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Esta sexta-feira, 8 de março, é Dia da Mulher. É também dia de Greve Feminista Internacional, o que acontece desde 2016. Em Portugal, onde se realiza pela primeira vez, a greve é aguardada com expectativa e, à semelhança do que tem acontecido um pouco por todo o mundo ocidental em anos anteriores, há quem espere uma grande adesão ao movimento. O dia 8 de março, assinalado desde há um século como o Dia Internacional da Mulher, ocorre este ano entre nós num contexto de grande destaque em torno da violência doméstica, em grande parte motivada pelas polémicas em torno do juiz Neto de Moura. Mas as razões da greve são muito mais vastas.
A Rede 8 de Março, movimento congregador e organizador desta greve em Portugal, manifesta-se contra a precariedade e violência que invadem as vidas femininas. Esta greve “transcende o sentido tradicional – a greve laboral -, para estendê-la ao âmbito da reprodução social – a esfera dos cuidados domésticos e familiares -, assim como à vida estudantil e à sociedade de consumo”, pretendendo-se olhar para o dia-a-dia das mulheres e evidenciar as diversas discriminações de que são alvo.
O Observador dá destaque a declarações de Andreia Peniche, uma das organizadoras que, na perspetiva da Rede 8 de Março, afirmou à Lusa “estar criado o momento para que as pessoas percebam que é na rua que podem fazer uma demonstração de força da importância da agenda feminista”.
“Amanhã farei greve! E começo logo de manhã… Não levo as minhas filhas à escola e também não farei tarefas domésticas (óbvio), nada.”, referiu Joana Bacelo a Fernanda Cância, no Diário de Notícias.
Por seu turno, Haizea Miguel, que participou no congénere movimento Huelga Feminista espanhol e organizou idêntica greve, com imenso sucesso, em Espanha, em 2018, recordou ao Público, aquando dos momentos preparatórios do presente acontecimento, que o fator de sucesso da greve naquele país foi o seu caráter popular, o facto de refletir as necessidades de mulheres de diversas origens sociais. “Em Espanha, as mulheres foram a cara da pobreza”, lembrou. Além das condições laborais – os empregos ocupados maioritariamente por mulheres são os mais precários e com salários mais baixos -, as mulheres são muitas vezes, de forma invisível, sujeitas à “violência machista” e à “justiça patriarcal” que marcam a sociedade espanhola tal como a portuguesa.
A greve reúne mais de 30 organizações, entre sindicatos e movimentos, na Rede 8 de Março. Subscrevem ainda o manifesto perto de 60 outras organizações, num leque muito vasto de áreas de intervenção — trabalho, feminismo, LGBT+, direitos dos imigrantes, intervenção cultural, associações de estudantes, entre muitas outras.
Cinco sindicatos de âmbito nacional emitiram pré-aviso de greve, o que significa que podem fazer greve todos as trabalhadoras e trabalhadores nas áreas abrangidas por eles. Contam-se entre estes o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESUP), dos trabalhadores de Call-Center (STCC), das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), da Saúde, Solidariedade e Segurança Social (STSSSS) e o Sindicato de Todos os Professores (STOP).
Estão ainda convocadas manifestações em mais de uma dezena cidades, um alcance geográfico inédito nas mobilizações em Portugal. Na manifestação de Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, e a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, marcarão presença.
Albufeira: 18h Praça dos Pescadores | Amarante: 17h Largo de São Gonçalo | Aveiro: 18h Praça Dr. Joaquim Melo Freitas | Braga: 18h Avenida Central | Chaves: 19h Ponte Romana (Carvela) | Coimbra: 17:30 Praça da República | Covilhã: 17h Jardim Municipal | Fundão: 10:15 Praça do Município | Lisboa: 17:30 Praça do Comércio | Ponta Delgada: 16:30 Portas da Cidade | Porto: 18:30 Praça dos Povoeiros | Vila Real: 17:30 Praça Luís de Camões, frente ao Tribunal Judicial | Viseu: 17h Jardim Tomás Ribeiro (Rossio).
Imagens: DR
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