No final de 2017 a taxa de poupança das famílias portuguesas foi inferior a 5% do rendimento disponível, na verdade apenas 4,7%, o que corresponde ao valor mais baixo desde 1995, revela a publicação especializada em economia Dinheiro Vivo na sua edição de hoje, em artigo assinado por Paulo Ribeiro Pinto. Para além disso, mais mais de 26 mil sobre-endividados pediram ajuda à Deco. Ainda assim, a situação de Portugal não é a pior entre os Estados membros da União Europeia, mas também está longe dos melhores.
De acordo com dados revelados pelo Eurostat, relativos a 19 dos 28 países da União Europeia, a taxa de poupança das famílias portuguesas está no nível mais baixo desde que há dados disponíveis. A proporção de dinheiro que as famílias colocam de lado para as suas eventuais necessidades é a menor de sempre desde há 23 anos. Dentre os países para os quais o Eurostat possui dados, o país em que as famílias menos poupam é Chipre. Neste país, desde há 5 anos que as poupanças são negativas, istoé, os cipriotas gastam mais do que recebem. Por outro lado, o país em que os cidadãos realizam maiores taxas de poupança é Luxemburgo, com valores próximos de 20%.
Desde o início da recolha de dados sobre as poupanças das famílias, em Portugal, em 1995, a taxa de poupança tem vindo sempre a descer de valores superiores a 12,5% do rendimento disponível até aos atuais menos de 5%, Esta tendência parece não estar a abrandar. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de poupança das famílias voltou a diminuir no segundo trimestre deste ano, descendo para 4,4% do rendimento disponível. É uma queda de 0,2 pontos percentuais face aos primeiros três meses do ano. A descida da taxa de poupança é justificada pelo aumento do consumo, cujo ritmo de crescimento superou o aumento do rendimento disponível. A despesa de consumo final aumentou 0,9%, enquanto o rendimento disponível cresceu 0,7%. “O crescimento do rendimento disponível das famílias foi influenciado pela variação das remunerações recebidas, que registaram um acréscimo de 1% no segundo trimestre de 2018 após um aumento de 0,9% observado no trimestre anterior”, indica o INE.
“A taxa de poupança das famílias portuguesas tem apresentado uma tendência de redução desde o início da união monetária, a qual foi apenas temporariamente interrompida no início da crise económica e financeira.” A avaliação é do Banco de Portugal num destaque publicado no Boletim Económico de maio de 2016. Na altura, o supervisor notava que esta evolução “contrasta com a média da área do euro, onde a taxa de poupança se reduziu apenas ligeiramente desde 1999, permanecendo num nível significativamente superior ao registado em Portugal.” A análise, apesar de ter dois anos, ainda se mantém atual.
Na avaliação que fez em 2016, o Banco de Portugal apontava alguns fatores que poderão justificar os baixos níveis de taxa de poupança. De entre esses fatores, o Banco de Portugal apontava o acesso mais fácil ao crédito (“redução das restrições de liquidez”), mas também a redução da desigualdade na distribuição de rendimento.
Os portugueses só conseguem poupar, em média, 80 euros por mês, um dos mais baixos níveis entre os países da União Europeia, de acordo com o relatório European Payment Consumer Report, divulgado ontem pela Intrum. É um valor bastante abaixo da média europeia, que é de 385 euros.
Países como a Suíça (250 euros), Noruega (198 euros) e a Suécia (184 euros) possuem os valores de poupança mais elevados. Abaixo da média de Portugal estão a Polónia (69 euros), a Lituânia (67 euros), a Letónia (44 euros), a Hungria (40 euros), a Roménia (40 euros) e a Grécia (31 euros).
O estudo revela, ainda que 58% dos portugueses conseguem poupar dinheiro mensalmente, um valor idêntico à média europeia que ronda os 57%. Para a realização do estudo foram entrevistados 24 401 consumidores europeus, 1009 dos quais em Portugal.
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Imagem: Pixabay
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