‘Voando sobre um ninho de cucos‘ de Milos Forman é uma obra magistral da “Sétima Arte”.
Pela matéria abordada, o tema que levanta, o cenário que envolve e a sublime interpretação em que se sustenta, só por isso, se mais não fosse, devia merecer o respeito de quem usa um púlpito para denegrir não se sabe se a obra ou se outro qualquer motivo porque há, em meu entender, coisas que não devem ser comparáveis. Salvo se quem a comparação faz tem motivo de vida, experiência pessoal ou outra com enquadramento ajustável que lhe permita, com autoridade moral, fazer essa comparação.
‘Voando sobre um ninho de cucos‘ é: um grito de revolta contra o sistema em defesa da liberdade mental e, sobretudo, intelectual.
O ambiente escolhido é o de um hospício.
O personagem é o de um Homem aprisionado, não propriamente o de um prisioneiro que, possuído de fenómenos intraculturais em diálogo com a interculturalidade que o envolve e o multiculturalismo do sistema se debate… debate… e debate!
Não é um combate linear e muito menos eficaz. Mas… é uma luta constante entre a ilusão e a realidade.
É um combate cultural que se desenrola nos meandros ocultos da mente e da sua capacidade criativa.
Não fora a exacerbação extemporânea do indivíduo e este autêntico “atentado” aos valores intrínsecos dos homens que são a sua cultura e os seus valores, atrever-me-ia a afirmar que não perceber os contornos da temática explícita assim como o seu desenvolvimento daquilo que está em causa na citada obra, tal não é permissivo ao insulto à obra em si e, muito menos, ao Humanismo descrito com a mestria reconhecida, e com motivos com que muitas vezes somos surpreendidos, e nos levam a pensar as sociedades como máquinas trituradoras do indivíduo enquanto Ser a que acrescem danos irreparáveis causados por esse insulto que atenta contra a inteligência humana.
No âmbito da envolvente sociológica, o indivíduo tem um vasto leque de direitos. Tem também, no mesmo âmbito, obrigações equivalentes para que o equilíbrio social seja justo.
No entanto, o cuco é uma ave que se destaca pela negativa familiar: usa ninho de outra ave para depositar os seus ovos e que alimentará as suas crias, comportamento socialmente reprovável mas que tem de ser aceite com a naturalidade com que a Natureza se rege.
Um comportamento usual também, na espécie Humana, em domínios específicos da sua hierarquia organizada em sociedade civilizada; ou não.
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