Um ano depois sobre o seu início, a pandemia de COVID-19 causou já quase 3 milhões de mortes e um impacto social profundamente injusto que atacou algumas pessoas de forma bem mais severa do que outras, mas sobretudo exacerbou as desigualdades existentes em saúde e bem-estar quer dentro dos países quer entre eles. Para o Dia Mundial da Saúde, 7 de abril de 2021, a Organização Mundial da Saúde emite, por isso, vários apelos para ações urgentes no sentido de melhorar a saúde das populações.
Realizando um balanço, a OMS constata que o registo de doenças e mortes causadas por COVID-19 têm sido mais elevados entre os grupos que enfrentam discriminação, pobreza, exclusão social e condições adversas de vida e trabalho – incluindo crises humanitárias. Estima, por isso, que a pandemia tenha levado cerca de 120 milhões de pessoas à pobreza extrema no ano passado. Por outro lado, fazem-se sentir evidências convincentes de que aumentaram as disparidades de género no emprego, com as mulheres a saírem da força de trabalho em maior número do que os homens nos últimos 12 meses.
Desigualdades acentuaram-se com a pandemia
Em muitos países, os impactos socioeconómicos da COVID-19, por meio da perda de empregos, aumento da pobreza, interrupções na educação e ameaças à nutrição, excederam o impacto do vírus na saúde pública. Alguns países já implementaram esquemas de proteção social expandidos para mitigar esses impactos negativos de dificuldades sociais mais amplas e iniciaram um diálogo sobre como continuar a fornecer apoio às comunidades e às pessoas no futuro.
Essas desigualdades nas condições de vida das pessoas, serviços de saúde e acesso ao poder, dinheiro e recursos são antigas. Resultado: as taxas de mortalidade de menores de 5 anos entre as crianças das famílias mais pobres são o dobro das crianças das famílias mais ricas. A expectativa de vida para pessoas em países de baixo rendimento é 16 anos mais baixa do que para pessoas em países de elevado rendimento. A título de exemplo, 9 em cada 10 mortes no mundo todo por câncer do colo do útero ocorrem em países de baixo e médio rendimento.
Mas, à medida que os países continuam a lutar contra a pandemia, surge uma oportunidade única de se reconstruir um mundo melhor, mais justo e saudável, implementando compromissos, resoluções e acordos existentes, ao mesmo tempo que se assumem novos e ousados compromissos.
Fortalecer e facilitar acesso a serviços de saúde
“A pandemia de COVID-19 prosperou por entre as desigualdades sociais e as lacunas dos sistemas de saúde”, referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, o diretor-reral da OMS. “É vital que todos os governos invistam no fortalecimento dos seus serviços de saúde e na remoção das barreiras que impedem tantas pessoas de os utilizarem, para que mais pessoas tenham a oportunidade de viver vidas saudáveis.”
- Acelerar o acesso equitativo a tecnologias COVID-19 entre e dentro dos países.
- Garantir distribuição de vacinas seguras e efixazes a todos que precisam delas (a chave, segundo a OMS, reside num apoio adicional à COVAX, organismo internacional que espera chegar a 1 centena de países muito em breve.
- Garantir a distribuição de produtos básicos de saúde, como oxigénio de uso médico e equipamentos de proteção individual (EPI), bem como testes diagnósticos confiáveis e medicamentos também são vitais. Calcula-se em cerca de 20 milhares de milhões de euros a verba necessária para se conseguir fazer uma distribuição justa e equilibrada desses produtos dentro das fronteiras nacionais, assim se estabelecendo testes e tratamentos para centenas de milhões de pessoas e países de baixo e médio rendimento.
- Investir em cuidados de saúde primários, uma vez que se calcula que pelo menos metade da população mundial ainda não tem sequer acesso a serviços essenciais de saúde, que mais de 800 milhões de pessoas gastam pelo menos 10% do seu rendimento familiar em cuidados de saúde e que despesas de saúde pagas pelo próprio levam quase 100 milhões de pessoas à pobreza em cada ano. A OMS considera que será vital evitar cortes nos gastos públicos com saúde e noutros setores sociais, uma vez que entende como provável que esses cortes enfraqueçam o desempenho dos sistemas de saúde, aumentem as dificuldades entre os grupos já desfavorecidos, aumentem os riscos à saúde, aumentem a pressão fiscal no futuro e minem os ganhos de desenvolvimento. Em alternativa, a OMS recomenda que os governos cumpram a meta de gastar mais 1% do PIB em cuidados primários de saúde (Atenção Primária à Saúde – APS). As evidências revelam que os sistemas de saúde orientados para a APS têm produzido consistentemente melhores resultados de saúde, maior equidade e maior eficiência. Ampliar as intervenções da APS em países de baixo e médio rendimento poderia salvar 60 milhões de vidas e aumentar a experança média de vida em 3,7 anos até 2030.
- Reduzir o déficit global de 18 milhões de trabalhadores de saúde necessários para alcançar a cobertura universal de saúde (UHC) até 2030. Isso inclui a criação de pelo menos 10 milhões de empregos em tempo integral em todo o mundo e o fortalecimento dos esforços de igualdade de gênero. As mulheres prestam a maior parte dos cuidados de saúde e sociais do mundo, representando até 70% de todos os trabalhadores de saúde e cuidados, mas não têm oportunidades iguais para liderar. As principais soluções incluem salários iguais para reduzir as disparidades salariais entre homens e mulheres e o reconhecimento do trabalho de saúde não remunerado das mulheres.
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Imagem: Ajay Maharjan/Who
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