No século XIX, o espaço hoje ocupado pela Rua Brito Capelo, inicialmente designada Rua do Juncal de Cima, uma das principais de Matosinhos dos dias de hoje, era parte de um deserto, conforme se vê numa pintura de José Resende, datada de 1886. Mas, a partir do início do século XX, a Rua Brito Capelo viria a transformar-se no eixo estruturante da cidade, acolhendo o comércio e a indústria, os cafés e os hotéis, o carro americano, o comboio, o metro, a biblioteca ou os Paços do Concelho. As imagens que o documentam compõem a exposição “Brito Capelo: memória(s) de uma rua”, que estará patente a partir de 13 de abril, a céu aberto e nos mesmos locais por onde a história de Matosinhos transcorreu.
O Comissário da exposição é o historiador Joel Cleto que, pelas 10h30 de sábado, guiará uma visita à mesma logo após a sua inauguração. As memórias da Brito Capelo, entre a nostalgia e a saudade, virão certamente ao de cima. O início do passeio está marcado para o cruzamento com a Rua Sousa Aroso. Os participantes poderão fazer-se acompanhar de telemóvel e auriculares para, através de uma frequência de rádio, ouvir com toda a comodidade as histórias que Joel Cleto narrará.
“Brito Capelo: memória(s) de uma rua” é composta por reproduções de pinturas, cartas e fotografias do Arquivo Municipal, a exposição poderá ser visitada entre a chamada Rotunda da Anémona (a Praça Cidade do Salvador) e o Mercado Municipal de Matosinhos, percorrendo a história e a memória de uma rua com um lugar privilegiado na identidade da cidade. “Brito Capelo: memória(s) de uma rua” integra o programa Primavera em Matosinhos, a decorrer desde 30 de março, e pretende dinamizar e revitalizar o comércio tradicional e local.
Curta história da Brito Capelo
Do carreiro de terra batida que era atravessado pelo comboio que transportava os materiais para a construção do Porto de Leixões à chegada do metropolitano de superfície, a exposição passa revista aos vários momentos da vida de uma artéria que os matosinhenses (e não só) guardam no coração. A chegada das conserveiras e dos armazéns de vinhos, a linha 19 do elétrico que trazia do Porto os veraneantes que enchiam a praia, os desfiles, as paradas, as tradições, as procissões ou o tempo em que a entrada para as Festas do Senhor de Matosinhos se fazia pelo cruzamento com a Rua do Godinho são alguns dos momentos recordados pela exposição “Brito Capelo: memória(s) de uma rua”.
Herdeira dos antigos e extensos trilhos que levavam até à foz do Douro, a Brito Capelo passou em apenas um século por um conjunto de transformações aceleradas e profundas, culminadas, no final do século XX, com o plano de reconversão de Matosinhos-Sul, da autoria de Álvaro Siza Vieira, que permitiu transformar a zona mais industrial da rua numa das mais apetecidas áreas residenciais da região.
Levado a cabo em colaboração com a Associação Empresarial do Concelho de Matosinhos, o programa Primavera em Matosinhos inclui a ilustração de montras, a animação das ruas, workshops, um concurso de montras dedicado ao Dia da Mãe e prémios para os clientes.
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