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Até o ano tem fim

 

 

Hoje ouvi o último episódio da sétima temporada do podcast da Tati Bernardi. Interessou-me particularmente porque o tema é sobre o fim e o luto… E, inevitavelmente, o ressentimento e o medo!

A psicoterapeuta convidada, Clarice Paulon, afirma que qualquer luto ou fim é um processo e não uma acção. Demora. Porque não se liga ou desliga e, quem o faz, faz mal! Não se tira de cá de dentro nem nada, nem ninguém, duma só vez! Talvez nem sequer tenha de se tirar. A questão passa sempre pela aceitação da realidade e pelo aproveitamento da dor para evoluir.

Vamos sempre perder pessoas de quem gostamos, mas acabaremos por ultrapassar a dor da perda

Nunca se foge do luto, nem do fim. Temos de vivê-lo por muito que custe, por muito que doa… E vai doer! Quer seja provocado pela morte, quer seja provocado pela separação, pela incompatibilidade ou pelo desencontro, temos de lidar de frente com tudo o que nos traz.

A raiva, o ressentimento, o medo, fazem parte do processo de luto. Enfim chegará o momento da aceitação e do desprender do medo e da raiva. Nesse momento, não restará ressentimento.

Vamos sempre perder pessoas de quem gostamos, a menos que não gostemos de ninguém! Vamos sofrer! Vamos bater de frente com a dor e cairemos de joelhos diante dela! Eu já caí muitas vezes e cairei outras tantas!

Viver é  muito mais do que a ficção da felicidade

A felicidade é apenas uma passagem, um brilho, um sorriso, uma gargalhada, que só mais tarde identificamos como representativos de momentos felizes vividos.

Viver é muito mais, mas mesmo muito mais, do que procurar a ficção da felicidade e mais, muito mais, do que persistir num sofrimento sem sentido!

Viver é aceitar que não há ganho sem perda!

Que não há apego sem desapego!

Que tudo o que começa, acaba!

Que não há intensidade sem vulnerabilidade!

E todos somos vulneráveis e frágeis quando nos expomos, quando damos ou entregamos.

O luto e o fim são mesmo para doer

O medo, a raiva e o ressentimento são as armas com que nos armamos para travarmos as batalhas que não queremos ou que achamos que não aguentaríamos perder! A verdade é que perderemos muitas mais batalhas do que aquelas que vamos ganhar! Se bloquearmos tudo à dor, de facto já não teremos batalhas pela frente, mas tão pouco teremos algo a ganhar, logo, a viver!

E, se não for de outra forma, chegará um momento concreto em que perdemos! Saberemos isso quando, segundo a lei da natureza, virmos partir os nossos pais! Ou quando, segundo a nossa própria lei, nos separarmos – que, segundo dizem os especialistas, é o segundo luto mais difícil de suportar!

Vai doer! Tem de doer! Tem de ferir!

O luto e o fim são mesmo para doer.

Mas nenhum deles nos pode tirar o que de bom vivemos antes dele.

Se vale a pena!? Sim! Vale totalmente a pena!

Na vida, tudo escapa ao nosso domínio

Porque tudo na vida tem um princípio e um fim que escapam ao nosso domínio! Podemos reprimir o que sentimos (de bom e de mau), fazer de conta que não é nada assim, que não sentimos nada. Poder, podemos! Mas, nesse caso, acabaremos secos e consumidos pela raiva, pelo medo e pelo ressentimento…

Aceitemos as perdas com a mesma abertura com que aceitamos os ganhos! Afinal, cada um deles é a outra face da mesma moeda!

A vida é isto! Vive-se o melhor que se pode e sabe!

E tudo tem o seu fim, até este ano de 2023!


Imagem: Vera Davidova / Unsplash

Obs: texto previamente publicado na página facebook de Célia Borges, tendo sofrido ligeiras adequações na presente edição.


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