É urgente reduzir dívida ambiental de Portugal e dos portugueses

 

É urgente reduzir dívida ambiental de Portugal e dos portugueses, porque “se cada pessoa no Planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, a humanidade exigiria mais de 2 planetas para sustentar as suas necessidades de recursos”, esta é a principal conclusão do estudo levado a cabo e agora publicado pela ZERO e a Global Footprint Network. Tal implicaria que a área produtiva disponível para regenerar recursos e absorver resíduos a nível mundial se encontraria esgotada no dia 26 de maio. A partir daí seria necessário começar a usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 1 de janeiro de 2020, alerta a ZERO – Sistema Terrestre Sustentável.

A ZERO e a Global Footprint Network, atualizaram os dados relativos à pegada ecológica portuguesa e manifestam a sua preocupação relativamente a padrões de consumo que urge inverter.

A ZERO alerta para o uso excessivo dos recursos naturais em Portugal. 26 de maio, o overshoot day de 2019, foi antecipado em 21 dias em relação ao ano passado, em que tinha ocorrido a 16 de junho.

Portugal é, há já muitos anos, deficitário na sua capacidade para fornecer os recursos naturais  necessários às atividades desenvolvidas (produção e consumo). O mais preocupante é que “dívida ambiental” portuguesa tem vindo a aumentar.

É urgente inverter esta tendência de acumulação de dívida. Segundo a associação amiga do ambiente, tal só será possível mediante a adoção de algumas novas práticas, em particular na área da alimentação e mobilidade.

Mas este problema é tanto mais grave quanto o problema é transversal a muitos países. A título de exemplo, refira-se que em 2010 já todos os países da região do Mediterrâneo excediam a sua biocapacidade. Os países com os rendimentos mais elevados são aqueles que apresentam uma maior Pegada Ecológica.

Urgente reduzir dívida ambiental 

O consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) encontram-se entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal e constituem assim pontos críticos para intervenções de mitigação.

Neste contexto, a ZERO deixa algumas sugestões aos consumidores no sentido de alterarem o seu comportamento:

  • Conhecer a sua pegada ecológica: o projeto Pegada Ecológica dos Municípios – uma parceria entre a ZERO, a Global Footprint e a Universidade de Aveiro – em desenvolvimento em seis municípios portugueses, entre os quais Barcelos e Guimarães,  disponibiliza uma calculadora em português que poderá ser usada para ter uma noção aproximada da pegada que cada um de nós está a deixar no ambiente;
  • Reduzir a presença de proteína animal na sua alimentação: os dados para Portugal indicam que cada português consome cerca de 3 vezes a proteína animal que é preconizado na roda dos alimentos, metade dos vegetais, um quarto das leguminosas e dois terços das frutas. Aproximar a nossa dieta à roda dos alimentos reduz, de forma significativa, o impacto ambiental associado à alimentação e é mais saudável.
  • Movimentar-se de forma sustentável: use os transportes coletivos (as novas condições dos passes sociais podem ser um bom incentivo), ande de bicicleta, a pé, de trotinete (e incentive as crianças a fazer o mesmo) e, claro, reduza ou elimine mesmo as viagens de avião.
  • Consumir de forma mais circular: é fundamental mudar o paradigma de “usar e deitar fora”, muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de “ter menos, mas de melhor qualidade”, com um forte enfoque na redução, reutilização, troca, compra em segunda mão e reparação.

O que é a pegada ecológica?

Tal como um extrato bancário dá indicação das despesas e dos rendimentos, a Pegada Ecológica avalia as necessidades humanas de recursos renováveis e serviços essenciais e compara-as com a capacidade da Terra para fornecer tais recursos e serviços, a biocapacidade. A Pegada Ecológica mede o uso de terra cultivada, florestas, pastagens e áreas de pesca para o fornecimento de recursos e absorção de resíduos (dióxido de carbono proveniente da queima de combustíveis fósseis), bem como  a quantidade de área biologicamente produtiva disponível para regenerar esses recursos e serviços.

Imagens: (0) Matt Artz, (1) Bernard Hermant

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