Foi em Macua, dialecto da região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, que Selma Uamusse, pelo seu forte simbolismo, fez questão de começar a sua primeira actuação, em Guimarães, e no CIAJG, em nome próprio, na última sexta-feira, dando início ao novo CICLO TERRA (temporada 21), uma organização da Capivara Azul, com apoio do Município de Guimarães. A cantora pretendeu, assim, alertar para a situação actualmente vivida no terreno pelas populações em fuga da região.
Liwoningo foi dissertado num ritmo bem ao estilo da activa moçambicana, recentemente mãe pela 3ª vez, o que não se notou em palco, atendendo ao uso de sapatos de salto bem altos. Devido à sua reduzida estatura, quando descalça, Sela Uamusse enche e preenche muito bem a “sua casa/nossa casa”, a arena onde canta, dança, transmite e provoca emoções.
Em 2020, Selma Uamusse lançou o seu segundo disco em nome próprio: Liwoningo, no qual se centrou este espetáculo. Em Chope, outra língua tradicional de Moçambique, significa luz. O disco foi produzido por Guilherme Kastrup, produtor premiado com um Grammy pelos álbuns da aclamada Elza Soares. Este é um disco que acentua o património imaterial Africano, de Moçambique, uma africanidade que continua a inspirar letras e melodias, mas que se mistura por esse mundo fora, em temas e arranjos, uns mais próximos da tradição do folclore, outros que vagueiam entre o electrónico, o rock, o afro-beat e o experimental, mantendo sempre como lugar comum a potência do ritmo, da língua ou das sonoridades africanas, abrindo espaço para outras influências, da música portuguesa e brasileira.
Dois momentos mais em destaque neste concerto brilhante: o tema composto por Tó Trips – Pega lá miúda, usa-o -,bem ao estilo do músico dos Dead Combo, e a coragem do nunca esquecido Mati, um parto difícil, mas muito bem conseguido que deu o nome ao 1º álbum da cantora, com uma interpretação muito emotiva.
Em grande, SELMA TITO! Nós agradecemos. E obrigado, músicos que suportam as suas ‘tropelias saudáveis’.
Alinhamento: Khanimambo (Liwoningo), Mama, No Guns, Maputo, Hoyo Hoyo, Ngono Utana, Vuna Hina, Xikwembu, Song of Africa, Funkier than a Mosquitos Tweeter, Hoyo Hoyo; encore: Mati.
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Imagens: AM
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