Hidrogénio e amónia verdes avançam transição energética em Portugal

 

 

O projeto industrial MadoquaPower2X, exemplo do novo modelo de transição energética, do qual Portugal é um dos pioneiros, irá instalar 500 MegaWatts de capacidade de produção de hidrogénio verde e 500 mil toneladas de amónia verde por ano, num investimento no valor de mil milhões de euros. A capacidade a instalar criará mais de 200 empregos diretos e será exportada a partir do porto da cidade, com a eletricidade indispensável ao seu funcionamento a ser obtida sobretudo a partir de comunidades de energia renovável, com parques eólicos e solares desenvolvidas em paralelo. No conjunto, prevê-se ainda a diminuição da emissão anual de mais de 600 mil toneladas de dióxido de carbono, revelou o Governo na sessão de apresentação decorrida esta sexta-feira, 22 de abril, em Sines, região onde o projeto MadoquaPower2X  vai ser implementado.

‘Os gases continuarão a ser uma componente essencial para muitas atividades industriais’, pelo que é indispensável ter em linha de conta a produção de ‘gases verdes, como o hidrogénio, o metanol e outros’, referiu o primeiro-ministro António Costa na apresentação do projeto MadoquaPower2X que irá proporcionar um avanço significativo na transição energética em Portugal. ‘O hidrogénio pode ser substituto do gás natural e, no caso concreto, tem [ainda] o objetivo de produção de amónia verde, que é uma componente de vários produtos, designadamente de fertilizantes’, dando assim um forte à apoio à Indústria mas também á Agricultura. A implementação do projeto de hidrogénio verde em Sines revela-se a mais adequada, atendendo à existência de água facilmente acessível e energia produzida a baixo custo.

A inovadora produção de hidrogénio verde da MadoquaPower2X que se apresta a ser instalada em Sines resulta de uma parceria entre a portuguesa Madoqua Renewables, o consultor e desenvolvedor de projetos de transição energética holandês Power2X (Power2X) e o gestor de fundos dinamarquês Copenhagen Infrastructure Partners’ Energy Transition Fund (CIP). A reserva do direito de superfície na zona industrial de Sines foi realizada em março e o projecto, classificado como Projecto de Interesse Nacional (PIN).

Aposta de Portugal nas renováveis essencial ao equilíbrio da balança externa

Tendo em conta que ‘a invasão da Ucrânia pela Rússia provou a todos o que dizemos há muito tempo: não há autonomia estratégica da Europa se não houver segurança energética da Europa, e para haver esta segurança é fundamental que a Europa aposte na energia que pode produzir e pode produzir muita da energia de que depende’, Portugal beneficia de uma situação geográfica especial, pois ‘é fértil nos recursos naturais necessários’ à transição energética. O nosso País tem ‘grande tradição na energia hidráulica’, ‘condições para produzir energia solar’, mas também capacidade para produzir energia eólica. ‘As energias renováveis, quaisquer que sejam, têm boas condições para desenvolvimento em Portugal’, considera António Costa.

Com a concretização do projeto MadoquaPower2X, Portugal espera utilizar daqui a quatro anos 80% de energias renováveis na eletricidade que consome, um progresso significativo relativamente aos atuais 60%, o que é ‘muito importante do ponto de vista ambiental, mas é decisivo do ponto de vista económico porque significa que vamos importar muito menos da energia que consumimos’. A transição energética ajudará, assim, de forma determinante a ‘equilibrar a nossa balança externa’.

Indispensável proceder à diversificação de abastecimento energético

‘Infelizmente não conseguiremos produzir toda a energia de que necessitamos, pelo que continuaremos a importar energia e, para isso, temos de assegurar que, para além de diversificar as origens temos de diversificar os tipos de energia. Não podemos depender em 40% de um só fornecedor, não podemos depender exclusivamente de fornecedores de um ou dois continentes. Temos de ter acesso a gás natural, por exemplo, das mais diversas proveniências para que em circunstância alguma possamos estar numa situação de dependência’, lembrou o primeiro-ministro.

Sines possui a localização adequada para a instalação de um projeto como o MadoquaPower2X, atendendo às excelentes condições do seu porto de acolhimento, armazenamento e transhiping (trasfega) de gás natural liquefeito. Deste modo,  Portugal ‘pode ajudar’ à diversificação de abastecimento energético , uma vez que pode facilmente recebê-lo dos Estados Unidos, do Norte de África ou do Médio Oriente, bem como transferi-lo para outras regiões da Europa.

Interligações da Península Ibérica com a Europa aumentarão espaço de liberdade

Uma vez que a Europa deverá proceder a um aumento das interligações com a Península Ibérica em consequência da guerra da Russia contra a Ucrânia, Portugal poderá e deverá vir a assumir um papel relevante no fornecimento de energia à União Europeia. ‘Portugal e Espanha têm capacidade instalada para suprir 30% das necessidades energéticas da Europa em gás natural. Só não podemos usar essa capacidade porque não há interligação’. ‘Há muito que estas interligações, quer as elétricas, que as de pipeline de gás natural, estão bloqueadas’, mas este pipeline, se instalado, pode representar ‘hoje para o gás natural’, ‘amanhã para o hidrogénio verde, ou para uma combinação de diferentes gases’ um avanço ainda mais significativo rumo à transição energética que permite reduzir de forma significativa as emissões de poluentes e as alterações climáticas.

‘A invasão da Ucrânia mudou a falta de visão de muita gente. Hoje ninguém pode ter dúvidas de que é prioritário investir na transição energética, na produção própria de energias renováveis na Europa, e diversificar as rotas de abastecimento’, para que se tornem ‘mais fortes’  as democracias europeias. ‘O grande desafio que hoje temos é aumentar o espaço da nossa liberdade’, concluiu António Costa.

‘Urge uma mudança nos padrões de consumo de água’

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