Regresso às aulas: gastar mais e poupar menos

Regresso às aulas: gastar mais e poupar menos

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A quase totalidade dos pais e encarregados de educação portugueses preferem comprar novos manuais escolares a utilizar os manuais atribuídos pelas escolas, os emprestados ou os comprados em segunda mão, refere um estudo publicado esta quarta-feira por uma empresa de crédito pessoal, a Cetelem.

Gastar mais e poupar menos é também uma das conclusões mais seguras deste inquérito efetuado pelo Observador Cetelem, o que deverá estar relacionado com a sensação de melhores expectativas vividas pelas famílias em relação ao seu futuro futuro. Neste momento, as famílias parecem estar esquecidas de que “no poupar é que está o ganho”, antes vivendo mais de acordo com o dito “a poupar se gasta e a gastar se poupa”.

De acordo com os dados revelados pelo Cetelem, que realiza idêntico estudo desde há 7 anos, os valores são bastante semelhantes aos de 2016, mas revelam uma subida face a 2017. Neste momento, esta preferência dos pais e encarregados de educação atinge os 97%. No ano passado, a intenção de adquirir livros novos para a escola tinha-se ficado pelos 93%. Este movimento contraria as políticas lançadas pelo Governo de reutilização dos manuais escolares.

O estudo, realizado com base num inquérito efetuado a 600 pessoas, indica, no entanto, que os encarregados de educação acabam por usar livros de várias proveniências para os seus educandos.

A opção pelos livros fornecidos pela Ministério da Educação ou pelas autarquias, via escolas, é uma escolha na qual apenas uma pequena fração dos encarregados de educação mostraram interesse, enquanto os livros em segunda mão ou emprestados são opções cada vez menos apelativas para os pais – cerca de 8% em ambos os casos.

No ano letivo que terminou, os manuais escolares foram gratuitos para os alunos do 1.º ciclo das escolas públicas e, este ano (2018-2019) serão gratuitos até ao 6.º ano de escolaridade. Em função desse facto, diversas autarquias, nomeadamente a de Vila Nova de Famalicão e Barcelos, têm vindo a referir que irão oferecer –  “emprestar” – os manuais do 7º ano de escolaridade.

Segundo o inquérito realizado pelo Observador Cetelem, as famílias portuguesas contam gastar, este ano, cerca de 487 euros em material escolar, o que significa um aumento de 22% e mais 88 euros do que no ano passado.

A compra de livros, mochilas e cadernos para o próximo ano letivo vai custar, em média, mais 22% do que no ano passado e mais 7% do que há dois anos, seja pela inflação seja pela aquisição de equipamentos e materiais de melhor qualidade ou, pelo menos, mais caros.

A compra dos livros escolares tem vindo a ser realizada cada vez mais nos nos hiper e supermercados, onde se deslocam 88% dos pais e encarregados de educação, opção esta que tem vindo a crescer nos últimos anos.

Ainda assim, refere o estudo, o material continua a ser comprado em diversos tipos de estabelecimentos, sendo que “as papelarias demonstram uma estabilidade enquanto alternativa para a compra de manuais escolares”.

No presente ano, o interesse pela aquisição de manuais escolares através da internet revela uma quebra acentuada, reunindo o interesse de apenas 25% das famílias em 2018.

As despesas com a educação dos filhos levam um terço dos pais a ter uma poupança dedicada a este custo, coisa que quase metade das famílias (47%) referiu não poder ou querer fazer.

Uma curiosidade revelada através de outro dado interessante deste estudo indica que a maior parte das semanadas dos filhos oscilam entre os 15 a 20 euros.

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Imagem de destaque: Manuais escolares (Município de Olhão – divulgação).

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