No seguimento das novas medidas tomadas pelo Governo para suster o crescimento exponencial de casos de Covid-19 em Portugal mas também do sentimento geral que grassa na opinião pública, os professores começam a contestar fortemente a manutenção das escolas em funcionamento. Desde já, por isso, o S.T.O.P – Sindicato de Todos os Professores resolveu, por isso, marcar uma greve para 1 de fevereiro. A Fenprof – Federação Nacional dos Professores também contesta, mas ainda não o fez.
Fenprof desalentada
Na sequência das tomadas de decisão do Governo, a Fenprof, a maior estrutura sindical representativa dos professores, manifestou-se vivamente desalentada. Considerando embora que “nada substitui o ensino presencial (…) na atual situação epidemiológica impunham-se condições que o Governo continua a não garantir”.
Lembra, assim, que até ao momento ainda não aconteceram alguns dos apelos que tem vindo a lançar desde há meses.:
- a confirmação da realização periódica de testes às comunidades escolares;
- o anúncio da integração dos professores nos grupos prioritários para vacinação;
- a efetiva proteção dos profissionais que integram grupo de risco, continuando a ser-lhes cortado o salário após 30 dias de faltas justificadas; e
- o reforço de medidas de segurança sanitária nas escolas, de forma a garantir a efetiva proteção de toda a comunidade escolar.
S.T.O.P prepara greve
Já o S.T.O.P – Sindicato de Todos os Professores, sindicato que ganhou grande notoriedade aquando da luta destes profissionais pela reposição do tempo de serviço cortado em sequência da anterior crise financeira, marcou desde já uma greve, mediante pré-aviso, para 1 de fevereiro no sentido de pressionar o Governo a mudar a posição tomada relativamente à manutenção da abertura das escolas. O sindicato considera que esta greve é necessária “tendo em consideração a situação de emergência nacional (com risco do sistema nacional de saúde entrar em colapso) e face à atitude irresponsável do Governo em manter as Escolas abertas (ao contrário do que a esmagadora maioria dos médicos e cientistas defende)”.
A marcação de uma greve pelo S.T.O.P a exigir o encerramento temporário das escolas passando para o Ensino à Distância (pelo menos no 3.º Ciclo e Ensino Secundário), bem como o incremento de condições para os restantes níveis de ensino, acontece num momento “gravíssimo” que o país atravessa com a pandemia Covid-19 e abrange também o pessoal não docente.
“O Governo insiste nesta atitude irresponsável de manter as escolas abertas, o que é um sério risco para todos os profissionais das escolas, docente e não docente, os alunos e as suas famílias, e não queremos ser carne para canhão”, salienta André Pestana, coordenador do sindicato, ao Expresso.
O sindicato tem até aqui vindo a defender o ensino presencial, mas nesta fase aguda da pandemia considera haver motivos de força maior para o encerramento das escolas. Alerta, por isso: “Se não é bom para os alunos perderem quatro ou seis semanas de ensino presencial, o que está em causa é pior se o Sistema Nacional de Saúde colapsar”.
“Este é um momento gravíssimo, que nunca vivemos, e a cada dia que passa sem fechar as escolas estão a roubar-se muitas vidas”, conclui André Pestana. Numa altura em que a estrutura sindical realiza a sondagem para avaliar a concretização da greve, “o Governo insiste nesta atitude irresponsável de manter as escolas abertas, apesar dos epidemiologistas defenderem que já deviam ter fechado”,
Decisão estará por horas
“Marcelo Rebelo de Sousa deixou claro, nesta quarta-feira em Lisboa, em resposta aos alunos que o interpelaram durante uma ação de campanha no Liceu Pedro Nunes, que a questão do encerramento ou não das escolas “deve ser tomada nas próximas horas”. Ao mesmo tempo, soube-se que as ministras Marta Temido e Mariana Vieira da Silva se reunirão com epidemiologistas ainda hoje, seguindo-se outra reunião com o primeiro-ministro assim que aterrar em Lisboa, vindo de Bruxelas”, onde participou no plenário do Parlamento Europeu, adianta Leonete Botelho, no Público.
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Obs: artigo atualizado às 17h21 com informação relativa à declaração de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o assunto.
Imagem: Felicia Buitenwerf/Unsplash
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