu, convencer e catapultar a maioria dos cidadãos eleitores, 51,43%, para que, através do voto, expressasse de forma clara e convincente a sua vontade política.
Considerando que o cidadão eleitor, ao abster-se de exercer esse seu direito desta forma inequívoca – mais de cinquenta por cento do eleitorado, a maior não participação em ato eleitoral para Eleições Legislativas verificada após a implantação da Democracia em Portugal através de um golpe de Estado militar no ano de 1974 -, estará segundo razão que lhe assiste a dar um sinal claro aos políticos e às suas organizações de que a sua confiança neles caiu de tal forma que já nem sequer se dão ao “incómodo” de a esse direito aceder para decidir quem deve governar o País.
De qualquer das formas, no nosso sistema democrático por um voto se ganha ou se perde e o que conta são os votos expressos nas urnas de que se apura percentagem da totalidade dos votos válidos independentemente da percentagem não apurada sobre o total dos indivíduos com direito a voto, não sendo, por isso, devidamente quantificada a insignificância da implantação social da grande maioria das candidaturas.
É feito este reparo porque o que é colocado em causa não é de somenos importância: quanto as classes dirigentes e os media consideram ao não lhe atribuírem o valor que têm ao tratarem a abstenção como uma mera questão circunstancial.
António Costa deu continuidade ao seu Governo reconduzindo a quase totalidade dos seus anteriores membros. O que por si só e por muito que algumas personalidades o apregoem não é garantia de coisa nenhuma no que a continuidade das políticas gerais da “Geringonça” diz respeito. Nomeadamente nos avanços conseguidos em domínios como:
- O emprego;
- A recuperação no poder de compra;
- A estabilidade económica;
- O Serviço Nacional de Saúde;
- A escola pública;
- As políticas de habitação;
- As políticas de investimento em infraestruturas na rede dos transportes públicos;
- As políticas de fomento e do uso do transporte publico;
- As políticas de igualdade de género;
- As políticas de reconhecimento e de aceitação da diferença;
- As políticas do ambiente e da florestação;
- Entre muitas outras que visaram o coletivo em detrimento do individual.
Anotem-se os resultados da Governação na Legislatura que ora termina e que será sempre a referência comparativa com os resultados conseguidos pelo Governo a empossar.
A comparação com a contração económica e a austeridade que retirou regalias e direitos às pessoas, impostas pelo Governo de Pedro Passos Coelho com os resultados nefastos conhecidos, deixou de ser o argumento repetido.
Como em tudo na vida, o calculismo tem um preço. Umas vezes corre bem, mas, não raramente, corre mal.
Porque, como todos sabemos, uma só cabeça a pensar e decidir não produz os mesmos resultados que várias cabeças a pensar e a decidirem concluem sobre a mesma coisa.
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