O dever moral de conservar a vida selvagem

O dever moral de conservar a vida selvagem

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3 de março, Dia Mundial da Vida Selvagem


 

 

A rica biodiversidade e os bilhões de anos que o planeta Terra tem, tempo durante o qual os seus inúmeros elementos interagiram, tornaram o  nosso planeta habitável para todas as criaturas vivas, incluindo os humanos.

O homem e a biodiversidade

Historicamente, dependemos da constante interação e interligação entre todos os elementos da biosfera para todas as nossas necessidades: o ar que respiramos, os alimentos que ingerimos, a energia que usamos e os materiais de que precisamos para todos os fins e que suportam as atividades económicas.

Dos seres vivos do quotidiano aos mais incomuns ou difíceis de avistar, dependemos da vida selvagem e da biodiversidade do planeta para sobrevivência e satisfação de necessidades de  7 bilhões de seres humanos que, no futuro, segundo estimativas, em 2050, serão cerca de 10 bilhões de pessoas.

Somos a espécie mais poderosa do planeta sendo capaz de alterar ecossistemas que são o lar partilhado de 8.7 milhões de formas de vida no planeta terra e somos também aquela com responsabilidade de cuidar da casa comum.

Interdependência entre espécies

A frágil cadeia de interdependência entre seres vivos, embora pouco aparente, é fulcral para o equilíbrio que nos une: das abelhas como insectos polinizadores que são auxiliares fulcrais para a produção de alimentos, à diversidade de flora com importantes efeitos medicinais passando pelos fragmentadores, necrófagos e decompositores que mantêm a sanidade da coisa.

A perda de espécies é importante porque o número e a heterogeneidade de espécies, as funções que elas desempenham e as interações entre elas são, coletivamente, a base para ecossistemas saudáveis.  Ecossistemas saudáveis ​​são importantes porque apoiam os processos naturais (incluindo a regulação climática, a purificação de água e a reciclagem de resíduos) dos quais a vida humana depende.

Tráfico ilegal, uma séria ameaça

Contudo, são mais de 28 mil as espécies de animais e plantas que a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) afirma estarem em perigo de extinção. A Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza divulgada em 2019, indica que 40% de anfíbios, 34% de coníferas, 33% de corais de recife, 25% de mamíferos e 14% de aves encontram-se em risco. Da perda de habitats em detrimento dos fenómenos de urbanização e outras ocupações de solo predadoras, o tráfico ilegal é também uma séria ameaça.

O trabalho necessário para a solução do tráfico ilegal é trabalhar a avareza em torno do significado cultural. Extrair as presas de um elefante ou as escamas de um pangolim para o mercado asiático significa dinheiro fácil no mercado negro mas tão só porque alguém do outro lado valoriza culturalmente a sua posse.

É urgente agir

Assim, as ideias de monumentalidade (uma espécie grande, “forte” ou perigosa), a ideia de número e extravagância (raro e difícil de encontrar ou existente em número reduzido), a ideia de medicinal (mesmo que não comprovado cientificamente os seus efeitos farmacológicos) ou de crença (sorte e bonança pela sua posse), condena anualmente diversas espécies vegetais e animais. Reforça-se hoje mais do que nunca a importância de denunciar o tráfico e a caça ilegal de animais selvagens bem como o comércio ilegal de espécies da fauna e da flora silvestre.

Em Portugal, o tráfico ilegal internacional arrasa a população de cavalos-marinhos nas rias, a  enguia europeia (Anguilla anguilla), conhecida por meixão na fase larvar, é pescada ilegalmente, o azevinho selvagem ainda é decepado por altura do natal e nos mercados e nas plataformas de venda online ainda é comum a venda de vida selvagem, nomeadamente aves. Precisamos de agir.

»» 3 de março

3 de março é o Dia Mundial da Vida Selvagem. O objetivo deste dia, criado em 2013 pela ONU, é celebrar o mundo animal e vegetal do nosso planeta, alertar para os perigos do tráfico de espécies selvagens animais e consciencializar a população para a conservação da natureza.

A 3 de março de 1973, implementou-se a CITES – Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção.

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Categorias: Crónica, Sociedade

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