Pelas 21h30 da próxima sexta-feira, 12 de julho, o famalicense Jorge Pimentel inaugura a exposição “Palavras d’Olhar” que estará patente a público desde essa hora até ao dia 11 de agosto, na Casa da Cultura Francisco Marques Rodrigues Júnior de Avintes, em Vila Nova de Gaia. Trata-se da mostra de um compromisso artístico entre a fotografia e o texto onde sentidos e sensações afloram à escuta e ao olhar. Luís Matias e Pereira Lopes conduzirão a sessão de abertura.
Transmontano de olhar dividido entre horizontes largos e verdes profundos, Jorge Pimentel é natural de Avelanoso, uma pequena aldeia do concelho de Vimioso, no Nordeste Transmontano. É precisamente entre a Terra Fria, o Planalto Mirandês e a “raia” com as “Terras de Aliste” (Espanha). O autor encontra as suas mais profundas referências nessa ligação à terra-mãe que encontra razão para olhar mais longe e percorrer caminhos de palavras, porque aí “o chão sempre se encontra com o céu”.
No entanto, é no Minho, “onde o horizonte se fecha na primeiríssima mancha de verde”, que fez parte significativa do seu percurso de estudante, enquanto jovem e é aqui que retoma uma velha paixão – a fotografia – quando regressa para novos desafios profissionais.
Jorge Pimentel, professor do primeiro ciclo na cidade de Vila Nova de Famalicão, usa a fotografia e as suas possibilidades para promover a atenção dos seus alunos, o gosto pelo conhecimento e, especialmente, pela leitura e escrita, num universo marcado pela temporalidade volátil de recursos.
Já perdi vento e maré,
Perdi horas, perdi pé,
Perdi tempo devagar.
Já perdi velas e mastros,
Rumos, mapas e lastros,
Em dias de navegar.
Perdi noção e sentido
E já me senti perdido,
Um pouco em todo o lugar.
Mas sempre me encontrei ,
Em horizontes achei,
Novos pontos de marear.
Finco pés em águas de sal,
Não receio ondas de mal,
Olho o leste, sinto o mar.
Descanso silêncio, em pausa,
Não desarmo minha causa,
Descanso não é esperar.
Como fotógrafo amador, é eclético, emotivo e intuitivo, na forma e conteúdo da fotografia que realiza. Por vezes, a fotografia serve para assinalar um determinado ângulo de visão, interesse ou pormenor ou é forma de fixar o tempo e eternizar um momento; outras, ainda, a fotografia é puro recreio ou gozo da estética.
“A busca permanente pelo melhor clique é uma aventura. É necessário estar lá, mas também que a coisa aconteça”, assinala no texto de apresentação de “Palavras d’Olhar“.
A combinação entre texto e foto em “Palavras d’Olhar” é reflexo de um estado de alma em que o autor se pronuncia duplamente pela forma como olha e regista um momento e como verbaliza o pensamento a partir desse olhar ou sobre o mesmo, ou sobre si e o sentido das coisas.
Reacontecendo de tempos a tempos, cada exposição de “Palavras d’Olhar” é diferente da anterior porque reorganizada em função de sentidos e sentimentos novos, a cada tempo, mas também porque, mantendo-se a lógica de se exercer como retalhos do blogue “São Só Meus Olhares”, é tão viva como este, mas sempre revisitado, como quem teima em regressar a tempo a cada lugar e ao sentido do sentir. A exposição – com diferentes imagens e diferentes textos – já passou em anos anteriores por Vila Nova de Famalicão, Vieira do Minho, Bragança, Penafiel, Trofa e Braga com reconhecido sucesso.
Imagens: Jorge Pimentel
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