Raquel Varela lança ‘Uma Revolução na Saúde’

 

 

Raquel Varela acaba de lançar um novo estudo sobre a história contemporânea do nosso país: Uma Revolução na Saúde – O Serviço Médico à Periferia (1974-1982). Desta feita, a historiadora, especializada em questões do mundo do trabalho, publica nas Edições Húmus um novo estudo sobre a História da Saúde, que incide num período particular da expansão do Sistema Nacional de Saúde, os anos do pós-25 de Abril, ao longo dos quais o SNS se expandiu para lá dos grandes centros urbanos.

Na década de 70 do século XX, o Serviço Médico à Periferia foi a estratégia que ajudou a cumprir o objetivo de melhorar os índices em saúde e garantir a generalização do direito à saúde, que é reconhecido na Constituição da República Portuguesa, mas que, sem a dimensão do acesso, isto é, sem que os Portugueses tivessem acesso efetivo e atempado à prestação de cuidados, de nada serviria. “As pessoas compreenderam que tinham necessidades que até aí não sabiam que tinham”, diz Bernardino Páscoa, médico de medicina interna e intensivista, de Évora, em extrato deste trabalho.

‘Era uma vez um país onde muitos nunca tinham visto um médico ou vendiam terras para pagar uma consulta. Era uma vez uma geração de médicos que foi para o interior lançar as bases do SNS. O Serviço Médico à Periferia (1974-1982) foi uma hecatombe no Portugal “medieval”, conta Raquel Varela no livro Uma Revolução na Saúde. A História “nunca se repete”, mas é uma semente: o que pode o país de hoje reciclar desse tempo?’, diz Mariana Correia Pinto, por seu turno, autora de um artigo de divulgação exclusiva dado à estampa no Público, assim dando início à sua entrevista com a autora e bela narração de síntese sobre a obra.

Sobre o novo trabalho, referiu Raquel Varela na sua página de internet: ‘É com enorme felicidade que anuncio o lançamento do meu novo livro que retrata o papel dos médicos na construção do SNS, desde o 25 de Abril e o seu papel na revolução dos cravos ao Serviço Médico à Periferia (SMP). [São] Histórias incríveis e encantadoras de como os médicos se transformaram e transformaram o país’.

‘A pandemia pôs o país ao espelho. E foi a prova de que “não há mercado para um serviço privado de saúde”, defende. A escassez de anestesistas e intensivistas neste sector é para Raquel Varela um obstáculo na ideia de combater a Covid-19 também em hospitais privados. Mas não só. “Os privados recebem raramente um doente em cuidados intensivos e passado uns x dias o seguro acaba e devolvem-no ao SNS”’, afirma a autora na entrevista já citada, deixando bem à vista o que pensa sobre o assunto.

Ao todo, constam neste novo livro cerca de cinquenta depoimentos, verdadeiros testemunhos de quem viveu esses tempos e ajudou a colocar de pé um sistema de saúde que, podendo ter os seus defeitos, é por muitos internacionalmente considerado um verdadeiro exemplo de que os portugueses se devem orgulhar.

A acompanhar a evolução do SMP, a autora relata-nos paralelamente a evolução política e social, indissociáveis da revolução que ia acontecendo na saúde. Numa espécie de tempestade perfeita, em que se reuniram todas as condições essenciais, Portugal assistiu à revolução e ao seu efeito em todos os sectores e, na saúde, vemos desenhar-se o Serviço Médico à Periferia como um dos pilares da criação do Serviço Nacional de Saúde.

Literatura | ‘A poesia de Amália’ na Biblioteca Nacional

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