Carlos Dobreira iniciou a 16 de março passado correspondência escrita, em língua portuguesa e inglesa, com Greta Thunberg, da qual deu particular conhecimento a António Guterres, Marcelo Rebelo de Sousa e Embaixadores de Portugal na Suécia e deste país em território português. Como é hábito em relação a outras ações, com o intuito de sensibilizar a comunidade para a grave situação em que o meio ambiente e os ecossistemas se encontram mergulhados, Carlos Dobreira acaba de dar agora também conhecimento público da primeira carta enviada à jovem líder ambientalista mundial.
O autor tem raízes familiares na Vila de São Romão, Serra da Estrela, mas reside em Braga. Tem-se dedicado, nos últimos tempos, com assiduidade, à prática de plogging (apanha de coriscas de cigarros), facto com que se tem notabilizado entre os frequentadores das redes sociais, em particular desta região minhota.
Nesta primeira carta endereçada a Svante Thunberg (pai da ativista sueca) e traduzida para a língua inglesa por Muriel Marques (professora do Instituto Britânico de Braga), Carlos Dobreira aborda a tragédia ecológica e ambiental em Portugal, em particular nos concelhos de Amares, Esposende, Braga, Ílhavo, Seia e Terras de Bouro, as 9 ações de plogging por si desenvolvidas até aqui em território nacional e a má relação entre os seres humanos e a natureza.
É tecida ainda uma crítica ao sistema educativo português classificando-se como um falhanço a Estratégia Nacional de Educação Para a Cidadania e princípios e áreas de competência do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
A imprensa de âmbito local e regional bracarense e nacional, nos quais se enquadram a Vila Nova e alguns outros congéneres, nomeadamente Braga TV, ComUm, Correio do Minho, Diário do Minho , Esposende 24, Jornal de Notícias (Sandra Freitas e Cristiana Milhão), O Amarense, O Minho, Semanário V, O Vilaverdense e Pressminho, é alvo de reconhecimento pelo interesse demonstrado pelas 9 ações de plogging, as quais até já motivam a realização de trabalhos académicos com destaque para as alunas da Universidade do Minho, Cláudia Pires e Daniela Coelho, autoras do trabalho “Plogging: uma corrida para salvar o planeta.”
A carta, fundamentada com seis anexos, tem um apelo dirigido à ativista ambiental sueca e termina com uma evocação ao cantor Pedro Barroso.
Balanço intermédio arrasador
Ao longo de 8 meses de prática de plogging, Carlos Dobreira percorreu quase uma centena de quilómetros na recolha de resíduos (30 150 beatas de cigarro e 2 090 litros de resíduos recicláveis, perigosos e lixo indiferenciado), atividade em que despendeu 99 horas e 55 minutos.
Em resumo desenhado pelo próprio, em jeito de balanço intermédio das ações realizadas, Carlos Dobreira considera haver:
- inconsciência e desrespeito por parte do ser humano para com a Natureza-Mãe;
- inúmeras insuficiências das políticas de educação ambiental por parte das autarquias locais e das comunidades intermunicipais;
- omissão de apelos à sensibilização para a Educação Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável em eventos de dimensão nacional;
- falhanço da Estratégia Nacional de Educação Para a Cidadania (ENEC);
- falhanço no alcance do princípio e área de competência do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (Despacho n.º 6478/2017, de 26 de Julho), em concreto o princípio respeitante à Sustentabilidade e a área de competência relativa ao Bem-Estar, Saúde e Ambiente.
Apelo a Greta Thunberg
Na missiva, Carlos Dobreira exorta Greta Thunberg “para que faça um apelo à prática de plogging a nível mundial e incentive os governantes, em particular os que têm responsabilidades na área da Educação, à promoção realista e eficaz de políticas de consciencialização para a Educação Ambiental e a Sustentabilidade.”
Evocação a Pedro Barroso
A carta termina com uma breve evocação a Pedro Barroso (1950-2020), cantor popular recentemente falecido, por tudo o que escreveu e cantou, em particular, na defesa do Planeta Terra. Aí se cita um extrato da canção ecologista “Tanta Gente” (1982):
“(…)
E apenas queremos água para beber e ar p’ra respirar,
E sol para viver e paz para dormir,
Justiça no espaço e serras para amar
Porque o mundo não é uma máquina
Pode um dia vir-se a zangar
Porque o mundo não é uma máquina
Pode um dia vir-se a esgotar.”
Nova carta segue a breve trecho
A segunda carta, a enviar em meados de abril, via email, “terá como inspiração a Vila de São Romão, uma das vilas mais antigas de Portugal e terra da água situada na Serra da Estrela, sendo abordada a pegada ecológica no Santuário do Bom Jesus do Monte (Braga) e no Geopark Serra da Estrela, classificados pela UNESCO”, refere Carlos Dobreira.
“O teor da carta contemplará ainda uma reflexão sobre entrevistas dadas à RTP, SIC e reportagem da Rádio Universitária do Minho (RUM) sobre a recolha de resíduos, a vida do ser humano consumista durante o estado de emergência em Portugal, a redução das emissões de CO2, a necessidade de redefinição das políticas educativas a nível mundial e uma reflexão sobre a criação de um novo relacionamento entre o ser humano e o Planeta Terra”, conclui.
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Obs: Este artigo foi editado no 2º parágrafo em 21032020, 00h45.
Imagens: CMRD
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