Autómatos programados dançam cadavéricos em redor de nós
Criaturas se agitam em galáxias de preconceitos aprazíveis
Viventes vergonhosos que brandem a bandeira do fanatismo irracional
E tu e eu querendo conceber um mundo de elementos inteligíveis!
Multidões golpeadas em sangue sofredoras
Gentio apregoando liberdade de expressão religiosa
Que paradoxalmente manifestam no outro braço intransigência
Gestos bárbaros feitos de enganos descarados excluindo a bonança
Escondendo o rosto cobarde na intolerância
E tu e eu ansiando por um mundo transparente em premência!
Fraudulência impudente na igualdade entre os sexos
O equívoco da equidade entre raças abolindo a maldade
Mas nem as leis do trabalho infantil superam a impregnada maleficência
A derrogação da escravatura num passado que é presente em viagem
E tu e eu querendo erigir a humanidade perfeita à nossa imagem!
Que inocentes que nós somos!
Que ignorantes permanecemos
Então não sabemos que uma coisa é o querer e outra a realidade
Uma coisa é o dever ser e outra o ter
Uma coisa a imaginação e utopia
E outra o estado caótico e enigmático desta existência sombria!?
Que inocentes que nós somos!
Então não sabemos que a luta é constante e a vigília permanente
Pois os oportunistas espreitam e os demónios se agitam
Não podem alienar-se os sadios de espírito
Porque os pérfidos cobardemente se aproveitam!
Despertem espíritos de virtudes!
É tempo de extinguir a crise selvagem em que nos atolamos
Ativar a sonho dinâmico da revolta interior
E sem medo idealizar a quimera de uma humanidade melhor
Pois a visão zelosa e inconformista que se descortina em cada mão
É o código ativo de acesso à vida plena e à inevitável execução!
Obs: Publicado originalmente em Estilhaços no Caminho (página facebook; 2013)
Imagem: José Lorvão.
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