Imobiliário | Pandemia não trava mercado no 1º trimestre de 2020: investimento ascende a quase €1.500 milhões

 

 

A JLL – empresa líder de serviços profissionais especializada em imobiliário e gestão de investimento – acaba de divulgar o seu relatório trimestral Market Pulse, concluindo que, apesar de ter ficado marcado pela chegada da pandemia Covid-19, o 1º trimestre de 2020, em Portugal, manteve o desempenho forte dos últimos tempos no mercado imobiliário. No investimento, a atividade cresceu mais de 3 vezes para os €1.470 milhões, enquanto nos escritórios a ocupação avançou 7%. A habitação, considerando o universo de vendas realizadas pela JLL, registou igualmente uma tendência de crescimento robusto. O retalho também manteve bons níveis de atividade no agregado do trimestre.

“O mercado imobiliário iniciou o ano com tal robustez que a travagem da atividade nos últimos 15 dias de março devido à pandemia, não impactou o desempenho positivo do trimestre. Este é desde logo um ponto de partida positivo para a retoma pós Covid-19, que acreditamos que começará a desenhar-se a partir do terceiro ou, no limite, do quarto trimestre” começa por explicar Pedro Lancastre, Diretor Geral da JLL Portugal.

“Contudo, devemos ter consciência de que as consequências da situação atual estão ainda por sentir. É inegável que os próximos meses vão ter abrandamentos significativos quer nos níveis de investimento quer de ocupação, bem como nos tempos de realização dos negócios. Ao mesmo tempo, o setor vai ter que lidar com novos desafios que vão exigir que o mercado se adapte. É o caso do teletrabalho, que se impôs de forma disruptiva devido à pandemia, mas que certamente é uma tendência que vai afetar o futuro do imobiliário. O maior uso da tecnologia e dos canais digitais nas vendas de imóveis também veio impor-se neste contexto e vai ficar”, nota o responsável.

Habitação, o setor mais resiliente do mercado imobiliário

Na habitação, um dos segmentos que tem provado ser mais resiliente, com um aumento da procura online e sem que os negócios tenham parado completamente, o ano também arrancou em força. Apesar de ainda não haver dados oficiais do INE relativos às vendas para este período, não obstante ter marcado a chegada do Covid-19 ao país, março foi o mês mais forte do trimestre. Oriundos de 47 países distintos, os compradores internacionais foram novamente o principal motor da procura. No atual contexto de pandemia, os clientes, quer portugueses quer estrangeiros, continuam bastante interessados neste mercado, antecipando-se que o principal impacto no segmento premium seja sobretudo a nível da dilatação entre o prazo de apresentação dos imóveis e da decisão de concluir o negócio.

Escritórios e estabelecimentos

No investimento, o imobiliário comercial atraiu €1.470 milhões no 1º trimestre de 2020, evidenciando um crescimento mais de 3 vezes superior face ao mesmo período de 2019 e refletindo um fluxo de operações que já se encontravam numa fase bastante avançada de concretização quando o vírus surgiu na Europa, no final de fevereiro. Os setores de retalho, com um  peso de 55%, e de hotelaria, com um peso de 26%, foram os mais dinâmicos, destacando-se as operações de venda de 50% da posição da Sierra Prime num portefólio de 6 centros comerciais; e a venda do portefólio dos Hotéis Real. Destacam-se ainda os escritórios, com uma quota de 17% e de onde se evidencia a operação de venda do portefólio PREOF com 52.000 m2 de escritórios. As yields prime mantiveram-se em mínimos históricos, à exceção dos retail parks. Os dois segmentos que movimentaram o maior volume de investimento no trimestre deverão ser os mais afetados nos próximos meses, influenciados pelas quebras nos respetivos mercados ocupacionais.

Nos escritórios, Março trouxe já algum abrandamento ao mercado, mas não o suficiente para travar os resultados agregados, os quais continuaram a refletir o contraste de uma elevada procura com a escassez de espaços de qualidade. A pandemia, contudo, poderá afetar os planos de desenvolvimento futuros, uma vez que haverá necessidade de adaptação às novas formas de teletrabalho que deverão passar a marcar o setor.

No retalho, o trimestre começou animado com procura e atividade tanto no comércio de rua como nos centros comerciais, com evidência para a restauração, que foi a área mais dinâmica. Contudo, o trimestre acabou com um estado de emergência que obrigou a um fecho generalizado das lojas. A reabertura progressiva do comércio de rua está planeada para o início de maio, mas permanece uma elevada incerteza neste setor. Face à atual situação, as marcas têm estado a rever os canais de distribuição e as compras online vão continuar a ter um papel importante nesta fase.

Covid-19 não anula interesse de investidores internacionais pelo mercado português 

Para concluir, Pedro Lancastre, acrescenta: “Mesmo nestes tempos tão adversos de paralisação global, temos o feedback de que os investidores e compradores, quer nacionais quer estrangeiros, mantêm um elevado interesse por Portugal. Estão conscientes de que atravessamos uma situação complexa, mas encaram-na como temporária, além de que se trata de um mal que afeta todos à escala global. Não é um exclusivo do nosso país! Isto, para dizer que o investimento vai voltar e os negócios vão retomar na segunda metade do ano. Portugal fez um percurso muito sólido de posicionamento internacional na última década, que não vai ser anulado por este vírus”.

Fonte: JLL; Imagem: António Passos SilvaAn by An

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