Todos nós conhecemos dos “filmes de guerra” ou das grandes batalhas dos tempos modernos um coronel que é o senhor das armas e da violência que as pessoas usam umas contra as outras – o Coronel Braddock, “herói” americano dos filmes de guerra no Vietname.
O Coronel Bacelar – que todos conhecemos da Associação Dar-as-Mãos e das conferências vicentinas – fugiu deste paradigma e escolheu sempre, ao longo da sua vida, a opção pela paz e pela solidariedade entre as nações e entre as pessoas. As suas “armas” são outras.
O Coronel Bacelar é mais exemplo vivo (e são tão poucos) das palavras bem pronunciadas e do sentido infinito de amor, brincar, cidadão, educação, escola, família, gratidão, liberdade, professor, racismo e solidariedade.
O Coronel Bacelar, a residir em S. Tiago da Cruz, numa antiga casa agrícola que é também ela o paradigma da paz, da harmonia e da tranquilidade dos bosques, dos campos e dos animais domésticos que o tratam como se fosse da família deles, foi recentemente – 8 de março de 2023 – galardoado pelo Presidente da República com a Grã – Cruz da Ordem da Liberdade. Digo-lhe a brincar que agora é “comendador”!
A comunicação social nacional e local passou “como gato sobre brasas” por este acontecimento, quando podia muito bem apontar o Coronel Bacelar como um exemplo para as gerações presentes e futuras. Prefere entreter-se e distrair-nos com frivolidades e a economia da cebola e do grelo.
O Coronel Bacelar é, acima de tudo, um homem bom e uma boa pessoa e será também por isso que vai ser recordado pelos outros…
O Coronel Bacelar pode também sentar-se ao lado de Eugénio de Andrade e das suas palavras: “quero viver ao lado de pessoas que defendem a dignidade humana, que querem andar ao lado da verdade e da honestidade”…
Este foi sempre o caminho e esta foi também, em todas as circunstâncias e em todos os momentos, a opção de vida do Coronel Bacelar que soube sempre escolher o lado certo da vida, colocando-se ao lado de todos aqueles que defendem a dignidade humana, a verdade, a honestidade, a justiça e a solidariedade…
É merecedor desta “Grã – Cruz” e de todas as outras “Grãs – Cruzes”!
Obs: texto previamente publicado na página facebook de Mário Martins, tendo sofrido ligeiras adequações na presente edição.
Imagem: Rui Ochôa / Presidência da República