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A reabilitação e valorização dos ecossistemas ribeirinhos afectados pelos incêndios de outubro de 2017 foi alvo de uma vista de trabalho do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, e o ministro do Ambiente,João Matos Fernandes, realizaram esta segunda-feira, 2 de setembro.
Os projetos assentam numa recuperação de forma natural das linhas de água, usando técnicas de engenharia natural, aproveitando árvores queimadas e ramos secos para fazer diques e consolidar margens.
Após os incêndios que afectaram o Concelho em 2017, o Município de Braga efetuou um levantamento das linhas de água afetadas e do tipo de intervenções necessárias em 37 hectares, levando ainda à plantação de 33 mil novas árvores.
Reabilitação de linhas de água ajuda a prevenir novas inundações em Braga
“Com o incêndio que deflagrou nestas encostas houve muita vegetação que foi destruída e isso deixou as terras libertas. Os bracarenses sentiram essas consequências logo em dezembro desse ano, fruto das inundações que se verificaram, uma vez que os solos ficaram mais libertos e as águas das chuvas foram arrastadas a grande velocidade causando danos consideráveis”, explicou Ricardo Rio. Com estas intervenções “estamos a prevenir novas ocorrências, criando zonas de proteção com drenagem de águas e bacias de retenção que vão reduzir a velocidade e o caudal das enxurradas”.
Para efetuar os trabalhos de limpeza e desobstrução em rios e ribeiras, num montante global de 354 mil euros, o Município de Braga recorreu a financiamentos atribuídos pela Agência Portuguesa do Ambiente através do Fundo Ambiental, ao qual se junta uma componente de investimento municipal. As obras foram realizadas nas freguesias de Esporões, Nogueira, Fraião e Lamaçães; Nogueiró e Tenões; Santa Lucrécia e Navarra e Crespos e Pousada.
“Ao olhar para estas encostas e não podemos deixar de ficar um pouco apreensivos com o desordenamento florestal que se vai verificando em terrenos de propriedade privada e que só com uma regulamentação adequada é que se pode realizar algo que impeça a propagação de eucaliptos e outros infestantes”, considerou Ricardo Rio. “Este é um esforço inacabado, uma vez que os recursos são limitados e a manutenção muito dispendiosa, um facto que carece de financiamento próprio”.
As reabilitações das linhas de água permitem o controlo dos episódios de cheias, o aumento da qualidade da água, o controlo dos processos erosivos nas margens, a melhoria da qualidade dos solos e a maior preservação da biodiversidade. O corte de material arbóreo e arbustivo, a remoção de reutilização de material em obra, a reposição da galeria ripícola e a reabilitação das condições de biofísicas de suporte foram alguns dos trabalhos efectuados nos ecossistemas ribeirinhos do concelho de Braga.
Portugal recupera 1000 quilómetros de ecossistemas ribeirinhos
O ministro do Ambiente e da Transição Energética, pelo seu lado, lembrou que este é um projecto duplamente importante. “Além de recuperar linhas de água, reduzindo o risco de cheias e melhorando a qualidade das massas de água que existem em Braga, estamos a criar as melhores linhas de corta-fogo que o país pode ter. Estes quilómetros que estão a ser recuperados em Braga fazem parte dos cerca de mil quilómetros que estamos a recuperar em todo o país. As autarquias têm aqui um papel fundamental e Braga resolveu ir mais além ao financiar este projeto [de recuperação dos seus ecossistemas ribeirinhos] com fundos próprios”, enalteceu João Matos Fernandes.
Imagens: MBRG
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