Sérgio Santos, técnico de gestão agrícola com 41 anos de idade, tem desenvolvido a sua vida profissional sempre ligada à agricultura e à floresta. Aquando da visita a Feira Agrícola de Santarém, sentiu-se atraído pela produção de frangos. Ao pesquisar pelo assunto, chegou “à triste conclusão que a industrialização está prestes a levar as nossas raças autóctones de galinhas à extinção“, tendo por isso pensado em fazer algo que o pudesse evitar.
Depois de ter plantado um pinhal de pinheiro manso, que começa agora a dar os seus primeiros frutos, Sérgio Santos deseja agora “dar um passo contra a extinção da galinha branca portuguesa“, de que muitos se lembram mas quase ninguém a vê e cuja população, segundo os dados de 2016, era de apenas 210 fêmeas e 115 machos em 81 criadores.
“Juntamente com os meus dois filhos, Rafael e Gabriela, pretendo com este projecto criar um bando com cerca de 100 reprodutores desta raça, com o objectivo de aumentar o número de reprodutores existentes e proporcionar uma maior oferta de animais desta raça para outros criadores”, refere Sérgio Santos.
Crowdfunding quer salvar a galinha branca portuguesa
Pretende-se por isso reunir os meios para conseguir concretizar a construção de um parque destinado a um grupo de galinhas brancas portuguesas que possam viver ao ar livre e protegidas dos predadores, uma vez que só assim será possível criar um bando desta raça de galinhas autóctones que se encontram em severo risco de extinção.
Este projecto será realizado em diversas fases, a primeira das quais será a aquisição dos primeiros reprodutores, a construção do parque e a multiplicação do efectivo até se atingir o número pretendido de animais reprodutores.
A segunda fase será a construção de mais dois parques se no próximo quadro de apoio à agricultura portuguesa houver a possibilidade de candidatura para pequenos investimentos, caso contrário, será feita a medida das possibilidades financeiras.
A terceira fase será fazer o apuramento e melhoramento da raça para se obter um núcleo de reprodutores puros da raça.
Os animais irão viver em liberdade na exploração com alimentação biológica devidamente certificada, terão a sombra do pinhal ao redor do galinheiro para poderem pastar e estarem protegidas das aves de rapina.
O parque que será construído irá ter cerca de 1.750 m2. Ao todo, a vedação te um comprimento aproximado de 180m, cujo custo é de 250€/100m.
Além disso será também necessário a aquisição de uma chocadeira no valor de 225,00 €, comedouros e bebdouros, parque fechado para os pintos, alimentação biológica, pastagem, produtos para a desinfecção dos ovos e chocadeira, entre outros, sendo o material mais caro e com maior peso financeiro a chocadeira e a construção do parque.
Este projecto também irá ser terá financiamento, ao longo do tempo, com a venda de ovos, frangos, galos e galinhas, pois o principal objectivo será aumentar o número de reprodutores desta raça, aumentando assim a oferta para outros criadores e principalmente constituir um núcleo com dimensão suficiente para preservar a raça no seu estado puro.
“Esperamos ao fim dos primeiros 6 meses já ter conseguido aumentar o bando com 5 novas gerações nascidas na exploração e estarmos assim prontos para começar a distribuir as recompensas”, conclui o empreendedor.
A campanha estará em vigor até 2 de março, pretendendo Sérgio Santos angariar 850,00 euros; até agora conseguiu 170,00 €. O promotor oferece algumas contrapartidas, tais como a oferta de um frango pela contribuição de 20,00 euros, entre outras mais vantajosas para os residentes na zona.
a alma.
Imagem: SS/PPL