Além de ser o título de um filme de 2014 – O Dia Depois de Amanhã / The Day After Tomorrow -, que retrata de forma muito real o impacto das alterações climáticas no mundo, “o dia depois de amanhã” deveria ser alvo de reflexão, nomeadamente no que diz respeito às nossas escolhas e ao impacto destas sobre a nossa vida e a dos outros.
Era exatamente nesse dia – o depois de amanhã – que os mentores da Revolução de 25 de Abril de 1974 tomaram como foco para levar a cabo a libertação do país do regime de ditadura instalado na época. Não o vivi, mas cresci com a sombra de um Estado autoritário, ditador, que oprimia quem queria – quer fosse através da censura, da prisão ou da violência.
Trago comigo memórias transmitidas pelas gerações anteriores, discursos na primeira pessoa e que me acompanham até aos dias de hoje, não me deixando esquecer os direitos, liberdades e valores pelos quais devo lutar, de forma a que amanhã a geração que me segue não vivencie os extremismos radicais que conduzem a atropelos dos direitos humanos, à discriminação, à segregação social ou racial, ao fim do Estado solidário, social e de liberdade.
Ditadura e plebiscitos
Existe um facto muito particular e que nos deve fazer refletir. A Constituição de 1933, aquela que viria a revelar-se a Constituição de um Estado ditador, foi a única a ser plebiscitada. Estariam os e as portuguesas, na altura, conscientes do seu futuro aquando dessa votação?
Estarão os portugueses e as portuguesas conscientes do seu futuro quando tendem a dar rédea solta aos movimentos camaleónicos da extrema-direita? Defendo que a resposta para mostrar o desagrado pelas políticas públicas passa por um maior envolvimento dos cidadãos e cidadãs nas decisões locais e nacionais e não por depositar nas mãos de alguém, com tiques ditadores, o futuro de uma democracia.
Importa decidir o dia ‘depois de amanhã’
A memória coletiva do nosso passado recente está, assustadoramente, a desvanecer e ainda nem 50 anos passaram. Importa, por isso, que cada um e cada uma de nós que acredita, verdadeiramente, num Estado de direito, democrático e inclusivo, num Estado capaz de fazer cumprir o legado deixado por todos aqueles que lutaram pela nossa liberdade, e de respeitar a nossa Constituição – tantas vezes referenciada – tome para si a luta que foi de outros, tome nas suas mãos o seu próprio destino.
Porque gritar e bracejar não nos dá razão , assim como não se torna verdadeira uma premissa só porque é repetida incessantemente. Pensemos no dia que queremos para depois de amanhã.
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