É do bom senso que as palavras de ordem, slogans ou títulos, de um qualquer documento, afirmem de forma sucinta, o conteúdo desse mesmo documento. Permitem assim ao cidadão eleitor, de uma forma simplista, apreender ou deduzir do espírito contido no documento em causa que é sempre o resultado de uma ideia ou um propósito. Esta forma simplista é a forma “sui generis” comum, no comportamento social atual e que, em regra, tende a ser generalista, mas também generalizada.
É nesse sentido que encontro uma resposta, que tenho por cabal no seu todo e eficaz na conclusão, para equacionar a razão estrutural de suporte aos slogans que se apresentam como títulos das Moções de Estratégia de suporte às duas Candidaturas apresentadas à Federação Distrital de Braga, – eleição adiada pelos efeitos diretos de eventual propagação do coronavírus COVID-19, para data não prevista e muito menos previsível -, respetivamente por Joaquim Barreto e Ricardo Costa.
“Primeiro o Distrito. Primeiro o Partido.” e “Todos como Um. Todos Um.”
O primeiro slogan, ao referir “Primeiro o Distrito.”, assume responsabilidade pública para com as pessoas na justa medida em que um Distrito resulta da organização do território nacional agregando um conjunto de Concelhos, por sua vez suportado por freguesias e uniões de freguesias. Estes só existem porque nesses espaços vivem pessoas com problemas e soluções distintas em consonância com a proteção do ambiente que lhes é afeto e, de forma singular, garante da vida sustentada para a sua continuidade geracional. Extrai-se assim uma primeira ideia mestra: as pessoas são a essência.
O mesmo slogan também refere: “Primeiro o Partido.”, o que configura relevância estruturada em organização política e partidária com um ideário definido e políticas ajustadas por pessoas para as pessoas, de forma transversal ao universo nacional e internacional, porque um partido político é o conjunto dos seus militantes que lhe dão conteúdo Humano e exige soluções para a organização política, social, económica e demais valências, onde o equilíbrio intercontinental é por demais importante. Extrai-se assim a segunda ideia mestra: a importância da militância.
Nesta senda, a de tentar perceber o conteúdo implícito aos slogans das Moções de Estratégia de Candidatura a Presidente da Federação Distrital de Braga e à luz da análise feita sobre a Moção anterior, passemos ao slogan seguinte: “Todos como Um. Todos Um.” Há, a meu ver, neste slogan, uma avaliação sociológica implícita que apresenta o Ser Humano comportando.-se como um autómato que se programa de forma igual e respondendo de forma unânime, assim dando forma a que sejam “Todos como Um.” Em tese teórica, esta avaliação é uma avaliação tecnocrata em que se equaciona o raciocínio da organização social robotizada no comportamento e castradora da autonomia intelectual com produção distinta impeditiva de uma organização em sociedade democrática onde a articulação das diferenças é a essência. Extrai-se assim uma primeira ideia mestra: a automatização dos comportamentos.
Na segunda frase do mesmo slogan, “Todos Um.”, existe um mero jogo de palavras, uma vez que complementa a ideia que passa na sua primeira frase sem que acrescente algo de diferente. Todos funcionarão como um, dando forma a que todos serão um. Extrai-se assim uma segunda ideia mestra: não há espaço para a diferença.
O peso das palavras tem sempre associados a interpretação diferenciada de quem lê e de quem ajuíza. Tudo o resto é retórica sempre sujeita a ser aceite pelos diferentes indivíduos que dão corpo à associação de pessoas, no caso os militantes do Partido Socialista. Importa por isso todo o cuidado nas mensagens que se pretende passar, mas também no juízo interpretativo porque todos somos diferentes.
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