Às vezes tu sonhas que estás presa num novelo de lã

Às vezes tu sonhas que estás presa num novelo de lã

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Às vezes tu sonhas que estás presa dentro de um novelo da lã

de onde não consegues sair por não encontrares o fio à meada.

 

Às vezes sonhas que dentro desse novelo há teias infinitas

de ideais e teorias que alguma aranha teceu para te perderes

e por não encontrares saída sentes na barriga um frio subterrâneo,

como aquele que sentem os mineiros de volfrâmio

sepultados pelo gás da mina.

 

E se nesse sonho eu entrasse para te resgatar do pânico

com um lírio cortado atravessado na minha boca

e pela janela do sonho pudesse sair contigo à varanda

para estendermos num arame a roupa da cama depois de lavada

os mesmos lençóis e cobertores de lã com pequeníssimas linhas cosidas

na mesma teia que algum filósofo inventou, decerto para sonharmos

 

Ou então para eu te poder chegar uma, a uma, as molas

para prendermos o nosso sonho ao sol quando houvesse sol

e também ao vento quando ventasse para segurarmos as pontas.

 

Sabes, também tenho noites em que acordo perdido no alto mar

e procuro outro barco onde houver quem me saiba ler as estrelas

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Imagem: Georgia O’Keefe; aguarela s/ papel; 19a6 (em O’ Keefe Landscape Paintings).

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Categorias: Cultura, Poesia

Acerca do Autor

José Miguel de Oliveira

José Miguel Oliveira nasceu a 26 de maio de 1973. É natural da freguesia de Delães, no concelho de Vila Nova de Famalicão onde reside, e professor de filosofia no ensino secundário em Vila das Aves. Em 1994 publicou o seu primeiro livro "Primeira Palavra"; em 2008 foi publicado na antologia "Os dias do Amor"; em 2009 na antologia "entre o sono e o sonho" e em 2012 na "nova antologia de poetas alentejanos". Alguns dos seus poemas podem ser lidos no sítio deliriospoeticos.blogspot.com

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