O Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) é um réptil de aspeto robusto e cauda comprida.
Nos machos a coloração dorsal é intensa, habitualmente verde-alface, podendo apresentar também tonalidades amareladas; o dorso é fortemente pintalgado de negro; a zona ventral é amarelada, podendo encontrar-se manchada de negro.
Durante a época de acasalamento, a garganta dos machos adquire uma coloração azul bastante garrida, que se alastra com frequência à cabeça; fora da época de reprodução a garganta é esbranquiçada.
As fêmeas têm uma coloração dorsal esverdeada ou acastanhada e exibem manchas negras e irregulares ao longo do corpo; a zona ventral é amarelada e sem manchas.
Geralmente, as fêmeas são maiores e os machos mais robustos em termos de cabeça e corpo.
A escama occipital tem forma de trapézio, sendo relativamente grande. As escamas da garganta têm rebordo arredondado e não são imbricadas.
Nome Científico: Lacerta schreiberi (Bedriaga, 1878).
Nome Comum: Lagarto-de-água.
Família: Lacertidae.
Tamanho
Pode atingir 13 cm de comprimento (cabeça + corpo). A cauda é notoriamente longa, podendo alcançar o dobro do comprimento do corpo (é mais comprida nas fêmeas).
Habitat
Ocorre em zonas relativamente húmidas, preferencialmente em matagais abertos e terrenos rochosos, bem como nas bordas de florestas e vales de rios montanhosos, nas proximidades de cursos de água com boa cobertura vegetal de espécies autóctones de cariz atântico (e.g. amieiro, castanheiro, vidoeiro, etc.). Pode também ser encontrado nas áreas agrícolas ou em charcos das zonas montanhosas do norte do país. É uma espécie muito sensível à qualidade da água.
Reprodução
O período de reprodução ocorre na Primavera/início do Verão, podendo observar-se os acasalamentos entre Abril e Julho. As posturas são compostas normalmente por 6 a 17 ovos, sendo as mesmas efectuadas em locais desprovidos de vegetação. A eclosão dá-se após 2 a 3 meses de incubação. A maturidade sexual é normalmente atingida entre os 3 e os 4 anos de idade.
Alimentação
A sua dieta assenta essencialmente em pequenos invertebrados, nomeadamente mosquitos, moscas, aranhas, gafanhotos, escaravelhos e ocasionalmente de frutos silvestres.
Ameaças
Destruição/alteração do habitat (e.g. destruição da vegetação ripícola, construção de barragens, extracção de inertes, desflorestação); Poluição (e.g. despejo de lixos e entulhos); Destruição ou perturbação de indivíduos; Incêndios; Isolamento geográfico.
Conservação
Preservação e/ou protecção eficaz do habitat (e.g. recuperação da vegetação ribeirinha autóctone, regularização dos sistemas hídricos, construção de pequenos açudes); Ordenamento florestal; Prevenção de incêndios.
Período mais favorável à observação
Espécie de hábitos diurnos, permanece activa desde Fevereiro/Março até Outubro, passando os restantes meses em hibernação.
Curiosidades
O Lagarto-de-água pode trepar às árvores, assim como libertar a cauda quando se sente ameaçado. No nosso país, a longevidade máxima marcou 8 anos.
Distribuição
Trata-se de um endemismo ibérico que em Portugal continental se distribui de uma forma praticamente contínua a norte do rio Tejo, com algumas populações isoladas no centro e no sul do território (Serras de S. Mamede, do Cercal e de Monchique). Ocorre desde o nível do mar até aos 1800 m de altitude (Serra da Estrela).
Estado de conservação
Pouco Preocupante (LC).
Fotografia
Macho; 17 de Abril de 2021; Labruge – Vila do Conde – Portugal; Paisagem Protegida Regional do Litoral de Vila do Conde; Fotografia com Canon PowerShot SX70 HS.
Referências bibliográficas
Biodiversidade a seus pés; Museu Virtual da Biodiversidade de Évora; Naturdata – Biodiversidade Online.
Pisco-de-peito-ruivo, uma das aves portuguesas mais ilustres
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Imagem: Fernando Ferreira – Photography
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