Elda Fernandes e Isabel Marques, candidatas do Aliança pelo distrito de Braga às eleições legislativas, bem como o mandatário da campanha, Carlos Vaz, reuniram, hoje, 12 de setembro, com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) – núcleo de Braga – na pessoa da sua única técnica permanente, a jurista Marta Mendes. O Aliança mostrou-se surpreendido com os números revelados, considerando vergonhoso o número de casos de violência doméstica no país e no distrito, em particular. Perante o cenário, o partido defende maior apoio financeiro dos concelhos deste distrito de modo a garantir dois psicólogos em full-time, assim conseguindo proporcionar equilíbrio à associação que se encontra dependente de estágios profissionais e trabalho voluntário.
Os elementos do Aliança reuniram hoje com a APAV do distrito de Braga, situada na Junta de S.Victor, numa reunião onde sobressaem o profissionalismo e integridade da associação e capacidade de multiplicar funções quando não têm apoio financeiro dos municípios nem do Estado suficiente de modo a garantir a contratação de efetivos para as centenas de atendimentos realizados anualmente.
“Ficamos surpreendidos, pela positiva, pelo excelente trabalho destes técnicos que são invisíveis na comunicação social e até amplamente criticados quando têm um papel fulcral no terreno. O número de atendimentos de 2018, aliás, público e disponível no site da APAV, mostra que há pessoas no nosso país que, contra tudo, fazem um trabalho fantástico, mas não chega”, indica Elda Fernandes. “É tempo de o Governo apoiar com financiamento este trabalho que se traduz na segurança de pessoas que sofrem violência doméstica e nesta associação encontram apoio psicológico e jurídico, por exemplo. Este centro de apoio à vítima recebe pessoas de todo o distrito de Braga e de Viana do Castelo e conta com um local de atendimento, acesso a luz, água e até pequenas obras, porque houve a boa vontade da Junta de S.Victor e, logo, da Câmara Municipal de Braga. Mas este apoio parece-nos pouco, porque são necessários um ou dois psicólogos fixos. O viver de estágios profissionais obriga a burocracias e à perda destes profissionais com formação específica para outros trabalhos. Para se trabalhar no atendimento à vítima é necessária formação, seja para proteger a vítima, a sua família e a própria técnica envolvida”.
O Aliança admite ter ficado surpreendido com os números elevados dos casos em que a APAV Braga interveio e elogia a forma como o processo é conduzido entre a associação e as entidades competentes: “Pelo que ouvimos e pelo nosso conhecimento de um passado próximo, a lei portuguesa não está errada. Houve evolução e talvez seja apenas necessário aumentar as penas e que estas sejam cumpridas nas prisões, porque a sinalização do agressor ou a pulseira eletrónica como medida de coação acaba, em alguns casos, como sabemos, em crime; mas é no terreno que centramos as nossas preocupações. É necessário existir um fundo do governo central para aumentar o número de postos de atendimento de vítimas para um por distrito e cada um deles possuir, no mínimo, uma jurista e um psicólogo em atendimento permanente. Estas associações dependem de apoios do Estado – e mesmo do tribunal -, porém os meios são parcos e as ações que desenvolvem estão dependentes do concurso a fundos europeus. Neste ponto, o Aliança defende um reforço financeiro que vise a prevenção destas falhas e a sinalização das vítimas em fase inicial.”
O partido – que concorre com Luís Cirilo em número 1 pelo círculo eleitoral de Braga – defende ainda um investimento sério desde o pré-escolar ao término do secundário e indica que, em caso de eleição, os números dos casos de violência doméstica serão alvo de especial atenção: “Após reunirmos com a Dra. Marta Mendes acreditamos que faz sentido existir – desde tenra idade e em contexto escolar – uma disciplina, ateliers, ações de caráter obrigatório e adaptadas à idade dos alunos – sobre violência e que englobe outras temáticas para prevenir e educar os mais jovens do que é aceitável e do que está no âmbito do crime.”
Os números mais elevados na violência doméstica são ainda contra mulheres, mas Elda Fernandes reforça que o Aliança possui “um programa político de forte caráter solidário”, pelo que acrescenta o alerta de que estas não são as únicas vítimas: “Existem crianças, homens e idosos que também são vítimas de violência, nomeadamente doméstica. No caso dos idosos não há locais para serem colocados em casos de emergência, pois não faz sentido irem para uma casa de acolhimento onde entram e saem pessoas a toda a hora, já para não contar com o facto de lá não disporem de serviços médicos e de enfermagem. Este tema é muito importante porque os números de violência na terceira idade praticada por familiares maioritariamente diretos está a aumentar sobre esta fatia de população muito vulnerável.”
**
*
Se chegou até aqui é porque provavelmente aprecia o trabalho que estamos a desenvolver.
A Vila Nova é gratuita para os leitores e sempre será.
No entanto, a Vila Nova tem custos associados à manutenção e desenvolvimento na rede.
Se considera válido o trabalho realizado, não deixe de efetuar o seu simbólico contributo sob a forma de transferência bancária.
MB Way: 919983484
Netbanking ou Multibanco:
NiB: 0065 0922 00017890002 91
IBAN: PT 50 0065 0922 00017890002 91
BIC/SWIFT: BESZ PT PL
Obrigado.