A liderança é uma característica que se adquire e não algo que se compre se ganhe ou conquiste após “batalha” seja ela qual for.
A liderança resulta sempre da experiência de vida em que por circunstância diversa se exerce porque os pares a escolhem e por isso a aceitam. Seja na complexidade da exigência reivindicativa ou na orgânica simplificada da interação.
A liderança adquire forma de perfil por demarcação dos restantes que a aceitam.
Há, nos diversos perfis abordados pela sociologia, uma característica incontornável que marca de forma indelével o carisma que se exige a um líder. Um carisma de chefia.
Chefia que tem na génese da sua formatação os traços da envolvência social desde a relação interpessoal à disputa com maior ou menor eficácia porque depende sempre da aceitação do coletivo em que se insere.
Há duas fórmulas de estereótipos reconhecidos como liderantes: a liderança de envolvência; a liderança de imposição.
Na primeira há a preocupação de que os pares participem ativamente em todos os processos cabendo ao líder a coordenação e orientação geral; na segunda os pares não são tidos em conta e por isso não tem qualquer participação limitando-se a aceitar as imposições do líder a quem prestam vassalagem.
Resultam destas duas forma de liderar processos temporais mais ou menos longos e mais ou menos eficazes consoante os objetivos que visam. Assim como mais ou menos aceites pelos pares consoante a participação permitida.
A História mostra que os processos ditatoriais de liderança – liderança de imposição – têm produzido sociedades amorfas, vergadas, e sem qualquer espécie de dinâmica criativa.
No que toca às lideranças democráticas – liderança de envolvência – a História mostra níveis de desenvolvimento social, individual e coletivo.
No primeiro caso a duração temporal da liderança é condicionada pelos interesses associados. No segundo caso a duração temporal da liderança é definida pela legislação em vigor. Sendo que no primeiro caso há sempre um processo de rotura social, enquanto que no segundo caso há sempre a continuidade ou mudança da liderança por vontade expressa dos pares.
Reportar este procedimento ao organograma de uma organização política é de uma simplicidade basilar: basta ter a inteligência suficiente para aquilatar da melhor terapia a aplicar no momento tendo em atenção a oportunidade da
circunstância.
No caso, a circunstância impõe acutilância na metodologia e argúcia no estudo das diferenças de opinião e dos condicionalismos existentes.
Não ter em conta estas duas “traves mestras” do edifício social e sociológico em que assenta a organização é adiar a solução dando mostra da inexistência de capacidade liderante.
Importa por isso balizar o caminho e definir o que se pretende em sintonia com todos os interessados usando pedagogia elementar adequada e uma liderança de envolvência.
Um partido político é uma associação de cidadãos interessados e que por isso exigem participar nas atividades do movimento cívico assim como em todas as suas iniciativas. A escolha de um líder e dos elementos que constituirão os
Órgãos da organização não esgotam a participação coletiva. Antes pelo contrário. As escolhas feitas inserem-se em um processo comum de que auguram melhoria na organização expectando poderem ter voz ativa nos domínios a que se proporão e para os quais se empenharão em concretizar. Condicionalismo que dita a maior ou menor participação a que não é estranha a mobilização da sociedade em torno dos seus interesse específicos.
Este será sempre o “segredo” de uma boa liderança: ser capaz de gerir sensibilidades ouvindo com atenção os anseios e as sugestões de todos os envolvidos em plataformas multidisciplinares agregadoras da pluralidade de opinião e de conjunturas distintas em todos os domínios da vida: individual; familiar; coletiva e social.
Porque a liderança política nunca se esgota no cargo: a liderança política inicia-se sempre em cada cargo que se exerce.
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