ZERO quer rigor e transparência nas reduções de emissões de CO2 dos automóveis

ZERO quer rigor e transparência nas reduções de emissões de CO2 dos automóveis

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De acordo com a associação ambientalista ZERO – Sistema Terrestre Sustentável, membro da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (Transport & Environment), Comissão Europeia descobriu evidências de manipulação dos resultados de novo teste para as emissões de dióxido de carbono (CO2), de acordo com documentação a que a teve acesso e que aquela Federação divulgou.

Menos de três anos após o escândalo Dieselgate sobre a manipulação das emissões de óxidos de azoto (NOx), refere a ZERO que “a indústria automóvel está agora a inflacionar os resultados de poupança de combustível/emissões CO2, o que pode eventualmente reduzir em mais da metade a dificuldade de cada fabricante para atingir as metas de CO2 a atingir em 2025. Dessa forma, os fabricantes poderão vender menos veículos elétricos e mais veículos a gasóleo, atingindo ainda assim os objetivos dos valores previstos para redução das emissões de gases poluentes.”

A União Europeia regulamenta as emissões de CO2 dos automóveis novos através dos seus padrões de CO2, obrigando os fabricantes a cumprir uma meta de 95 g CO2/km em 2021. Na sua última proposta sobre o assunto, apresentada em novembro de 2017, a Comissão decidiu não propor uma nova meta, a atingir em 2025, baseada em gramas por quilómetro. Em alternativa, exige agora um corte de 15% em 2025 por comparação com as emissões apresentadas pelos fabricantes em 2021, o que será medido através do novo teste de emissões WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure). Mas “se a meta de redução de 15%, proposta pela Comissão for aplicada a essa base inflacionada, então a meta absoluta em 2025 seria de 93,5 g/km – uma redução de apenas 6,5% em relação à linha de base real. Por outras palavras, o nível de ambição da meta a atingir em 2025 é reduzido em 57%”, explica a ZERO.

Como resultado, os fabricantes podem enfraquecer o rigor das suas metas de redução de CO2 em 2025, inflacionando os resultados das emissões de CO2 no teste WLTP, embora ainda respondam atualmente aos padrões previstos para atingir em 2020/21 que são baseados no antigo teste NEDC (New European Driving Cycle).

Os documentos emitidos pela Comissão Europeia evidenciam que, em ambos os testes de emissão, os fabricantes estão a desligar a função “start-stop”. Para além disso, estão a ajustar os padrões de mudança de velocidades e a utilizar baterias usadas para queimar mais combustível e emitir mais CO2. Com o recurso a estes artifícios, os fabricantes conseguem declarar valores de emissão de CO2 superiores aos realmente medidos, mais uma vez inflacionando os valores oficiais de emissão. No documento agora tornado público, a Comissão Europeia concluiu que: “como resultado, as metas para 2025 e 2030 também seriam enfraquecidas devido ao ponto de partida inflacionado de 2021.”

Os fabricantes associados ao escândalo Dieselgate prometeram alterar o seu comportamento e os novos testes foram a solução. Para a ZERO, “está agora claro que os fabricantes estão a usar os novos testes de emissão para minar os já enfraquecidos limites de emissão de CO2, querendo atingi-los com o mínimo esforço para continuar a vender motores a gasóleo e atrasar a transição para os veículos elétricos, triste constatação de que a indústria automóvel parece querer permanecer no passado e não é confiável.”

À medida que maiores emissões de CO2 resultem em impostos mais altos cobrados por um veículo, há um risco para cada fabricante de que os seus veículos sejam mais taxados do que os dos seus concorrentes. Para manter condições de igualdade em matéria de concorrência, seria preciso haver um conluio entre todos os fabricantes para inflacionar os seus valores de emissão de CO2. Bruxelas já está a averiguar esta possibilidade numa ampla gama de tecnologias. Já na semana passada um relatório na Alemanha sugeriu que a investigação sobre um eventual conluio entre os fabricantes estaria a ser estendida também às emissões de partículas dos motores a gasolina.

A Comissão Europeia deve estender a atual investigação sobre a eventual existência de conluio entre os fabricantes relativa à inflação das emissões de CO2 para obterem benefícios futuros. Porém, tal não é suficiente e deverão ainda existir sanções para acabar com este comportamento endémico da indústria automóvel.

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Categorias: Sociedade

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