Música | Festival Internacional de Órgão regressa a Famalicão e Santo Tirso

Música | Festival Internacional de Órgão regressa a Famalicão e Santo Tirso

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O FIO – Festival Internacional de Órgão de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso está de regresso a estes dois concelhos entre 27 de setembro e 13 de dezembro, num total de nove concertos. Como sempre, a direção artística encontra-se a cargo de Marco Brescia e a organização é da responsabilidade da JMS Organaria e da Tagus-Atlanticus Associação Cultural.

O FIO pretende valorizar o património orgânico – quer histórico, quer moderno – custodiado por estes concelhos, enquanto elemento de coesão sócio-cultural. De cariz itinerante e inclusivo, o festival procura, a cada nova edição, visitar, para além das igrejas que possuem órgãos autênticos, paróquias desprovidas de órgãos, às quais é temporariamente levado um órgão de pequenas dimensões, oferecendo, assim, a um público abrangente a oportunidade de desfrutar do encantamento que só um órgão legítimo é capaz de proporcionar. 

Programa 2020 

A 27 de setembro, no histórico Mosteiro de Roriz, em Santo Tirso, decorrerá um concerto extraordinário em comemoração do Quinto Centenário da Viagem de Circum-Navegação liderada por Fernão de Magalhães, a cargo da exímia soprano brasileira radicada em Portugal Rosana Orsini e do cravista Marco Brescia. Os dois músicos recriarão, através de uma interpretação historicamente informada, o repertório para canto e tecla comum ao espaço artístico europeu quinhentista.

No mês de outubro – a 16, 17 e 18, em Famalicão, e 23, 24 e 25, em Santo Tirso – irá decorrer a semana principal de concertos, realizados em seis locais diferentes, três em cada concelho. O concelho de Vila Nova de Famalicão receberá o virtuoso organista italiano Giulio Mercati, que utilizará os dois órgãos da Igreja Matriz de São Mamede de Ribeirão, o histórico de António José dos Santos (1874) e o novo órgão Klais (2018). Na sequência, o prestigiado organista austríaco Michael Schöch fará um recital ao órgão Paul Ott (1962) da Igreja Matriz do Divino Salvador de Joane, para finalizar com o formidável duo português composto pela violagambista Sofia Diniz e o organista Fernando Miguel Jalôto, que, na Igreja Matriz de São Silvestre de Requião, interpretarão repertório original para viola da gamba e contínuo, realizado ao órgão positivo Späth (1981) levado a propósito àquela paróquia famalicense. No concelho de Santo Tirso, o reputado organista francês Géraud Guillemot atuará a 23 de outubro no realejo histórico Manuel de Sá Couto (c.1819-1822) do Mosteiro de Santo Tirso, seguido do destacado organista portuense Tiago Ferreira, a 24 de outubro, que oferecerá um recital ao órgão Späth (1976) da Igreja Matriz de São Bartolomeu de Fontiscos, para encerrar com o concerto do organista Marco Brescia, o qual, acompanhado pelo refinado Cuarteto Alicerce de Santiago de Compostela, interpretará concertos setecentistas para órgão e cordas ao órgão positivo Späth (1981), levado a propósito para a Igreja Matriz de São Martinho do Campo.

Em dezembro, sinalizando as celebrações de Natal, será a vez do extraordinário organista espanhol Javier Artigas oferecer dois recitais de órgão, que decorrerão no Mosteiro de Santo Tirso e na Igreja Matriz de Ribeirão, a 12 e 13, respetivamente.

Dois concertos da Semana Principal de Concertos – mais concretamente o de abertura e o de encerramento – serão transmitidos em streaming nas redes sociais do FIO, o que permitirá ao público impossibilitado de aceder presencialmente aos mesmos em razão da limitação de aforo imposta pelas medidas de prevenção do Covid-19 assistir virtualmente a ambas os recitais. No sentido de alargar o público espectador das atividades realizadas no seio do festival, o FIO instituiu uma parceria artística com o Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora  o mais antigo e prestigiado festival de Música Antiga do Brasil , que, para além de retransmitir os concertos de abertura e de encerramento da semana de concertos de outubro do FIO no enquadramento da sua trigésima primeira edição – que decorrerá de forma virtual durante o mês de novembro , promoverá um concerto do soprano Rosana Orsini, acompanhado pelo cravista Marco Brescia, o qual será, por conseguinte, retransmitido nas redes sociais do festival organístico famalicense e tirsense.

Assim, o FIO, ultrapassando a semana de concertos tradicionalmente realizada no mês de outubro, terá outras repercussões ao longo do ano, tanto presenciais como virtuais, de modo a ampliar a sua oferta de concertos, sempre fiel à sua missão de formação de novos públicos e de democratização da música organística de excelência, que faz do festival uma iniciativa de referência no cenário organístico mundial.

27 de setembro: Rosana Orsini & Marco Brescia – Soprano e Órgão

Rosana Orsini atua regularmente em prestigiados festivais, teatros e salas de concertos do Brasil, Estados Unidos e Europa. É graduada em canto lírico pela Universidade Federal de Minas Gerais (BRA), Mestre em canto pela Manhattan School of Music de Nova York (USA), Pós-graduada em canto pela Royal Academy of Music de Londres (GBR) e Doutora em História Moderna e Contemporânea pela Universidade Paris IV – Sorbonne (FRA) e em Ciências Musicais pela Universidade NOVA de Lisboa (PRT), onde, atualmente, é investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. No campo da Música Antiga, especializou-se em prassi executiva barocca no Conservatorio di San Pietro a Majella de Nápoles (ITA), sob a orientação de Antonio Florio, e no Curso Internacional de Interpretación Vocal Barroca em León (ESP), sob a orientação de Eduardo López Banzo. Colaborou com diversos grupos especializados na interpretação histórica da Música Antiga, tais como o Esprit Ensemble (GBR), National Gallery of Art Chamber Players (USA), Il Combattimento (ESP), Scarlatti Lab (ITA), Cuarteto Alicerce (ESP), Favola d’Argo (PRT), de entre outros. Rosana Orsini assinou a direção artística das encenações de Il Ballo delle Ingrate de Claudio Monteverdi e Vendado es amor, no es ciego de José de Nebra no enquadramento do Festival Internacional de Música Antiga e Música Colonial Brasileira de Juiz de Fora (BRA). Junto do organista Marco Brescia, com quem mantém um aclamado duo desde 2006, gravou o CD “Angels and Mermaids: religious music in Oporto and Santiago de Compostela” (Arkhé Music, Portugal, 2016), para além do disco “Sacred Belcanto” (Castelpor, Portugal, 2020), gravado com o tenor Luciano Botelho e o organista Marco Brescia.

Marco Brescia é um músico de referência na interpretação historicamente informada da música de tecla de tradição ibérica e italiana (séculos XVI – XIX), atuando regularmente nos mais renomados festivais internacionais como o Euro-Via / Festival Internazionale di Venezia, Festival Organistico Internazionale Città di Treviso e della marca trevigiana, Stagione Internazionale di concerti sugli organi storici della provincia di Alessandria, Settimana Organistica Internazionale di Piacenza (ITA), Landsberger Orgel Sommer (DEU), Festival Internacional de Música Antigua de Daroca (ESP), Festival de Órgão da Madeira, Festival de Estoril / Lisboa (PRT), Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora (BRA), etc. As classes ministradas por José Luis González Uriol no enquadramento dos cursos de Música Antiga de Daroca (ESP) representaram um ponto de inflexão inexorável para o seu desenvolvimento artístico. Sob a orientação de Javier Artigas, Brescia concluiu um Mestrado em Interpretação da Música Antiga / Órgão Histórico (Escola Superior de Música de Catalunya / Universitat Autònoma de Barcelona), com obtenção da prestigiante matrícula de honor. É Doutorado em Musicologia Histórica (Universidades Paris IV – Sorbonne / NOVA de Lisboa), com obtenção da menção máxima, très honorable à l’unanimité. Atualmente, Brescia é investigador Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Com o prestigiado soprano Rosana Orsini, gravou o disco “Angels and Mermaids: religious music in Oporto and Santiago de Compostela (18th/19th century)” (Arkhé Music, Portugal, 2016), para além do CD “Zipoli in Diamantina: Complete organ works” (Paraty, França, 2020) e do disco “Sacred Belcanto” (Castelpor, Portugal, 2020), este último com o soprano Rosana Orsini e o tenor Luciano Botelho. Desde 2015 é diretor artístico do Festival Internacional de Órgão de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso (PRT) e desde 2019, membro do júri do Concurso Nacional de Órgano “Francisco Salinas” de Burgos (ESP).

 

Fonte e Imagens: FIO

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