Mais uma vez, Braga assiste impune a nova descarga poluente no rio Este, desta vez mesmo às portas da cidade, em Ferreiros, perto da fábrica de plástico Bueso. O triste acontecimento leva o movimento cívico Braga para Todos a pedir ao Executivo Municipal bracarense para tomar medidas sérias referentes a este tipo de crime ambiental. O movimento sugere, por isso, que à semelhança do que já acontece no rio Vizela, a colocação de drones e um robô pela autarquia a vigiar as eventuais descargas ilegais, para desta forma ser possível punir os atos criminosos.
‘Se é possível vigiar o rio Vizela, por que não é o rio Este?’
O Braga para Todos lembra que o rio Vizela possui um robô que identifica, através do recurso a câmaras, a origem de descargas ilegais. Desta forma torna-se possível alertar as autoridades ou punir os infratores. O movimento cívico afirma que “se em Vizela já foi possível as autoridades competentes identificar mais de 27 infratores, em Braga, mesmo que não se conseguissem evitar todas as descargas, no mínimo detetar-se-iam algumas delas”.
“No espaço de uma semana, o rio Este chega a ter até 3 descargas ilegais. Isto acontece há anos. Contudo, nos últimos 6 anos constata-se uma intensificação deste tipo de crimes. A Câmara Municipal de Braga não tomou ao longo destes anos nenhuma medida e o SEPNA somente regista as queixas. A verdade é que o crime persiste e mata a vida existente no rio. Apelamos a que exista algo palpável no terreno que – mesmo que não resolva na totalidade o problema, até pelos vários afluentes do rio – pelo menos ajude. Nesta fase, com a persistência das descargas ilegais, o mínimo que a edilidade pode fazer é alguma coisa e replicar o que está a funcionar no rio Vizela parece-nos um bom princípio”, indica o Movimento.
‘É preciso agir antes do crime, tal como urge apanhar os culpados’
O movimento cívico Braga para Todos já fez várias denúncias sobre as descargas, tal como outros ativistas, contudo reforça que da parte da autarquia parece não haver vontade de resolver o problema, apesar do conhecimento dos crimes. “Faz- nos confusão a Câmara de Braga não fazer nada, para lá de criticar as denúncias públicas dos ativistas e apelar a que se façam denúncias diretamente às autoridades, que os ativistas também o fazem”, contesta o grupo.
“Não chega! É preciso agir antes do crime, tal como urge apanhar os culpados. E todos sabemos que após a descarga é difícil detetar a sua origem. Por isso queremos medidas e essas devem ser tomadas pela autarquia. Não chega limpar o rio duas vezes por ano e fazer fotos para divulgar.”
‘Se é possível vigiar o rio Vizela, por que não é possível fazê-lo no rio Este?’
O Braga para Todos sugere que, durante o dia, a Câmara Municipal use drones nas zonas em que é mais habitual surgirem as descargas poluentes, mas também que sejam mais frequentes as inspeções às condutas, através de imagens captadas por um robô, a par de análises regulares à água. “Defendemos que seja usado o mesmo método que no rio Vizela teve sucesso”.
“Ao saber que há uma fiscalização mais ajustada e visível, cremos que quem pratica estes crimes poderá deixar de usar o rio para descarregar os seus resíduos e, mais ainda, que se os continuar a praticar acabará por ser punido”, explicam. O Braga para Todos considera que o silêncio do edil – Ricardo Rio – e a inércia da respetiva edilidade mostram desconsideração pelos bracarenses e lacunas em políticas ambientais que se pretendem eficientes. “O edil sabe que o rio é importante para os bracarenses, sabe que há muitas pessoas com preocupações ambientais genuínas e vontade de ajudar, mas é preciso vontade política e não há”, concluem os signatário da denúncia de mais este crime ambiental.
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