Abdón Fernández: Deve-se manter o “respeito pela história” e pelo “traçado original” da ligação de Braga a Santiago pela Geira e os Arrieiros
Jacobeus do Caminho Minhoto Ribeiro persistem na homologação do trajeto com passagem por Beràn

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A Associação do Caminho Jacobeu Minhoto Ribeiro (ACJMR) enviou ao conselheiro da Cultura e Turismo do governo regional da Galiza um documento em que pede o reconhecimento de Berán como parte integrante do Caminho da Geira, que liga Braga a Santiago de Compostela.
A iniciativa surge na sequência de uma petição em defesa do traçado original e de um encontro marcado para sábado, 4 de julho, com o objetivo de reivindicar o “respeito pela história” e pelo “traçado original” do projeto desenvolvido pela ACJMR, explica o presidente da associação, Abdón Fernández.
Na missiva enviada ao conselheiro da Cultura e Turismo da Junta da Galiza, Román Rodríguez González, a ACJMR “pede que considere a passagem por Berán, de acordo com os dados históricos, ao contrário do que faz a proposta apresentada pela associação de concelhos”, que pretende desviar o itinerário da terra onde nasceu o projeto em 2009.
Na argumentação que enviou ao conselheiro, no dia 15 de junho, a ACJMR explica que o traçado do Caminho da Geira e dos Arrieiros foi reconhecido a 28 de março de 2019 pela Igreja, sendo desde então atribuída a Compostela a quem cumpre o itinerário.
Defesa do Caminho da Geira e dos Arrieiros por Berán
“Este traçado, apresentado à Igreja pela associação Codeseda Viva e praticamente coincidente com o nosso – Caminho da Geira Minhoto Ribeiro -, contempla e bem a passagem por Berán, que fica a 100 quilómetros de Santiago, a distância mínima para a atribuição da Compostela aos peregrinos a pé”, explica Abdón Fernández.
Em defesa do caminho por Berán, os autores da missiva enviada a Román Rodríguez González apresentam documentação histórica e apontam o facto de “alguns dos autores da proposta da associação de concelhos terem reconhecido há anos a passagem por aquela localidade, mudando agora de opinião”. Publicaram também recentemente o livro Caminho de Santiago da Geira e dos Arrieiros – Guia visual comentado do património cultural e natura da autoria de Carlos Barreira, vice-presidente da Codeseda Viva em que se dá a conhecer aos peregrinos os principais motivos de interesse histórico, cultural e natural deste percurso.
Impacto sócio-económico deste Caminho na população local
O Caminho da Geira e dos Arrieiros, que liga Braga a Santiago de Compostela, na distância de 240 quilómetros, passando por quatro municípios portugueses e 15 galegos, tem também uma componente de termalismo. E este é mais um argumento usado por Berán, que possui termas, tendo sido investidos três milhões de euros num novo balneário, em 2003, mas que continua encerrado.
Quanto à petição publicada na plataforma online Petição Pública, intitulada “Caminho de Santiago desde Braga e por Berán”, já foi subscrita por 186 pessoas (1 de julho), o equivalente a metade dos peregrinos que no ano passado receberam a Compostela por terem cumprido o trajeto.
Entretanto, com o objetivo de dar a conhecer o projeto da AJCMR, está marcado para sábado, 4 de julho, o encontro “Berán no Caminho. Somos Caminho – O Caminho da Geira Minhoto Ribeiro”.
No encontro será apresentado o projeto e o “traçado original”, com a sua passagem por Berán, e feita a descrição e comparação com outras propostas sujeitas a oficialização. O impacto sócio-económico do caminho na população local é outro aspeto em análise.
Reconhecimento anterior
O Caminho da Geira e dos Arrieiros foi reconhecido pela Igreja no ano passado, quando o delegado de peregrinações do cabido da Catedral de Santiago, o deão Segundo L. Pérez López, assinou um certificado onde refere que o traçado cumpre “as condições de outros caminhos de peregrinação” e por isso “concede a Compostela” a quem o percorrer. Está em curso o processo de homologação pelas entidades civis.
Caminho da Geira e dos Arrieiros por Berán: números de 2019
No ano passado foi percorrido por 367 peregrinos em 10 meses. A maioria partiu de Braga (227), seguindo-se Castro Laboreiro (104), Entrimo e Ribadavia (com oito cada).
Os portugueses constituem o maior grupo (80%), havendo ainda registo da passagem de italianos, suíços, franceses, brasileiros, polacos e holandeses.
Além dos peregrinos que receberam a Compostela (e, como tal, entraram nas estatísticas), a associação Codeseda Viva considera que muitos outros o fizeram, apontando uma estimativa global de 850 pessoas.
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Imagens: AJCMR
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