Cinema | ‘Fátima’ de João Canijo retorna a Famalicão

Cinema | ‘Fátima’ de João Canijo retorna a Famalicão

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‘Fátima’ de João Canijo será exibido a 13 de março, pelas 21h30, no Centro de Estudos Camilianos, em Seide S. Miguel, Vila Nova de Famalicão, ao abrigo do programa ‘Fitas de Animatógrafo’. A fita será comentada pela atriz Rita Blanco, que participou no filme, e o investigador Sobrinho Simões em conversa moderada pelo diretor da Casa de Camilo, José Manuel de Oliveira.

No início de Maio de 2016, um grupo de 11 mulheres – composto pelas atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Cleia Almeida, Vera Barreto, Teresa Madruga, Ana Bustorff, Teresa Tavares, Alexandra Rosa, Íris Macedo, Sara Norte e Márcia Breia – parte de Vinhais, em Trás-os-Montes, em peregrinação a Fátima. Durante nove dias, e ao longo de quatrocentos quilómetros, fazem o seu caminho individual, superando as adversidades com estoicismo, coragem e fé, “até Fátima, cidade que se tornou um lugar santo, mas também de encontro para muitos peregrinos”, lugar onde, no dia 13 de maio de 1917, três crianças – Lúcia, Francisco e Jacinta – afirmaram ter visto ‘uma senhora mais brilhante do que o Sol'”.

João Canijo segue o caminho emocional e bastante físico que estas mulheres do Norte decidem fazer. Cada uma tem a sua motivação e a sua maneira de lidar com a dificuldade da peregrinação… Cada uma é uma mulher que escolheu caminhar dias e dias, deixando-se por vezes dominar pelas emoções. Apesar disso, Rita Blanco afirmou, ainda recentemente, em 2019, a Lurdes Abreu, da Cap Magellan que, contrariamente ao que se possa pensar, não haver “nada de muito espiritual no próprio filme… Esse é apenas o pretexto para mostrar aquelas pessoas”.

Com realização de João Canijo – “Ganhar a Vida” (2001), “Noite Escura” (2004), “Mal Nascida” (2007), “Fantasia Lusitana” (2010), “Sangue do Meu Sangue” (2011) ou “É o Amor” (2012) –, este filme é um “road movie” semidocumental que tem como pano de fundo a relação entre mulheres e que tenta refletir sobre as “coisas extremas que se podem fazer por necessidade de fé”. Segundo o realizador, o projeto iniciou-se com “um texto que foi construído ao longo de dois anos, porque as atrizes fizeram peregrinações reais que documentaram. E foi a partir dessa informação, dos incidentes e dos acidentes das várias peregrinações, que se chegou ao guião do filme”, conta. Canijo explica também que “as atrizes estiveram em Vinhais para serem de Vinhais. As suas personagens têm vidas que elas viveram em Vinhais.”

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