A conquista do direito de voto nasceu a par com a comunicação social e com ela a manipulação das massas. Se éramos poucos no início do século XX, com o baby boom a população duplicou de número ou ainda mais, e outras coisas foram criadas para controlar as pessoas como se de um rebanho de ovelhas se tratasse. Depois dos jornais, a rádio, e depois a televisão – que vem do inglês “tell a vision” – para chegar ao cúmulo de nos lares portugueses haver quase uma televisão por cómodo, só falta na casa de banho e corredor.
A manipulação é global e entra com facilidade nas nossas casas sem que leve um filtro para reter apenas aquilo que é mais importante. A situação atual do vírus é a evidência desse poder que atua sobre nós e nos constrói o pensamento mesmo antes de dizer “Espera lá, isso é mesmo assim? O que dizem nas notícias é verdade?”.
A internet e as redes sociais vieram acrescentar mais água a este turbilhão de informação. O tempo da internet por linha telefónica ou por cabo digital tornava-a mais restrita a um dado número de pessoas que a utilizavam de uma forma mais consciente. Eram os primórdios da internet para uso doméstico. Com a chegada da publicidade e o acesso a todos, isto da internet parece uma salganhada, tal como aquele estufado tão gorduroso em que tens de tirar a massa e o acompanhamento para o lado para não ficar mal disposto. Conclusão, todos têm direito a dar a sua opinião, mas será uma qualquer opinião válida? Posso eu opinar sobre a melhor guitarra para mim se não sei sequer afinar esse instrumento musical. O melhor é pedir ajuda a quem percebe da matéria, certo? Acho que foi sempre assim, mas pelos vistos agora, com os mídia, temos um novo ser em nós: aquele que tudo critica. Pois é, meus senhores e minhas senhoras, o objetivo dos estudos especializados com mestrados, doutoramentos e pós-graduações faz com que saibamos apenas aquilo no qual nos especializamos e não naquilo que é importante para formar uma opinião válida sobre tudo para que seja merecido o nosso direito a voto.
É importante saber de tudo um pouco e grandes mestres do passado como Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo entre outros, sabiam de umas quantas áreas… matemática, medicina, pintura, etc. Uma vez fizeram uma experiência com um senhor que trabalhava numa fábrica de automóveis e durante 36 anos meteu a porta do carro do lado direito. Um dia disseram-lhe: “-olha, hoje vais meter a porta do lado esquerdo”. O homem não sabia o que fazer, estava tudo ao contrário. É claro que, naquele momento, ele não sabia montar a porta do lado esquerdo, mas para tudo há um aprendizado. O mais interessante na vida talvez seja isso: aparece-nos um desafio, uma interrogação ou uma conversa com um amigo em que nos dá aquele clique e dizemos: “Tenho de aprender isto! Quero saber mais sobre isto”. E essa aprendizagem é até morrer. Há obstáculos a essa escalada de conhecimento e autonomia do cidadão que estão enraizados no nosso meio social, como o desporto de alta competição, as telenovelas que exageram nos sentimentos manifestados, os reality shows, as drogas usadas que se prolongam por anos a fio nas nossas vidas, onde se inclui o álcool, coisas que deturpam a nossa mente, mas que fazem parte do caminho não fossemos nós destas terras e desta sociedade.
Agora, que direito têm aqueles que não pretendem subir a escalada para a valorização do homem e mulher enquanto pessoa, ser humano e cidadão? Adormecidos e intoxicados pelos seus trabalhos, filhos e tarefas domésticas sem fim. Que tempo guardam para se valorizarem a si próprios tanto fisicamente como mentalmente? Que tempo guardam para o trabalho na terra e mostrar a seus filhos que os ovos vêm do cu das galinhas? Acordem, por favor, porque o voto é um direito vosso.
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