A Fundação de Serralves inaugura mais uma das suas exposições itinerantes, desta feita na Póvoa de Varzim, em colaboração com o respetivo município. A inauguração de ‘Que sais-je? Livros e edições de artista’, comissariada por Ricardo Nicolau, que decorrerá pelas 18h00 do dia 30 de novembro no Cine-Teatro Garrett.
‘Que sais-je?‘ apresenta mais de trinta livros e edições de artista produzidos entre os anos 1960 e a atualidade por vinte e quatro diferentes artistas plásticos. Pede emprestado o seu título à famosa enciclopédia francesa concebida em 1941 para apresentar a um público generalista um vasto espectro de assuntos, desde a filosofia à pedagogia. Fundada em 1941, esta coleção de livros foi pensada para fazer chegar ao grande público conhecimentos sobre as mais diversas áreas. Foram publicados, desde a sua origem, 3 800 títulos de 2 500 autores.
A exposição aborda a utilização por parte de diversos artistas, desde as primeiras vanguardas do século XX, de formas clássicas de armazenar e transmitir conhecimento, como atlas, dicionários e enciclopédias. Numa altura em que os modelos de escolas e academias são cada vez mais usados por artistas e curadores, e em que um número crescente de exposições integra formatos eminentemente pedagógicos como ateliês, seminários e conferências, ‘Que sais-je?’ permite reconhecer as formas como as edições de artista sempre apresentaram visões alternativas de “transmissão de conhecimento”.
A partir da exposição ‘Que sais-je? – Livros e edições de artista’ da Coleção de Serralves, a aprendizagem sobre livros e edições de artista produzidos entre a década de 1960 e a atualidade, permite perceber como estes meios sempre apresentaram perspetivas alternativas sobre aquilo que pode significar transmitir conhecimento.
Obrigam-nos a pensar como a eficiência, a quantidade da informação, dos sistemas de comunicação colocam a arte e o gesto artístico perante o risco de serem identificados, categorizados e transformados em informação antes mesmo de terem tido a oportunidade de começar a ser arte – no fundo, como pode a curiosidade ser castrada pela informação.
Os artistas que figuram nesta exposição, todos com obras na Coleção de Livros e Edições de Artista de
Serralves, nomeadamente Pedro Barateiro, André Romão e Ricardo Valentim, John Bock, Alighiero e Boetti, Marcel Broodthaers, Stanley Brouwn, Paulo Bruscky, Ernst Caramelle, Isabel Carvalho e Pedro Nora, Claude Closky, Tacita Dean, Hans-Peter Feldmann, Robert Filliou, Dayana Lucas, Charlotte Moth, Bruno Munari, Paulina Olowska, Dieter Roth, Allan Ruppersberg, Richard Tuttle, e Ben Vautier, embora seja possível que nem todos se encontrem representados na Póvoa de Varzim, questionam a relação entre as suas atividades e diferentes modelos de divulgação do conhecimento, como se pode ver no modo como parodiam dicionários, enciclopédias e métodos de ensino ou destroem deliberadamente a informação transmitida por revistas e jornais. Os artistas produzem publicações, mas não estão preocupados com a possibilidade de elas serem ou não imediatamente compreendidas. O que os motiva é uma forma diferente de gerar ideias e pensar os territórios intelectuais com os quais estamos familiarizados. Nestas obras, uma alusão irónica aos sistemas de organização recorda-nos que, na arte, a confusão pode ser um facto verdadeiramente maravilhoso.
Esta iniciativa integra-se num programa de exposições e apresentação de obras da Coleção de Serralves especificamente selecionadas para os locais de exposição com o objetivo de tornar o acervo acessível a públicos diversificados de todas as regiões do país.
A exposição estrá patente ao público de 30 de novembro a 17 de março do próximo ano. Em caso de interesse, podem ser agendadas visitas guiadas.
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Fontes: Serralves, Município da Póvoa de Varzim, Arte Capital e Biblioteca Municipal de Oliveira de Azeméis
Imagens: Serralves
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