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Esther Mucznik e Paulo Moura debatem ‘Horror do Belo, Belo no Horror’

 

 

Serralves, pela mão de Esther Mucznik, linguista e socióloga, e a Paulo Moura, escritor e jornalista, moderados pelo também jornalista e diretor do jornal Público, Manuel Carvalho, darem seguimento ao ciclo de conferências Arte e Espiritualidade. Desta vez, o debate acontece a 2 de março, segunda-feira, às 21h30, tendo como tema ‘Horror no Belo, Belo no Horror’, partindo de um texto escrito por Pedro Abrunhosa, um dos comissários destas conferências.

‘Em pleno coração da Europa de onde germinara a alta-cultura, as liberdades e o humanismo, há-de o Holocausto mostrar-se com os dentes de todo o mal. Os mesmos que à força empurram para os já apinhados comboios da morte ainda mais vítimas, deleitam-se ao final do dia em serões com as ‘reveries’ de Debussy e chá. Entretanto, sabendo do fim que os espera e despojados de tudo que os faz homens e mulheres, aos ’untermensch’ resta apenas a memória como lugar possível da Humanidade que são. Recitam Schiller, entoam no silêncio interior cânticos em yiddish, deixam nos avessos dos catres paisagens gravadas a terra e a unhas. Não é estoicismo que os move mas viver o fim com a dignidade que nenhuma besta nazi consegue humilhar. Onde há violência e ódio há, mais do que a força dos tanques, a necessidade da supressão da identidade do outro. Memória e Arte são, por isso, os primeiros alvos do horror’.

Esta é a oitava conferência de um ciclo comissariado por Pedro Abrunhosa e Paulo Mendes Pinto, dedicadas ao tema “Arte e Espiritualidade”. Pelo auditório de Serralves passaram já Alvaro Siza e José Tolentino Mendonça moderados pelo jornalista Vitor Gonçalves, que debateram a relação entre o construído e a fé; Viriato Soromenho-Marques e Paulo Teixeira Pinto que, moderados pela jornalista Bárbara Reis, discutiram o papel da ética na economia; e Sobrinho Simões e Gonçalo M. Tavares que, moderados pela jornalista Maria João Costa, debateram a questão do erro na nossa sociedade; à jornalista Luisa Meireles coube mediar um debate sobre pensamento como pré-escrita entre a escritora Lídia Jorge e o filósofo e teólogo Fr. Bento Domingues; novamente a Vitor Gonçalves coube moderar um diálogo entre Joana Vasconcelos e o médico e gestor Luis Portela sobre formas de (in)visibilidade e, no final de 2019, foi o filósofo e pensador francês Luc Ferry  que deu continuidade a este ciclo refletindo sobre a espiritualidade laica.  No ano de 2020, o ciclo Arte e Espiritualidade reiniciou com as intervenções de Pedro Cabrita Reis e Maria Teresa Cruz que, moderados pelo curador Miguel Von Hafe Perez, refletiram sobre o “falar sem palavras”.

Esther Mucznik nasceu em Lisboa, filha de pais judeus polacos. Viveu em Israel e em Paris onde estudou, respetivamente, língua e cultura hebraica e Sociologia na Sorbonne. Exerceu funções de Vice-Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa de 2002 a 2016 e é Fundadora do Museu Judaico de Lisboa, projecto ainda em preparação. É membro da Comissão Permanente da Comissão de Liberdade Religiosa e, como Autora, são inúmeros os estudos e ensaios publicados entre os quais’ Portugueses no Holocausto’ (2012), ‘Auschwitz, Um dia de cada vez’ (2015) ou ‘A Grande epopeia dos Judeus no Século XX’ (2017).

Estudiosa de questões judaicas, participou em numerosas conferências em Portugal e no estrangeiro. Coordenou e ministrou cursos e seminários sobre história e cultura judaica e é colaboradora assídua do jornal ‘Público’.

Assina também a autoria do Documentário ‘A palavra às testemunhas’ (2002) filmado com base em entrevistas a refugiados e sobreviventes da Segunda Grande Guerra.

Por sua vez, Paulo Moura, escritor e repórter nascido no Porto, estudou História e Jornalismo e, durante 23 anos, foi jornalista do Público. Exerceu funções de correspondente em Nova Iorque e de editor da revista Pública, e tem feito reportagens em zonas de crise por todo o mundo. Fez a cobertura jornalística de conflitos no Kosovo, Afeganistão, Iraque, Tchetchénia, Argélia, Angola, Caxemira, Mauritânia, Israel, Haiti, Turquia, China, Sudão, Egipto, Líbia e muitas outras regiões, ganhou vários prémios (Gazeta, AMI, ACIDI, Clube Português de Imprensa, FLAD, Comissão Europeia, UNESCO, Lettre Ulisses, Lorenzo Natali, Literatura de Viagens da APE, etc.) É professor de jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, de Escrita de Viagens na Universidade Nova de Lisboa, e autor de dez livros, entre os quais Depois do Fim – a crónica dos Primeiros 25 anos da Guerra de Civilizações, Extremo Ocidental, uma viagem de moto pela costa portuguesa, e Uma Casa em Mossul – os Últimos dias do Estado Islâmico.

Entrada: 5,00 euros (50% desconto para Estudantes, >65 e Amigos de Serralves)

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Fonte e Imagens: Serralves

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