Niki Lauda, o herói e tricampeão mundial de Fórmula 1, faleceu ontem, 20 de maio, aos 70 anos na sequência de complicações surgidas oito meses depois de complicações renais surgidas após receber um transplante pulmonar em finais de 2018. A revelação foi efetuada pela família à imprensa austríaca.
“Com profunda tristeza, anunciamos que o nosso querido Niki faleceu pacificamente junto da sua família na segunda-feira, 20 de maio”, disse a família em comunicado enviado à agência de notícias austríaca APA. Para lá das referências familiares, em forma de homenagem, destacavam-se, em complemento, as “suas conquistas únicas como desportista e empresário”.
Niki Lauda: tricampeão mundial de Fórmula 1
Andreas Nikolaus Lauda foi profundamente admirado e respeitado na F1 ao longo de uma invejável carreira, durante a qual conquistou dois títulos para a Ferrari e um para a McLaren.
Naquele tempo, anos 1970, os carros não dispunham não eram tão precisos nem dispunham das condições de segurança dos dias de hoje. Naquele tempo, as provas de Fórmula 1 eram programa sagrado de domingo, pelo que os mais velhos se recordam perfeitamente do acidente por ele sofrido quando conduzia um Ferrari e se despistou, no Grande Prémio da Alemanha de 1976, daí resultando queimaduras graves que o deixaram com sequelas para toda a vida.
Durante o período em que competiu, Niki Lauda participou em 171 corridas tendo concluído a carreira com 25 vitórias. Piloto de exceção, era corajoso e intransigente, mas possuía também o bom senso indispensável a quem sabe ver que a vida está em risco. Apesar das dúvidas, Lauda retornaria à competição. Regressado às pistas apenas cerca de mês e meio depois do acidente de Nurburgring, ainda enfaixado e com dores, pouco depois foi capaz de desistir quando podia ter conquistado mais um título mundial no Grande Prémio do Japão desse mesmo ano, apenas 2 meses após o acidente que quase o vitimara. Face à chuva torrencial que deixava o piso inseguro, Lauda retirou-se da corrida deixando o seu amigo James Hunt sagrar-se campeão do mundo.
Nascido em 1949, tornou-se corredor de automóveis contra a vontade da família. Em 1971 estreou-se na F1 na March, uma pequena escuderia, e depois passou para a BRM, onde conseguiu dar nas vistas e daí conseguir o salto para a Ferrari, em 1974.
De imediato, deu para perceber que a aposta da Ferrari estava ganha. Lauda conseguiu um pódio na sua primeira prova e a primeira vitória pouco depois, no Grande Prémio de Jarama, em Espanha. Em 1975, Niki Lauda consagrou-se pela primeira vez Campeão do Mundo de Fórmula 1, título que a Ferrari já não conseguia há mais de uma década.
Niki Lauda ostentaria o título pela segunda vez no ano seguinte. Quando se retirou, em 1979, representava a Brabham.
Regresso para um terceiro título garantido em Portugal
Entrou então no mundo dos negócios, mas regressou em 1982 para a sua derradeira grande vitória como Campeão Mundial pela McLaren, em 1984, marca que representou até ao seu afastamento definitivo em 1984 após uma luta extremamente competitiva com o companheiro de equipa Alain Prost. De forma dramática, o austríaco apenas conseguiria vencer o título no último Grande Prémio, disputado em Portugal, por apenas meio ponto de vantagem.
O Grande Prémio de Portugal de 1984, realizado no Estoril, foi a prova decisiva, e histórica, que garantiu o terceiro título a Niki Lauda, tendo esta deixado marcas no país que haveriam de perdurar até hoje. Na prova, Niki Lauda precisou de se classificar em 2º lugar para garantir o título, o que aconteceu quando Nigel Mansell desistiu a 18 voltas do final. Como resultado, conseguiria a diferença de meio ponto indispensável de vantagem em relação a Alain Prost, que se encontrava em vantagem se viria a tornar o seu sucessor entre os grandes campeões.
Neste Grande Prémio de Portugal, os pilotos que conseguiram pontos conquistaram um total de 13 campeonatos mundiais, e os três pilotos no pódio foram todos (pelo menos) triplicados campeões mundiais em diferentes épocas – Niki Lauda, aproximando-se do final de sua longa e distinta carreira na Fórmula 1, Alain Prost, aproveitando os melhores anos de sua carreira, e Ayrton Senna, ainda na início da sua fulgurante carreira.
Na prova, depois de correr em segundo lugar atrás de Prost durante a maior parte do tempo, Nigel Mansell desistiria na volta 52 devido a falha do travão dianteiro esquerdo, facto que permitiria a Lauda obter o tão preciso e indispensável segundo lugar que precisava para vencer o Campeonato Mundial.
Lauda retira-se então da F1 pela segunda e última vez em 1985 e decide-se, de vez, a enveredar pelo mundo dos negócios, o que incluiria a sua própria companhia aérea e altos cargos na gestão da F1, nomeadamente como consultor da Ferrari e da Jaguar. Imagem de marca da Fórmula 1, mais recentemente, Lauda juntar-se-ia à Mercedes, empresa em que viria a ser administrador não-executivo da Mercedes.
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