Como ponto prévio e em jeito de averbamento de opinião, manifesto plena concordância com as iniciativas levadas a cabo na nossa cidade a propósito da Semana da Mobilidade. Especialmente saúdo a entrada em funcionamento das linhas de transporte urbano. Considero que todas as ações que promovam a sustentabilidade ambiental, são, cada vez mais, uma consciencialização de cidadania e uma obrigação dos poderes instituídos, particularmente o poder local. O Bloco de Esquerda (BE) incessantemente tem alertado para esta necessidade e desde 2001, primeira vez que se apresentou a eleições autárquicas, que inscreve no programa eleitoral a criação dos transportes coletivos urbanos pugnando sempre por esta realidade.
Projeto Barcelos Bus peca por tardio
Feita esta declaração de anuência e de compromisso com atitudes socio-ecologistas, não posso deixar de considerar que o Barcelos Bus peca por tardio, por escasso e por falta de articulação.
Há décadas que esta necessidade é uma evidência. Há décadas que se discute ciclicamente esta evidência. Há décadas que evidentemente nada se fez. Quanto a transportes coletivos urbanos, estamos, há décadas, muito atrasados em relação a cidades vizinhas. Os sucessivos governantes municipais, com cargos políticos de decisão sobre esta matéria, têm de ser responsabilizados pela incúria e desprezo com que trataram a sistemática promessa e pelos danos pessoais e sociais provocados aos barcelenses.
Período experimental deve ser rapidamente avaliado
As linhas criadas para a prestação deste serviço cerceiam em demasia as expetativas do seu uso, tanto pela curta extensão de área de superfície quanto pela reduzida dimensão populacional abrangida. Mesmo sobre o traçado criado, numa lógica de intramobilidade a conexão de ligações e afluência de público, importa aprimorar o traçado de modo a que a linha vermelha passe junto à Escola Secundária e ao Centro de Saúde de Barcelinhos e que a linha amarela faça uma incursão pela Central de Camionagem ligando esta estrutura rodoviária ao espaço urbano.
Admitindo que este é um processo experimental, impõe-se que num curto período de tempo se faça uma avaliação à adesão e satisfação dos utentes equacionando custos financeiros e benefícios sociais e ambientais, de modo a criar novas linhas que projetem uma dimensão de cobertura periurbana e consolidem alicerces para a formação de uma entidade municipal de gestão dos transportes coletivos.
Mudar o paradigma de Barcelos a todo o gás!
Uma iniciativa como a do Barcelos Bus, no contexto lato dos seus objetivos, precisa de ser acompanhada e articulada com a criação de corredores verdes, estacionamento junto aos pontos terminais das linhas, ciclovias e percursos pedestres delimitados, parque urbano com vertente desportiva e de lazer, cursos de água despoluídos e espaços de fruição fluvial, entre outros.
A mobilidade, os transportes e o tráfego urbano têm de ser entendidos como uma equação de política ambiental, mas sobretudo como fundamentais para a sustentabilidade dos espaços urbanos e para o seu ordenamento, ligando os elementos naturais e os componentes de infraestrutura e de serviços de uma forma inteligente e eficiente.
Para que Barcelos não se atrase mais e cumpra muitas destas pretensões, precisamos de mudar de paradigma e descarbonizar a todo o gás!
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