As sociedades estão pensadas numa lógica de constante formatação das pessoas para aquilo que a comunidade considera “normal”. Somos “encaixotados” segundo estereótipos e crenças sociais desde que nascemos. Antes ainda, aliás, na barriga da mãe, enquanto se decide que o quarto é azul para o rapaz e rosa para a menina. E assim começa a jornada que nos leva por uma panóplia de caixas maiores ou menores durante toda a nossa vida.
As crianças deixaram de ter tempo para brincar – na rua e umas com as outras – tal é a quantidade de atividades em que estão inseridas: é a caixa do ballet, do futebol, da natação, das atividades extra curriculares, dos trabalhos de casa depois de oito horas enfiados numa caixa chamada escola. E mesmo com a melhor das intenções por parte de mães e pais, torna-se também para eles impossível sair da caixa do chamado trabalho, que exige e exige e exige em nome dos chamados objetivos. E onde fica o objetivo de desligar? Ou de ter tempo para a família? De levar os filhos à escola a pé – mais uma caixa chamada automóvel.
A mulher diz que não quer ter filhos e os olhos reviram-se. É normal fumar, não fazer exercício físico, deitar lixo para o chão, ingerir medicamentos para mil e uma doenças. Isso ninguém questiona porque…é normal. Já no momento em que se diz que se é vegetariano, cai o Carmo e a Trindade. Porquê? Porque se saiu da caixa. Se usarmos uma garrafa reutilizável para a água dizem-nos que somos fundamentalistas e se ousamos dizer que reutilizamos água da chuva olham-nos de lado. E é nesse momento que já nem se pensa em dizer que não se compra roupa há mais de cinco anos com o argumento de que podemos perfeitamente usar a mesma várias vezes por mês. Afinal, a caixa chamada consumismo está sempre ali à nossa frente, impulsionada pela caixa chamada publicidade.
Pensar na sustentabilidade do planeta é para os radicais, e quem se preocupa em garantir o bem-estar e a proteção dos animais leva com o chavão – “e as pessoas?” -, ignorando que o conceito de empatia se aplica a pessoas e a animais.
A maior caixa de todas é o preconceito
Mas a maior caixa de todas é mesmo o preconceito, a discriminação e o medo do desconhecido – e por isso o caminho mais fácil é a crítica, a negação, a tentativa de descredibilização, porque a ousadia de sair da caixa não é para todos. A “mentalidade das caixas” está, inevitavelmente, enraizada também na política: Ou somos de esquerda, ou somos de direita. Mas não, errado! Somos nós! Porque a vida permite-nos tanto gostar de maçãs como de peras, assim como ajudar um animal e uma pessoa, muitas vezes em simultâneo.
E tu, de que lado da caixa queres ficar?
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