É um paradoxo.
Os ‘Blusões Azuis’ mobilizaram mais agentes do que as redes sociais manifestantes envergando ‘Coletes Amarelos’.
As reivindicações generalistas veiculadas nas redes sociais foram o proforma da plataforma de alavancagem do movimento dos que envergavam coletes de trânsito das viaturas, imitando o movimento dos ‘Coletes Amarelos’ que, em França, lança o caos. Com uma diferença relevante. Em França há um núcleo organizado que se movimenta por todo o País com objetivos políticos bem definidos: derrubar o Presidente da República eleito; provocar eleições antecipadas; colocar a extrema-direita no Parlamento francês.
Em Portugal, no dia vinte e um de dezembro do ano da graça de dois mil e dezoito, os cidadãos que vestiram os coletes de riscas fluorescentes de uso obrigatório em viaturas, eram poucos, diga-se:
– Fizeram o alarido e mostraram como se bloqueia uma cidade sem nada fazer a não ser… alarido.
Os ‘blusões azuis’ encarregaram-se do resto.
Agilizaram os procedimentos de segurança extrema fechando os acessos principais das cidades e os seus pontos nevrálgicos, dando azo a que o trânsito não fluísse e os operadores de câmara, mais os repórteres em direto, construíssem a notícia que veio a ser motivo de reportagem dos vários canais de televisão nacionais e internacionais enquanto durou a encenação de assalto não se sabe muito bem a quê; e não sei se os “Blusões Azuis” o saberiam.
Os de coletes às riscas amarelas fluorescente não sabiam muito bem explicar o que queriam com a ridícula encenação a que se prestaram ao colaborarem num processo que não tinha projeto e muito menos objetivos em concreto.
E quando assim é, uma tentativa de imitação, é claro que a desorganização impera por um fator elementar: a inexistência de razões para a mobilização do cidadão comum, acabando a iniciativa por ser um ato gorado e ridículo.
Tão ridículo que ajuizaram os manifestantes na cidade de Braga que o Presidente do Município os autorizou a bloquear as estradas. Como se um Presidente de um Município qualquer tivesse poderes extraordinários para permitir ilegalidades.
Este inacreditável episódio, a manifestação que ia parar Portugal, terá registo para a história porque acabou por ser notícia principal e, motivo de análise política e social feita por académicos e outros comentadores de momentos “extraordinários”, um pouco ao jeito do faz-de-conta que é um exercício superior feito por pessoas superiores.
Os ‘Blusões Azuis’ sabiam muito bem ao que foram e quais as ordens que receberam para agir em conformidade.
No entanto e, para concluir, o episódio relatado mais pareceu uma “manifestação” de agentes da autoridade, os de ‘Blusão Azul’, tão só por da sua farda de serviço de cor azul escuro fazer parte – um ‘Blusão Azul’ – , mas também porque o “bloqueio” na circulação rodoviária em torno das cidades foi organizado e executado, com êxito, diga-se, pelo próprio corpo de agentes da autoridade da Polícia de Segurança Pública.
Fecharam os acessos aos eixos principais das cidades, mais os acessos aos seus pontos nevrálgicos, prejudicando a vida normal citadina, causando transtornos incalculáveis a muitos cidadãos, num tempo em que é suposto deverem as forças de segurança assegurar a ordem e o cumprimento da Lei de acordo com os procedimentos legais existentes.
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